segunda-feira, 19 de julho de 2010

Naturalmente

Mês passado fui assistir no SESC o  espetáculo mais recente do Antonio Nóbrega, chamado "Naturalmente". Pra quem não conhece ele, uma pequena biografia tirada deste site:

"Antonio Carlos Nóbrega (Recife PE 1952). Ator, dançarino e músico. Artista múltiplo, escreve, atua, dirige, dança, compõe, canta e toca instrumentos. Através de seus espetáculos divulgada a cultura e o imaginário nordestino.

Até os 18 anos, o artista, filho de um médico que incentiva os pendores artísticos da família, cultiva apenas as manifestações da música erudita. É convidado, então, para integrar o Quinteto Armorial, idealizado por Ariano Suassuna, um dos mais importantes grupos a criar uma música de câmara erudita brasileira de raízes populares. Toma contato, a partir dessa época, com diversos artistas populares e começa a estudar intensamente a música, as danças, a maneira de representar e cantar desses brincantes brasileiros."

Depois disso, ele desenvolveu diversos espetáculos e projetos, sempre com intuito de divulgar a arte popular brasileira. O "Naturalmente" é um espetáculo educativo de dança e música ao vivo com trechos em que ele mesmo fala sobre as danças e ritmos brasileiros usados e sobre algumas curiosidades, como o motivo do título do espetáculo.

O espetáculo é lindo, a música ao vivo impecável, assim como as danças. O elenco é composto por ele, duas bailarinas e oito músicos. Uma das meninas fez um solo que parecia ter um pouco de influência de flamenco, que foi maravilhoso! Pena que não tem em lugar nenhum pra assistir... Mas o mais interessante para mim, foi ver como ele dá roupagem nova ao folclore, ao que é "velho". Mesmo modernizando, misturando influências e referências na dança, quem assiste ainda é capaz de ver qual a raiz de tudo, a essência das danças permanece ali, mesmo em meio à toda a fusão que ele faz. Isso não é mágico? rsrs Fazer uma coisa dessas requer muito talento!

Outra coisa que sempre me impresiona nesses espetáculos mais "formais" de dança é a leveza e o preparo dos bailarinos. Fazer o impossível parecer sem esforço, natural. Isso é pré-requisito pra quem dança, é fato. Me faz pensar (mais ainda!) na importância de seguir uma rotina de treino com disciplina.

Bom, é isso... Pra quem quer ver fusão bem feita e com muito estudo e conteúdo, está mais que recomendado! Me lembrei muito da colega querida Kilma Farias, com suas fusões tão homogêneas de tribal com ritmos regionais brasileiros!

Deixo dois vídeozinhos do espetáculo "Naturalmente", nenhum com dança dele porque não achei, mas com dança das meninas que também mandam bem demais!




segunda-feira, 5 de julho de 2010

Comparações

Essa semana me vi pensando numa questão que acho bem difícil de lidar: a comparação com outros artistas. Acho que já temos essa tendência naturalmente, e nas mulheres ela se faz maior ainda. O fato é que a comparação não leva a lugar nenhum! Ela não é saudável, não te faz crescer e muitas vezes ainda te faz sentir mal consigo mesmo. Cada um tem seu jeito de se expressar, de viver a vida, de usar a roupa, de ser! Lutem contra essa tendência quase irresistível que temos de viver nos compararando com os outros. Falo por experiência própria que essa é uma batalha constante, e parece que nunca tem fim (acredito que não tenha mesmo!). Mas realmente não é caminho pra nada. Quando você vive se comparando aos outros, acaba vivendo à sombra daquelas pessoas e nunca abre espaço para falar com sua própria voz. Ou (nem sei o que é pior!) você acha que é melhor do que todos e deixa que isso seja o principal guia para suas manifestações artísticas. Como podem ver, a comparação é mãe de muitos males! E até mesmo nos mal afamados concursos de arte, ganhar o primeiro ou último lugar não é sinônimo de nada, nem de qualidade nem da falta dela. Então, também não é termômetro confiável! Enfim, seja lá o que você faça, não faça para superar os outros. Faça para superar a si mesmo e você encontrará um caminho muito mais florido!