quarta-feira, 27 de julho de 2022

Dicas de Figurino

Depois de bater muito a cabeça com figurino ao longo dos anos, descobri algumas maneiras de errar menos (repare que falo em errar menos e não em não errar! 🫢


Aqui compartilho 5 dicas que me ajudaram:


1-  Aprenda a enxergar as proporções:


Você conhece seu corpo e sabe quais pontos quer valorizar ou disfarçar no palco. Às vezes detalhes afetam muito o resultado final do figurino. Cada bracelete, brinco , colar e headpiece importam muito! Perceba se as proporções estão equilibradas, onde precisa de mais ou menos volume, onde tem informação demais ou “de menos”. 


2- Entenda as cores que te valorizam:


Existe uma regra geral do que fica bem em cada pessoa mas isso pode mudar dependendo da cor ou estilo de cabelo que estamos, ou até se você se bronzeou recentemente. Entenda isso e aplique tanto no figurino quanto na make, use pontos de cor que te favorecem na roupa, make e cabelos, se a cor da roupa for mais neutra ou preta. 


3- Saiba como seu figurino vai se comportar


Nunca vá para o palco sem dançar com a roupa completa algumas vezes. Você vai descobrir que precisa tirar algum acessório por causa de um movimento específico, ou prender melhor outro. Isso você só vai saber dançando com a roupa. Não vale a pena testar na hora.


4- Decida a "vibe" que quer passar com a roupa


Às vezes buscamos uma aura mais moderna, às vezes mais vintage, às vezes mais rústica… Perceba como aquela roupa conversa nesses detalhes com a música e a coreografia, e faça os ajustes de acordo. Nem sempre o que idealizamos de primeira é o que dá certo. 


5- Você não precisa usar tudo de uma vez só


Eu sei que amamos acessórios e exagerar na produção, mas não é tudo que vai ficar bem para toda performance. 

Às vezes menos é mais!

quarta-feira, 20 de julho de 2022

Ocidentalizações: Tem que dançar, dançando!

Na minha jornada de yoga comecei com uma professora incrível que descobri ter sido aluna do Gerson D'Addio, com quem depois me formei. Com eles aprendi que yoga é uma coisa que a gente faz mais com presença do que com posturas elaboradas (embora essas possam fazer parte do pacote).

Ao longo dos anos fiz aulas com muitos outros, mas raramente encontrei algo como aquelas aulas mais "simples" da Hatha. É simples e muito difícil apenas estar numa postura. Respirar, aguentar a mente que quer sair da posição, ansiosa. Esse é o desafio! Ficar quando corpo e mente querem sair correndo. 

Asana não é pose pra foto. Asana é presença. 

Encontrei no Instagram uma jovem moça indiana praticando yoga. Reparei nela um estado de presença e meditação, mesmo nas posturas mais complexas, que não via há tempos pelas redes (que sempre insistem em me mostrar as moças ocidentais - de preferência loiras e magras).

Apesar de não querer reduzir o assunto a "ocidente X oriente", lembro da tendência que temos em valorizar o que é mais técnico e mental. 

Em meio a tantas "correções" técnicas que recebi em aulas de yoga, eu não conseguia alcançar o objetivo máximo das posturas: estar.

Não seria o mesmo para a dança? 

A origem oriental da dança do ventre não requer nada menos do que a presença e estado meditativo de um asana. A dança é uma prática integral que passa e fala pelo corpo, ela requer presença: cabeça e coração em uníssono. E não "chegamos lá" pensando em qual movimento de impacto usar a seguir. 



 

quarta-feira, 13 de julho de 2022

Amador

 amador

/ô/
adjetivo substantivo masculino
  1. 1. 
    frm. que ou o que ama; que ou o que tem amor a alguma pessoa; amante.
  2. 2. 
    que ou aquele que gosta muito de alguma coisa; amante, apreciador, entusiasta.

Essa semana estava pensando no significado da palavra e no quanto é necessário para o sucesso em qualquer profissão. Calma! rs Não é o amadorismo no sentido pejorativo, mal feito, mas o amadorismo no sentido original: aquele que ama, que faz com entusiasmo... 

