quarta-feira, 6 de abril de 2022

Pagando as conta$ com dança

 Esse tema foi sugerido quando abri a caixinha de sugestões no instagram, achei interessante porque não lembro de ter lido nada a respeito, então resolvi dar um tiquinho de atenção pra ele aqui! Afinal, é um trabalho como qualquer outro e quase nunca falamos sobre dinheiro no meio né? Talvez por essa idéia de que quem dança o faz por amor, o que não deixa de ser verdade, mas sabemos que amor não paga boleto né? Então vamos lá! Coisas que talvez ninguém tenha te dito sobre trabalhar com dança: 

1- Você precisa entender de onde vai tirar sua renda, provavelmente precisará exercer vários trabalhos pra conseguir juntar as pontas no fim do mês: dar aula de mais de uma modalidade, dançar em restaurante, dar aula particular, em grupo, workshop interestadual, online, editais e projetos… enfim cada profissional terá sua renda vinda de vários lugares e você precisa entender quais são os seus para focar propriamente em cada uma deles.

2- Você terá muitos gastos. Figurinos, roupas e materiais pra aula, anualidade ou mensalidade de aplicativos ou servidores que você usa pra divulgar/realizar seu trabalho, aulas pra se manter atualizado. Quem trabalha com o corpo precisa estar sempre atualizado, literalmente em movimento! Profissionais da dança precisam fazer aulas. Professores também. Pra dar aula, é preciso fazer aulas, se especializar e se atualizar constantemente pra entregar sempre o melhor possível. Isso também representa um gasto. 

3- Você vai ser seu treinador, seu marketeiro, seu figurinista, seu coreógrafo, seu organizador, planejador anual, muitas vezes designer, videomaker, fotógrafo, editor… são muitas e muitas funções que temos que exercer porque a maioria de nós é totalmente autônomo. Então quem vai planejar seus novos cursos, montar suas aulas, fazer a divulgação, bolar conteúdo, decidir quando é hora de renovar o guarda-roupa, fazer book novo, decidir quando precisa descansar, quando precisa trabalhar, tudo é você! Tudo mesmo! 😅

4- Por isso mesmo que falei acima, é muito fácil pirar, perder o foco, sair do giro. Então você precisa ter sempre muito claro pra você os seus porquês. Trabalhar com dança é um estilo de vida, e envolve tanto mais do que dançar. O seu dia a dia envolvida com o que gosta é a maior recompensa no final de cada dia. Não se fica milionário, na maioria dos casos. Talvez existam alguns isolados que aconteçam mas não é a realidade da maioria. Nem rico na real! rs. Então o que vale mesmo é como você passa seus dias, e saber exatamente quais são seus maiores prazeres dentro do seu trabalho vai te ajudar a alimentar isso pra que não perca o foco. Talvez seu maior estímulo esteja na prática pessoal e em evoluir cada vez mais. Talvez esteja em ver a evolução das suas alunas. Talvez em subir no palco. Talvez planejar e ministrar aulas e cursos. Claro que cada coisa tem o seu lugar especial, mas se identificarmos o que nos move mais, podemos investir mais nesses pontos e manter mais claro para nós mesmas o que nos trouxe até aqui. 

5- Acredito que seja muito difícil construir uma vida “do zero” só com dança. De novo, claro que existem exceções, mas num geral, comprar apartamento, carro, viajar e ter uma qualidade de vida, tudo ao mesmo tempo, não são muito compatíveis com a realidade de quanto se ganha na dança. Especialmente numa economia maravilhosa e estável (só que não) como a do Brasil. Então se você está atrás desses ideais, talvez seja legal repensar suas prioridades. 

6- Dito isso, emenda exatamente no que vou dizer agora: ter outro trabalho não significa que você é menos profissional ou menos apaixonado pela dança. Existem muitos artistas que sustentam por anos outros trabalhos pra garantir seu caixa, e não tem absolutamente nada de errado com isso (contanto que você não interfira com o mercado trabalhando de graça ou praticando preços injustos).



Espero ter ajudado a clarear alguns pontos sobre esse assunto, e como sempre, aceito sugestões de temas futuros!


Muito obrigada por me acompanhar e até a próxima! 

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