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quarta-feira, 5 de junho de 2013

Cadê o tom?


Talvez o tempo tenha me deixado muito cricri, mas tenho assistido tantos vídeos recentemente (inclusive de bailarinas famosas) em que me surpreende a falta de um tom geral para a apresentação. Por exemplo: a apresentação começa com uma música dark, acompanhando uma encenação meio teatral, e 2 minutos depois entra um balkan animado finalizando com um solo de derbak. Tudo com figurino  de inspiração anos 20. ???? Não estou dizendo que sou contra uma apresentação dinâmica com momentos distintos, mas que esses momentos tenham ligação entre si, que fluam de maneira suave... Acho que isso se deve em grande parte ao "pode tudo" do Tribal Fusion, já que podemos misturar tudo então vamos nos jogar! E pode se jogar... É só pensar um pouquinho na performance como um todo, como uma unidade. Pelo menos eu, como espectadora, gosto de perceber uma história, uma evolução natural de fatores por trás da performance, gosto de ser levada pelo "enredo". Quando acontecem mudanças bruscas no tom, no estilo musical, na coreografia, fico meio perdida, dificulta para que eu entre no clima. E não é nada difícil prestar atenção à isso, é só observar alguns fatores simples: Tem alguma mudança brusca na música/estilo musical, ou as músicas evoluem de maneira fluída? O figurino combina com todas as passagens/fusões da música, ou só com os primeiros 2 minutos? Pensar nessas duas questões já ajuda muito para estabelecer uma uniformidade na performance, um clima geral... Acho isso tão importante! Vamos dançar coisas com pé e cabeça? :)

obs: foto de um dos filmes mais wtf de todos os tempos, em que o Arnold Schwarzenegger fica "grávido". Combina tanto para ilustrar minha expressão ao ver esse tipo de contraste no palco quanto para demonstrar o quanto wtf coisas mal pensadas podem ser, como esse filme (a imagem fala por si só!)

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Gothla 2012


O post de hoje traz a cobertura do Gothla 2012 que aconteceu no mês de junho no Rio de Janeiro e trouxe ao Brasil as bailarinas Ariellah (EUA) e Morgana (ESP). Quem contribuiu com as novidades dessa vez foi a Yoli Mendez. Brigadão Yoli! ;) Vamos lá:

"Confesso que o Tribal Gótico não é muito minha praia, mas como estudante de tribal, sempre que posso marco presença nos festivais que trazem bailarinas gringas para dar aulas. Este ano Jhade Shariff e Rhada Naschpitz trouxeram novos ares para o evento que acontece anualmente no Rio de Janeiro (ano passado com o nome de Tribes e esse ano como Gothla BR pois contou com a bailarina Morgana, criadora do evento gótico que leva o mesmo nome na Espanha).

Primeiro Dia - Sexta-feira dia 22 de junho

Bom, o evento se iniciou na sexta-feira, na escola Asmahan com os workshops das professoras convidadas Kilma Farias, Karina Leiro, Cibelle Souza e Paula Braz, Beth Damballah, Iman Najla e Morgana que encerrou o primeiro dia com um workshop de breaks e domínio corporal. Infelizmente só cheguei a tempo de fazer metade das aulas, então vou dar meu parecer sobre os works que pude participar.
Karina Leiro é sempre maravilhosa. Já fiz dois works com ela e sempre saio querendo mais. Ela ensina a fusionar os movimentos do flamenco com o tribal partindo sempre do movimento raiz, o que eu acho o máximo pois não aprendemos apenas um passo ou um combo, e sim aprendemos o movimento original que podemos ou não usar com o exemplo de fusão que ela propõe depois. Seguimos com Iman Najla, uma profe argentina que eu já conhecia pessoalmente de quando viajei para Buenos Aires para participar do seu evento que contou com a Ariellah em 2010. O workshop da Iman foi sobre técnicas de Dark Fusion, também me surpreendi bastante. Iman é uma professora super conceituada na Argentina que ensina e dança aquele gótico mais gótico do mundo, aquele que gosta de utilizar dentes de vampiros, punhais e lentes coloridas no palco, um estilo teatral, forte e sério. No work aprendemso a direcionar a energia dos braços e algumas maneiras de direcionar o olhar (aquele penetrante) para o público. Para finalizar, Morgana, muito simpática e linda nos explicou as diferenças entre locking, popping e breaks ensinando cada um deles em combinhos que futuramente uniu e fez uma coreografia. Deu para perceber que ela mandava muito bem e comecei a me animar para o show do dia seguinte, estava contanto as horas para vê-la dançar. E assim terminou o primeiro dia. Minha única reclamação foi o tempo de duração de alguns dos workshops, uma hora foi muito pouco :(