Quantas vezes, depois de muito tempo na mesma atividade a gente esquece aquele entusiasmo inicial? Mesmo que não se torne profissional, muitas vezes a auto cobrança nos leva a níveis de stress que podem até superar o prazer inicial daquela atividade que antes era tão agradável.

Lembra de quando você começou a dançar, e só de fazer os movimentos já extraía uma alegria imensa?

 E o quanto essa sensação gostosa vai passando com o tempo, quando a auto cobrança vai aumentando, e quanto mais sabemos mais sabemos que precisamos aprender, até que não conseguimos mais valorizar o tanto que a gente já sabe? 

Aprender é natural em qualquer trabalho ou hobby, mas desfrutar do que já sabemos também! Se a gente sempre pensar no que precisa aprender estamos deixando de explorar nossas potencialidades com o que já temos no agora. Com o que já sabemos. 

Se toda vez que a gente for, por exemplo, começar uma coreografia ou uma performance nova, precisarmos aprender algo novo pra colocar ali, como que vamos aproveitar tudo que já aprendemos até agora? Quando vamos compartilhar o que já temos e fazemos bem com o mundo? Nessa cultura de superação eterna, sempre parece que se você não está sofrendo, não está fazendo nada que valha a pena de ser compartilhado. Mas olha só, na dança do ventre e na fusão, tem tudo a ver desfrutar o momento e fazer, fazendo mesmo! Sem ter que pensar pra fazer. Se a dança vem sempre da cabeça, não damos a chance do nosso corpo se expressar. Pensa só, quando você começou, não tinha tanto repertório e não conseguia fazer tanto ainda. Lembra do quanto era mais fácil deixar fluir quando você sabia menos? Vamos manter essa pequena chama do "amadorismo"no bom sentido acesa, e aproveitar e curtir o que fazemos bem também!

quarta-feira, 6 de julho de 2022

Uma Carta do seu Futuro EU

 Sabe aquela sensação que a gente tem quando olha uma foto antiga e pensa "nossa, não era assim que eu me via na época!"? 

O tempo nos faz perceber as coisas de um jeito diferente do que quando a coisa está acontecendo ali, no momento né?

 Imagina o impacto que isso tem na nossa percepção das danças e dos trabalhos que realizamos! 

Quando olhamos para trás, nosso olhar está ajustado ao presente, e vemos o passado com outros olhos. Percepções sobre nós mesmas, nossa aparência, nossa DANÇA, tudo isso ganha um novo aspecto com o simples passar do tempo. 

Me pergunto o quanto não aproveitaríamos muito mais se conseguíssemos ter essa generosidade que o tempo traz ao olhar, só que no agora. Se a gente lembrar que o trabalho que estamos fazendo agora será visto por nós mesmas (assim esperamos! ;D) com muito mais boa vontade e carinho daqui a 5, 10 anos. Que vamos perceber qualidades que agora passam completamente despercebidas pois os "defeitos" insistem em gritar mais alto. 

Que legal seria conseguir aplicar essas lentes do tempo no agora, e nos tratarmos com um pouco mais de gentileza, como alguém que está aprendendo, que está fazendo o melhor que pode com o que tem no momento presente. Muito do trabalho de acompanhamento de performance tem a ver justamente com isso: ajudar a pessoa a ver qualidades que na hora estão escondidas do seu olhar, quando o que "tem que arrumar" tem a prioridade da percepção. Só que sem enxergar o que a gente tem de bom, o que tem de ruim ganha protagonismo e quando a prioridade é arrumar tudo, acabamos não conseguindo melhorar nada! O que fazemos quando a lista de afazeres é muito grande? Quase sempre acabamos por não fazer nada não é mesmo? Então priorizar os ajustes mais urgentes é uma boa maneira de focar para conseguirmos evoluir. E lembrar que daqui a 5 ou 10 anos você vai olhar pra trás pra esse mesmo material com muito mais carinho e orgulho do quanto a "você" do passado chegou longe! 

Que não esqueçamos de olhar pra trás e se orgulhar do quão longe já chegamos! ;)