quarta-feira, 20 de julho de 2022

Ocidentalizações: Tem que dançar, dançando!

Na minha jornada de yoga comecei com uma professora incrível que descobri ter sido aluna do Gerson D'Addio, com quem depois me formei. Com eles aprendi que yoga é uma coisa que a gente faz mais com presença do que com posturas elaboradas (embora essas possam fazer parte do pacote).

Ao longo dos anos fiz aulas com muitos outros, mas raramente encontrei algo como aquelas aulas mais "simples" da Hatha. É simples e muito difícil apenas estar numa postura. Respirar, aguentar a mente que quer sair da posição, ansiosa. Esse é o desafio! Ficar quando corpo e mente querem sair correndo. 

Asana não é pose pra foto. Asana é presença. 

Encontrei no Instagram uma jovem moça indiana praticando yoga. Reparei nela um estado de presença e meditação, mesmo nas posturas mais complexas, que não via há tempos pelas redes (que sempre insistem em me mostrar as moças ocidentais - de preferência loiras e magras).

Apesar de não querer reduzir o assunto a "ocidente X oriente", lembro da tendência que temos em valorizar o que é mais técnico e mental. 

Em meio a tantas "correções" técnicas que recebi em aulas de yoga, eu não conseguia alcançar o objetivo máximo das posturas: estar.

Não seria o mesmo para a dança? 

A origem oriental da dança do ventre não requer nada menos do que a presença e estado meditativo de um asana. A dança é uma prática integral que passa e fala pelo corpo, ela requer presença: cabeça e coração em uníssono. E não "chegamos lá" pensando em qual movimento de impacto usar a seguir. 



 

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