Segundo Dia - Sábado dia 23 de junho

O colégio Marista é lindo, adoro aquele lugar. O segundo dia se iniciou às 10:00 com o work "Combinações Avançadas" da Ariellah. como estava montando o ateliê não pude participar 100%. Ela utilizou alguns combos que já haviam sido ensinados nos workshops do ano anterior mas sempre vale a pena revisar :)
O workshop seguinte da Morgana foi sobre mímica animal. Ela ensinou alguns movimentos que referenciavam: pantera, serpente, gato, lobo, golfinho, cavalo e escorpião. Novamente juntou todos os combos de cada animal e fez uma coreografia só. Achei bem interessante, claro que nem todos aqueles movimentos ficaram bem para o meu corpo, hehehehe
Pausa para um lanchinho!
O segundo workshop da Ariellah foi sobre fluidez. Ela ensinou como ligar um movimento ao outro e realizar transições suaves entre os passos. Para quem já fez aula com ela, já é sabido: no começo aquela rodinha da galera sentada no chão e uma explicação maravilhosa sobre a importância da fluidez na dança, sobre a contração muscular, etc... O workshop terminou uma hora antes do esperado pois iria avançar no horário das mostras se continuasse, e o restante dele ficou para o dia seguinte. Me arrisquei em um improviso na mostra, hehehe

O show
Bem diferente do ano passado, o show me surpreendeu. O tema do show era Filmes Noir. A abertura foi bem legal, breve e divertida que contou com o personagem Saw do filme Jogos Mortais, ele era muito engraçado e ao mesmo tempo sinistro. Todas as nossas bailarinas estavam lindas, de verdade, mas minhas preferidas da noite foram: Aline Muhana, em uma interpretação maravilhosa do Poderoso Chefão, Gabriela Miranda, Cibelle Souza, Karine Xavier, Rebeca Piñeiro e Paula Braz. Ariellah é sempre maravilhosa, penetrante, intensa, sem palavras! Sobre a Morgana? Para mim ela foi quem levou o título da Rainha da Noite sendo aplaudida de pé após sua segunda performance. No geral o show foi maravilhoso, de super qualidade e de muito bom gosto. Terminado o show, o pessoal se reuniu em uma "after party" em um clube gótico. Essa parte eu vou pular, hehehe quem estava lá sabe o que quem não estava perdeu!

Terceiro Dia - Domingo dia 24 de junho.

Iniciamos com Morgana em um workshop sobre artes marciais e uso de adagas na dança, tenho certeza que depois de sua performance no dia anterior tinha muita gente empolgadíssima com esse work. O tema era bastante interessante porém não curti muito, nada com a aula nem com a professora, adagas e karatê é que não me apetecem muito. Seguimos com a Ariellah que finalizou o workshop do dia anterior sobre fluidez (com muitos giros para nossa alegria), passou alguns conceitos sobre movimentação no palco durante a dança (por sinal muito interessante) e prosseguiu com o workshop "O estilo de Ariellah". Não participei desse work então vou relatar o que a Gabi me contou (é a Gabriela Miranda mesmo). "Ariellah passou uma coreografia temática sobre um soldado e a guerra, com movimentos fortes e impactantes de grande apelo emocional e psicológico."
O segundo workshop da Morgana foi de deixar a língua para fora, quanta energia!!! De novo ensinou movimentos de Hip Hop em forma de combos unindo todos e formando uma coreografia no final com música Pump It do Black Eyed Peas, me diverti bastante com as meninas da Cia shaman. Finalizamos o evento com workshop "The Artist's"da Ariellah que foi considerado o melhor de todos por muita gente, um work bastante conceitual sobre intenção, foco, criatividade, personalidade e outras cositas más :) Adoro aulas conceituais!

