domingo, 7 de fevereiro de 2010

Tribal é tribal, ATS é ATS!

Hoje em dia usamos o termo “tribal” para nomear uma série de manifestações diferentes, o que muitas vezes causa confusões na definição dos estilos. Chamamos de “tribal” o tribal fusion (em todas as suas vertentes), o ATS e o estilo tribal tradicional.

O tribal tradicional teve início com Jamila Salimpour e seu grupo Bal Anat, nos anos 60, e misturava diversos aspectos do folclore e danças do Oriente Médio em um só show, com uma grande dose de dança do ventre. Por utilizar trajes cheios de elementos tribais e ter um visual extremamente étnico, foi o primeiro estilo a ser denominado “tribal”.
Uma das alunas de Jamila, chamada Masha Archer, começou a dar aulas e a acrescentar coisas que lhe agradavam, tirando aspectos dos quais não gostava na dança que lhe foi ensinada. Masha montou sua companhia, chamada “San Francisco Classic Dance Troupe”, da qual passou a fazer parte uma de suas alunas, Carolena Nericcio. Carolena, depois de alguns anos na companhia, também começou a dar aulas e acrescentar suas próprias idéias ao estilo, criando o que conhecemos hoje por ATS (American Tribal Style) ou Estilo Tribal Americano. Do ATS nasceu o tribal fusion, que originou diversos sub-estilos.

Muitos dizem que o estilo tribal foi criado por Jamila Salimpour, e essa é uma afirmação correta. Mas, observando atentamente, percebe-se que a maior parte do tribal que vemos hoje não é influenciada por aquele estilo tradicional de Jamila, e sim pelo ATS. O Tribal Fusion não surgiu a partir do tribal tradicional e sim do ATS. Portanto, se o ‘estilo tribal’ de uma pessoa ou grupo não é o do Bal Anat e nem o do Hahbi’Ru*, afirmar que a criadora dele foi Jamila é ignorar etapas e deixar de dar crédito a quem merece. Por mais que Jamila seja uma figura importantíssima do tribal e tenha sido o início de todo o movimento, duvido muito que aquele estilo tradicional tivesse nos levado à variedade de “estilos tribais” que temos hoje em dia. Para chegar ao que temos, o tribal foi sujeito às alterações de mais duas pessoas (Masha e Carolena). Por isso, acredito sim que foi Dona Carolena a responsável por tudo isso, e merecedora de todo crédito possível.


*Por ter existido há bastante tempo atrás, é difícil encontrar registros em vídeo do Bal Anat. Mas nem tudo está perdido! O Habih’Ru é um grupo formado por um aluno da Jamila que manteve a maior parte do estilo original do Bal Anat. E eles estão na ativa até hoje com uma quantidade razoável de material que nos dá uma boa idéia do que foi o Bal Anat. Legal né? Aí vai um dos vídeos deles:

3 comentários:

  1. O vigor e a alegria da apresentação deles é lindo de ver. O troço é contagiante...Tô indo pegar um turbante e uma bandeja rsrsrsrs

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  2. Verdade! Eu vi essa apresentação ao vivo e é mesmo muito muito legal! Sem contar que esse John é uma figura...

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  3. Eba, adorei o texto e o video, esta semana pretendo devorar este blog inteiro do início aos posts atuais. beijos

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