quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Continuação de Mitos do Tribal


Foram levantadas questões interessantes sobre o tópico 2, a respeito da criação do estilo tribal ser ou não atribuída à Jamila Salimpour. A resposta ficou tão grande que achei melhor transformar em uma nova postagem, já que tem limite de caracteres para as respostas no blogger! Então, aí vai:

Essa informação eu tirei do Tribal Bible, escrito pela Kajira Djoumahna, pág 1, Capítulo 1 - Genesis:

"The root of this form began in the late 1960s in the San Francisco Bay Area of California. One of my teachers and influences on my own Tribal Style is Jamila Salimpour. She is credited for beginning this eclectic fusion approach to MidEastern dance is her presentations at the Northern California Renaissance Pleasure Faire with her seminal group, Bal Anat. However, it is important to recognize that Jamila did not call this fusion blend of influences 'tribal' or anything other than 'bellydance'. In fact, in 'An Afternoon with Suhaila', an interview I conducted with her daughter, published in Jareeda Magazine, May 1996, Suhaila mentions that: 'The whole split in America between tribal and cabaret styles is really funny to me. My mom never taught any differences. My Mom's troupe was a little of this, a little of that. Many of the costumes and dances were inspired by pictures of the National Geographic, but our finale was always a cabaret style dance. So, it wasn't tribal style, it was more like an attempt to give the audience a 30-minute education in the dances of the Middle East, cabaret style included!"... dois parágrafos de Kajira sobre a Jamila e a cena de São Francisco na época e: "The credit for naming this style of Jamila's as 'California Tribal' or 'American Tribal' should go to Morocco of New York (from a conversation in December, 1998). Morocco felt it was an apt name for this new style that was uniquely American in its fusionary approach, since it did not accurately represent any particular tribe from any particular place. Even then, confusion in regards to what was actually being presented onstage in California was brewing.

The next step towards today's interpretation of American Tribal Style Bellydance came from one of Jamila Salimpour's students, Masha Archer..."

Tradução livre dos textos:

"A raiz dessa forma começou no final dos anos 60 em São Francisco na Califórnia. Uma de minhas professoras e influências no meu próprio Estilo Tribal é Jamila Salimpour. Ela é creditada a pelo começo dessa abordagem eclética para a dança oriental em suas apresentações na Feira Renascentista da Califórnia com seu grupo seminal, o Bal Anat. No entanto, é importante reconhecer que Jamila não chamava essa fusão de influências de 'tribal' ou qualquer outra coisa senão 'dança do ventre'. Na verdade, em 'Uma tarde com Suhaila', uma entrevista que fiz com sua filha, publicada na revista Jareeda em maio de 1996, Suhaila menciona que: 'Toda essa divisão nos EUA entre tribal e cabaret é muito engraçada para mim. Minha mãe nunca ensinou nenhuma diferença. A trupe da minha mãe era um pouco disso, um pouco daquilo. Muitos dos trajes e danças eram inspirados em fotos da National Geographic, mas nosso 'finale' era sempre uma dança estilo cabaret. Então, não era estilo tribal, era mais como uma tentativa de dar à platéia uma aula de 30 minutos sobre as danças do Oriente Médio, inclusive o estilo cabaret!"...dois parágrafos de Kajira sobre a Jamila e a cena de São Francisco na época e: "O crédito por nomear esse estilo de Jamila como 'Tribal Californiano' ou 'Tribal Americano' deve ir para Morocco de Nova Iorque (de uma conversa em dezembro de 1998). Morocco sentiu que era um nome apropriado para esse estilo que era unicamente americano em sua abordagem de fusão, já que não representava acuradamente nenhuma tribo em particular de nenhum lugar específico. Mesmo naquela época, confusões a respeito do que estava sendo apresentado na Califórnia cresciam.

O próximo passo em direção a interpretação atual da Dança do Ventre Estilo Tribal Americano veio de uma das alunas de Jamila, Masha Archer..."

Vou colocar também uma conversa que eu tive com a Aline logo da primeira vez que publiquei esse texto no orkut, em 2009, que acho que também esclarece algumas questões: 

"Então, essa informação de que nem o Bal Anat e nem o grupo da Masha eram considerados "tribal" em suas respectivas épocas na verdade eu peguei em um intensivo da Jill Parker em que ela falou isso claramente e com todas as letras. Porque aparentemente essa é uma concepção errada que também rola nos EUA. Mas você está certa que o visual folclórico sem ser tradicional já estava lá em ambos os grupos. 

Quanto às inovações feitas pela Masha e que depois a Carolena também abraçou, eu peguei tudo no Tribal Bible mesmo. Tem uma entrevista com a Masha e uma com a Carolena que realmente não deixam margem pra dúvidas. A Masha saiu escondendo o cabelo e as pernas das dançarinas, colocando elas pra improvisar em grupo e tudo isso a Carolena também usou depois que começou a dar suas próprias aulas. Mas pelo que a Jill falou lá no intensivo, esse estilo nunca foi chamado de tribal até virar mesmo "ATS". Por isso que chamam a Jamila de "avó do estilo tribal", porque ela começou uma coisa que deu origem a outra, que deu origem ao tribal...

Lá no site do Fat Chance tem um texto que é bem legal falando de como começou o grupo, e lá inclusive fala um pouquinho do que era o estilo da Masha:

http://www.fcbd.com/about/"

É engraçado porque mais e mais eu vejo material de fora mesmo com coisas do tipo "quando Jamila criou o estio tribal..." e me parece um pouco desonesto esse tipo de afirmação, já que na época parece que nem mesmo ela pensou em fazer nada além do que dança do ventre. Enquanto eu não encontrar uma pronunciação da Carolena Nericcio sobre o assunto, ou enquanto ela não lançar seu livro com tudo sobre o estilo tribal, eu prefiro ir com as versões da Kajira e da Jill Parker. Bom, espero ter ajudado de alguma forma e se tiver mais alguma coisa que vocês queira perguntar, e eu souber onde procurar a resposta, é só falar!

2 comentários:

  1. Eu e a Suzana Guerra chegamos a traduzir esses textos do site do Fat Chance pro português... vou ver se acho aqui e compartilho o link!

    bjus!!

    ResponderExcluir
  2. Muito obrigada! Essa postagem ajudou muito, esclareceu-me muitas coisas...

    aff...

    quanta confusão!

    ResponderExcluir