Malinhas no carro e bora pra casa colocar tudo isso em prática!! No geral eu gostei bastante. Já tinha estudado com a Ariellah mas nunca com a Morgana. Senti falta de escutar a voz dela, hehehe, aprendemos bastante (e com um tempo bastante legal já que não tinha tradução) sobre novos movimentos e combos nos works mas senti falta de escutar o seu parecer ou intenção com os movimentos ensinados!

Ansiosa pelo próximo work :)"

Por Yoli Mendez

Yoli Mendez














Ariellah












segunda-feira, 19 de março de 2012

Tribal ou não tribal, eis a questão...

Sinto que estão surgindo cada vez mais dúvidas a respeito do que precisa ou não precisa para dançar tribal e se categorizar dentro do gênero, e gente que quer dançar fusion se sentindo obrigado a fazer aula de ATS, e gente que mal sabe o que é ATS se denominando Tribal Fusion...

A verdade é que todas essas discussões são absolutamente sem objetivo... É tão simples e claro, não existe motivo para argumentações infinitas! ATS é ATS. Tribal Fusion originou-se do ATS, e a parte tribal que tem no "Tribal Fusion" é o tribal do ATS (American TRIBAL Style). Não quer saber nada de ATS? Curte break, fusão contemporânea, fusão indiana, seja lá o que for? Ótimo! Dance e chame de dança do ventre fusão, diga que tem inspirações tribais, fica tudo lindo, tudo é permitido e a vida é bela! Invente um nome pro seu estilo que não envolva tribal! Agora, quer ser profissional de tribal (fusion, gothic, vintage, cabaret, whatever)? É de se esperar que um profissional conheça e pratique, no mínimo, a história e técnica do estilo TRIBAL (novamente, American TRIBAL Style). Você confiaria numa professora de dança do ventre que não conhece o ritmo baladi, ou saidi? Porque confiaria numa professora de tribal que não sabe as técnicas do estilo tribal? Quer apenas dançar Tribal Fusion? Legal, arrume uma boa professora do estilo e toda base que você precisa de TRIBAL (leia-se ATS) estará presente nas suas aulas de Tribal Fusion. Não precisa fazer aula de ATS para dançar Tribal Fusion. Precisa sim, de uma boa professora que saiba quais são as técnicas de TRIBAL e saiba passá-las adiante de maneira didática, para que você tenha a base para depois misturar o que quiser. 

O que eu não entendo é como qualquer um que estuda e gosta, por exemplo, da Rachel Brice, pode não ver semelhança nenhuma do trabalho dela com o ATS. Creio que essa pessoa realmente não conhece muito bem o ATS. Indo mais além, sabemos que no contexto geral o "Tribal Fusion" está tomando rumos cada vez mais doidos e distantes do ATS. Porém, quantas vezes já viram as bailarinas "referência" se auto-rotulando como Tribal Fusion? Sinceramente, nem me lembro da última vez que vi alguma delas se auto-intitulando dessa forma. Então, porque temos a necessidade de nos auto-rotular e, ainda por cima, não ter estilo ou técnica equivalentes ao rótulo auto-imposto? Além disso, para misturar diversas referências e estilos de dança, tem que ter background! Quanto mais se aumenta o leque de fusões, mais chance se tem de dar errado quando as bases não são firmes! 

