segunda-feira, 29 de março de 2010

Divagações aleatórias Pt. 1

Assistindo a uma apresentação de dança nesse fim de semana me dei conta de uma coisa em que vinha pensando há algum tempo: uma performance bem-sucedida é aquela que faz você sonhar. É aquela que faz com que, naqueles poucos minutos de apresentação, você fique envolvido de tal maneira que só queira continuar assistindo, e com o máximo de atenção possível. Você se abre um pouquinho e se torna um pouco mais vulnerável. Fica com cara de bobo. Já perceberam isso?

Eu já vi muitas bailarinas excelentes, do alto escalão mesmo, que não me envolveram desse jeito. Tenho certeza de que isso é também uma coisa muito pessoal, já que a mesma apresentação pode provocar diferentes sensações em pessoas distintas. E não podemos levar em conta apresentações em vídeo, em que coisas maravilhosas podem perder o impacto e se quer saber... O contrário também acontece. Estrelinhas do youtube à parte, é essa mágica que eu espero quando vou a uma apresentação, mesmo sem perceber... E acho que é a essa mágica que podemos almejar quando criamos alguma coisa. Alcançar uma partezinha das pessoas de alguma maneira, nem que seja por breves instantes, e tocá-las de alguma forma. É disso que é feita a arte.

segunda-feira, 22 de março de 2010

O Estilo Tribal


Depois de um um pequeno sumiço, por conta de fazer mais o que tenho que fazer e passar menos tempo enrolando na internet, vai um textinho que já tinha pronto só para manter o fluxo! Me comprometi a atualizar ao menos semanalmente, então não pretendo mais deixar esses mega hiatos entre uma postagem e outra! :) Espero que gostem! (não sei de quem é essa gravura mas dá uma ótima inspiração para uma cabeça tribal!)

  "Tribal é um termo abrangente que inclui as modalidades ou estilos aos quais me refiro no presente contexto: o ATS e o Tribal Fusion. O ATS (American Tribal Style) foi criado no final dos anos 80 em São Francisco, CA por Carolena Nericcio, diretora do FatChance BellyDance (FCBD). É caracterizado pela improvisação coordenada em grupo por meio de gestos e de um repertório em comum, trajes visualmente ricos com aparência folclórica e postura orgulhosa, trazida do flamenco.
  O Tribal Fusion surgiu algum tempo depois, quando dançarinas do FatChance começaram a deixar o grupo e dar vazão às suas próprias idéias, acrescentando novas influências e abrindo o leque de possibilidades a partir do estilo original. Algumas dessas mudanças foram o uso de músicas ocidentais modernas (no ATS usa-se basicamente música folclórica egípcia), a simplificação dos trajes e o uso de coreografia. Jill Parker, ex-membro do FCBD e diretora do Ultra Gypsy, é apontada por muitos como pioneira desse estilo.
  Hoje em dia, Tribal Fusion tornou-se um termo utilizado para designar as diversas manifestações no tribal. Diferentemente do ATS, o Tribal Fusion ainda não possui regras firmemente estabelecidas, é um estilo novo em desenvolvimento que pode ter tantas vertentes quanto praticantes. No entanto, não devemos confundir qualquer fusão na dança do ventre com Tribal Fusion. O Tribal Fusion é uma derivação do ATS, portanto possui algumas características que são inerentes a ele. A princípio, é uma fusão de ATS com outra coisa. Portanto, o ATS deve se fazer presente de uma forma ou de outra. Devo ressaltar também que o ATS é, caracteristicamente, um estilo de fusão — com base na dança do ventre, mistura elementos de outras danças orientais e do flamenco. Quanto ao Tribal Fusion, algumas das influências bastante populares atualmente são o break dance, a dança contemporânea, as danças clássicas indianas e, mais recentemente, fusões com danças e músicas dos Balkans (ciganos do leste europeu) e temas remetentes ao Vaudeville, com estética e músicas vintage variados. Como podemos ver as possibilidades para expressão pessoal são imensas. Então, mãos à obra e divirta-se!"

sexta-feira, 5 de março de 2010

Essa mulher sabe das coisas...


Martha Graham para Agnes De Mille, traduzido do blog da Rachel Brice (endereço do blog há uns dois posts atrás):

"Existe uma vitalidade, uma força, um despertar que é traduzido por você em forma de ação, e porque só existe um de você em todos os tempos, essa expressão é única.

Se você bloqueá-la, nunca existirá por nenhum outro meio e estará perdida. O mundo não a terá.

Não é sua função determinar o quão boa ela é ou como se compara com outras expressões. Sua função é manter o canal aberto.

Você nem precisa acreditar em si mesmo ou no seu trabalho.
Você precisa se manter aberto e inteiramente atento aos anseios que o motivam.

Mantenha o canal aberto.
Artista nenhum encontra contentamento.
A satisfação não existe em momento algum.

Existe apenas uma estranha e divina insatisfação; um desassossego abençoado que nos mantêm seguindo em frente e nos torna mais vivos que os demais."

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Embora tenha feito o melhor que pude com a tradução, o original é tão lindo e preciso que se você entende inglês, sugiro que vá direto para ele!

“There is a vitality, a life force, a quickening
that is translated through you into action,
and because there is only one of you in all time,
this expression is unique.

If you block it, it will never exist through any other medium
and be lost. The world will not have it.

It is not yours to determine how good it is;
nor how it compares with other expressions.
It is your business to keep the channel open.
You do not even have to believe in yourself or your work.
You have to keep open and aware directly
to the urges that motivate you.

Keep the channel open.
No artist is ever pleased.
There is no satisfaction whatever at any time.
There is only a queer divine dissatisfaction;
a blessed unrest that keeps us marching and makes us more alive than the others.”

quinta-feira, 4 de março de 2010

Detalhes que fazem a diferença (ou A mágica do ATS)


Recentemente voltei a treinar com afinco os dvds do FatChance BellyDance e vou dizer uma coisa... Pra qualquer bailarina de tribal que queira honrar com o nome, fazer esses dvds e extrair o máximo de informação deles quanto possível é um must.

Porquê? Porque lá você descobre aqueles detalhes que fazem TODA a diferença. Qualquer um faz um arabic, ou um floreio, ou até um taxeem (como ela chama o oito para cima) na base da cópia. Agora, saber que o arabic é um passo de 2 tempos em que o peito sobe ligeiramente a cada transferência, ou que o floreio é liderado pelo pulso e um taxeem de ATS é um movimento extremamente contido, faz toda a diferença.

Não se consegue o resultado perfeito desejado a não ser que você atente para detalhes como esses. Não adianta querer fazer só de olhar; tudo tem um como e um porque, e não tem facilidade corporal que substitua esse conhecimento. E também tem outro detalhe importante: sendo o ATS um estilo de improvisação em grupo, é imprescindível que todas executem o movimento com base na mesma técnica para que o resultado final seja o mais harmônico possível.

Resumindo, não posso recomendar esses dvds o suficiente, de verdade. E treine com frequência, para que você possa colocar na sua memória muscular a execução correta. Indispensável!

Site do FCBD onde vende a série de dvds instrucionais dos volumes 1 ao 8: http://www.fcbd.com/catalog/index.php?main_page=index&cPath=72_74

Foto tirada do Flickr do FCBD: http://www.flickr.com/photos/29544674@N04/

Obs. Agora eu só consigo colocar links ás vezes. Por gentileza, copie e cole no navegador quando não tiver o link. Estou começando a achar que é pessoal.