Só como um parênteses, e para quem ainda acha que ATS é absolutamente dispensável para dançar Tribal Fusion, quando fiz o Teacher Training com a Carolena Nericcio lembro dela contando que um dia viu chegar no estúdio uma menina nova, bonita, se registrando para fazer uma aula de nível 1 de ATS. Quando ela olhou o nome na lista, estava lá, a já famosa Zoe Jakes. Portanto, estudo nunca é demais, e todo mundo tem que começar do começo em algum momento da vida. 

Então, porque pular etapas? Porque não respeitar o diacho do estilo e aprender do jeito certo, para fazer só uma vez? De que adianta anos de estudo para depois descobrir que o que você aprendeu estava longe de ser uma base sólida e suficiente? Vamos respeitar nosso tempo e dinheiro? Vamos respeitar o estilo e suas raízes? Se for para dar nome, vamos dar o nome certo?

Só para acrescentar, reparem nos "títulos" nos sites de algumas bailarinas:

http://www.rachelbrice.com/rb/Welcome.html

http://www.kamiliddle.com/

http://www.sherribellydance.com/

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Bê-a-bá do Tribal Pt.2


Aí vai a segunda e última parte do post!

*ITS - Improvisational Tribal Style (ou estilo tribal de improvisação)

O ITS é um derivado do ATS, e indica simplesmente que um grupo utiliza o sistema de improvisação coordenada em grupo do ATS/ FCBD, porém com repertório de movimentos que vai além, ou até mesmo em direções diferentes do utilizado no ATS. Mesmo sistema de improvisação, repertório de movimentos diferente. Um dos principais exemplos de grupo de ITS que eu conheço é o californiano "Unmata". Elas além de coreografia, trabalham o sistema de improvisação coordenada em grupo por meio de combos.

Unmata - ITS

* Tribal Fusion -
Acredito que esse estilo foi o principal responsável pela propagação mundial do tribal. Ele surgiu quando bailarinas do ATS foram saindo para criar suas próprias estilizações e acrescentar ainda mais fusões ao caldeirão de influências. Não existe uma ordem certa de quem iniciou esse movimento, pois na época não havia nem pretensão e nem consciência de que isso tomaria proporções tão grandes. Apenas aconteceu que, algumas bailarinas/ alunas de Carolena, quiseram se aventurar em suas próprias experiências, dando vazão à criatividade e fazendo uma fusão em cima da fusão. Daí o nome "Tribal Fusion": é o "tribal" do ATS acrescido de fusões do que a imaginação permitir, seja de origem oriental ou ocidental, antiga ou moderna. Algumas das bailarinas apontadas como pioneiras do Tribal Fusion e que estavam na cena desde o começo foram Frederique e Jill Parker, entre outras. Ao contrário do que se imagina, Rachel Brice chegou bem depois na cena, que acontecia quase que exclusivamente na região da baía de São Francisco, CA. Como o Tribal Fusion não tinha um formato específico como o ATS, bailarinas solo surgiram, até que o grupo internacional Belly Dance Superstars incluiu o estilo - até então relativamente novo para o mundo - no show, com a contratação de Rachel Brice. Por fazer turnês mundiais e produzir cds e dvds de alcance internacional, o Belly Dance Superstars lançou o tribal para o mundo, e as bailarinas do grupo, como Rachel Brice, Sharon Kihara e Mardi Love viraram referência instantânea do estilo.

Sharon Kihara - Tribal Fusion

Urban Tribal - Grupo de Tribal Fusion/ Contemporâneo

Do Tribal Fusion, surgiram e ainda surgem muitos sub-gêneros como o Dark Fusion, praticado pela Ariellah, o Tribal Brasil, praticado por várias bailarinas brasileiras que misturam ao Tribal Fusion influências de danças regionais brasileiras, o Tribal Gótico, o tribal com fusão de dança contemporânea, como os grupos Urban Tribal e Uzumé, e assim por diante. Muitas bailarinas criam nomes para seus estilos de tribal, daí vão se criando cada vez mais sub-gêneros... Mas o importante é saber que todos eles vêm da mesma raiz, e são apenas mais um pequeno desdobramento da grande e constante evolução que é o estilo tribal!


quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Retrospectiva Tribal 2011

Quase acabando o ano, quis relembrar os eventos de tribal de que participei em 2011, e o que teve de mais legal em cada um!

O primeiro foi o Campo das Tribos, em maio, organizado pela Rebeca Piñeiro em São Paulo. O Campo está indo para sua quarta edição em 2012, até então era um evento exclusivamente com bailarinas brasileiras de todo o país, feito por quem é do tribal e para quem é do tribal. Acho que essa é a parte mais legal do Campo, é um evento que abrange as variedades de tribal e dá espaço para todo mundo mostrar seu trabalho nas mostras, independente do estilo. O que importa é ser tribal! E participando esse ano foi exatamente o que eu senti, inclusão e ATS, Tribal Brasil, ITS, Tribal Fusion, Dark, tudo convivendo em harmonia! Em São Paulo é o único evento exclusivamente de tribal que reúne várias professoras e estilos em um só lugar. O Campo também tem workshops, e em 2012 terá a linda presença da Frèderiquè, uma das pioneiras no Tribal Fusion (e das minhas bailarinas preferidas) pela primeira vez no Brasil, junto com a Kilma Farias e comigo em works e show. Mal posso esperar! :D

Mas, como é hora de olhar para trás e não para frente, volto ao segundo evento de que participei esse ano, o Tribes Brasil, com a presença da Ariellah. O Tribes aconteceu em junho e foi organizado pela Nadja El Baladi e pela Jhade Sharif no Rio de Janeiro. O Tribes é outro evento que eu curto muito, participei em 2009 e novamente esse ano. O local é super especial, um colégião antigo e lindo com direito a um teatro igualmente lindo. O evento esse ano foi mais voltado para a estética Dark Fusion da Ariellah no espetáculo e nos works. Mas o que mais me chamou atenção foi o teor dos workshops da Ariellah, todos com muita ênfase em expressão e aspectos mais conceituais da dança, incluindo várias partes teóricas e espaço para troca de idéias. Já havia feito outros workshops com ela, no Tribal Fest 08 na Califórnia e aqui no Brasil no Encontro Internacional Bele Fusco, e embora aqui no Brasil ela tenha dado um work praticamente todo teórico, todos os demais foram bem técnicos. Outra ênfase dela foi na importância do estudo de ballet e outras danças na formação de uma bailarina que sabe utilizar espaços, padrões de pés, giros e tudo que faz parte de qualquer estilo de dança. Ou seja, a era das bailarinas de tribal que só ficam plantadas no palco fazendo carão está definitivamente terminada! rsrsrs

O evento seguinte de que participei esse ano foi o já tradicional Encontro Internacional Bele Fusco, com a presença da bailarina de DV Sonia Ochoa e da tribal Kami Liddle em setembro. A surpresa foi o enfoque nas fusões justamente por parte da Sonia, que deu nos workshops fusões latina e indiana, além de técnicas para dançar solos de derbak. Ela é uma bailarina de elegância e leveza notáveis, e como professora e pessoa, super doce e acessível. A Kami focou mais em técnicas elaboradas que se tornaram sua marca registrada, com sobreposição dos movimentos (layering) e uso dos braços com fluidez, além de sequências coreográficas. Achei todo o trabalho dela de leitura musical e composição dos movimentos incrivelmente sofisticado e peculiar; já havia feito um work com ela no Tribal Fest 08 mas com tanta gente e tão pouco tempo de aula, mal pude sentir como era seu estilo. Dessa vez com mais contato pude perceber todo detalhe e cuidado na elaboração da dança. Achei inspirador!

O último evento da minha pequena maratona desse ano foi o Shaman's Fest em setembro com a Mira Betz em Rio Claro, organizado pela Paula Braz e pela Cia Xamã. Esse evento foi bem único e especial. Novamente, o destaque foram as aulas mega conceituais da Mira. Nunca havia estudado com ela, e exatamente como todo mundo diz, ela é uma professora excelente. Mira não te ensina passos. Ela te ensina a criar passos. Mira não te ensina como dançar tribal, ela te ensina o que é tribal. Ela te ensina técnicas, como sustentar sua postura, como manter seu corpo seguro dançando. Além disso, muitos treinos com técnicas teatrais, muita teoria, muita conversa. Muito bom. No meio do mato então, foi uma lavada na alma essa imersão. Muito espaço para reflexões e questionamentos sobre seus caminhos na dança. 

Para mim, o que ficou mais marcado nos eventos nacionais e internacionais desse ano foi o fim das ditaduras de estilo, de receber pronto, de copiar. Já pensava e pregava essas  questões há um bom tempo, mas foi um belo reforço e uma bela mostra de todas as ferramentas que podemos utilizar para colocar  essas questões em prática. O tribal está mudando, ganhando cada vez mais espaço e respeito como uma dança legítima, como uma forma de arte legítima. E cabe a nós, bailarinas e estudantes, a responsabilidade de mantê-lo bonito e florindo cada vez mais!

Tenham um lindo 2012 com muita dança e alimento para alma! :D



*Em janeiro, pequeno preview dos eventos de 2012!


sexta-feira, 27 de maio de 2011

Novidades Tribais

Bom, pra quem ainda não sabe, essa é absolutamente a melhor época do ano para vídeos, o período pós Tribal Fest. O Tribal Fest é o maior festival dedicado ao estilo tribal do mundo, e acontece todo terceiro fim de semana de maio. Coincidentemente, esse ano ele caiu no fim de semana logo depois do Campo das Tribos, um dos maiores festivais dedicados ao tribal aqui no Brasil. :) Pra quem não viu ou não ficou sabendo, vale procurar os vídeos pela net, esse ano o festival contou com bailarinas do Nordeste, Rio e muita variedade! Foi lá também a estréia do meu grupo de ATS, o Pandora! Alguns imprevistos básicos de estréia à parte, correu tudo suavemente e com diversão, o que é o mais importante! Aí vai o vídeo. Bailarinas: Anna Pereira, Ana Lua, Yoli Mendes, Dayene Carvalho, Gabriela Miranda e Mariana Quadros.


Bom, voltando ao assunto do Tribal Fest, geralmente depois do seu acontecimento temos um panorama legal do que está rolando no mundo tribal gringo. Como todo mundo costuma preparar algo especial para o evento, e a maior parte dos grandes nomes do tribal estão lá, dá pra ter uma boa noção do que está "em voga" no tribal atual! Ainda não me empolguei muito com o que vi, não curti tanto algumas das minhas favoritas do ano passado, mas ainda falta muita coisa para ser postada... De qualquer forma, esse é o meu preferido dos que vi até agora:

Achei lindissíssímo esse duo meio dança contemporânea da Tjarda (Uzumee) e da Samantha Emmanuel:


Para finalizar, surpreendentemente os vídeos do TF esse ano também coincidiram com o surgimento dos vídeos de outro mega evento americano: o Tribal Massive em Las Vegas. O Tribal Massive parece que tem como proposta oferecer workshops e um show super bem produzido de bellydance, tribal e afins, e o resultado é admirável. Os vídeos que estão surgindo acabam deixando os do TF pobrinhos em comparação, já que os do Tribal Massive contam com a mega produção do evento. Enfim, os vídeos estão arrasadores na minha modesta opinião. Acabei passando uma tarde inteira vendo as novidades! Meus preferidos vão a seguir, com exceção da Frederique a quem vou dedicar um post inteiro em breve! rsrs

A Rachel dançando essa música é o que há, e essa coreografia do Indigo é provavelmente a minha favorita do grupo:


Também amei esse duo do Unmata, até me lembrou um pouco o outro que postei antes, no conceito e feeling geral da coreografia. O Unmata geralmente tem umas coisas mais rápidas e power então curti muito essa suavizada, sem deixar de lado a força característica do trabalho delas; tem coisas do Unmata que eu assisto inúmeras vezes sem cansar, essa coreografia é uma delas!


Amei essa performance, nunca tinha ouvido falar dessa bailarina mas certamente dá vontade de procurar mais coisas dela:


Mira Betz chiquérrima como sempre em uma performance toda conceitual:


Não sou exatamente fã do trabalho dele, mas aqui achei que ele acertou em cheio!



Por fim, a Kami, que por estará no Brasil em setembro no Festival Internacional Bele Fusco. Não curti tanto a parte da segunda música, mas a primeira achei bem lindona!


Obs. Assistam os vídeos direto do youtube para não ficarem cortados e poderem assistir grandão, a maioria dá pra assistir em tela cheia! ;-)



quarta-feira, 30 de março de 2011

Novos Projetos!

Não costumo fazer divulgação de eventos por aqui mas estou com esses dois novos cursos e estou super empolgada com o conteúdo deles!

O primeiro é um curso de curta duração no estúdio da Elis Pinheiro, bailarina que sou fã (:D) em São Paulo. O conteúdo será "Tribal aplicado à Dança do Ventre" e o curso se inicia no dia 11 abril e tem término no dia 27 de junho. Estou planejando muitas coisas legais pra esse curso! Bailarinas de tribal são bem-vindas, e podem esperar um conteúdo com foco maior na técnica, musicalidade e qualidade de performance! Informações completas com a Elis no email: elispinheiro.estudio@gmail.com.




































O segundo é um workshop de ATS em São Paulo, o primeiro em sampa desde que tirei o certificado de professora e o Sister Studio do Fat Chance. Estou empolgada pra começar a espalhar mais ainda esse estilo, tenho me divertido pencas desde que comecei a ensiná-lo em aulas! :D Vai ser num espaço super lindo na Vila Madalena! Informações no meu email: nanaquadros@hotmail.com. Espero vocês!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Mitos do Tribal

Estou voltando agora depois de um tempo afastada por conta de viagens e projetos novos (depois conto sobre isso!) mas estava com saudade daqui!:) Vou começar transferindo tudo do blog do meu Multiply pra cá, pois vou fechar a conta por lá. Não dá pra manter 300 redes sociais ao mesmo tempo, e por enquanto minha prioridade é o blog! Começo por um texto que já tem divulgado em alguns lugares, mas não aqui ainda, por isso aí vai!


Mitos do Tribal -


Alguns mitos que circulam os meios do tribal no Brasil:

1) Pra dançar tribal tem que fazer carão.

No estilo tribal original, o ATS, as dançarinas simplesmente expressam o que quer que seja que estão sentindo. Se estão felizes, vão sorrir. Se é uma música que inspira uma expressão mais séria, vão ficar de acordo. A interpretação do tribal fusion com "carão fechado" foi a de um grupo (contingente tribal do BDSS), em uma época (2005 senão me engano), que já até passou. Mas por ser provavelmente o material mais famoso de tribal de que temos notícia, tem muita gente que ainda acha que pra dançar tribal tem que fechar a cara. Nada a ver. Muito pelo contrário, é uma dança muito abrangente em termos de expressão.

2) O Tribal foi criado pela Jamila Salimpour (ou pela Masha Archer).

Esse circula não só pelo Brasil, mas também pelo exterior. O grupo da Jamila Salimpour, o Bal Anat, não era e nunca foi intitulado como tribal, nem por ela nem por ninguém. Era simplesmente um grupo que, nos anos 60 se não me engano, reproduzia e fantasiava em cima de estilos tradicionais de danças orientais em feiras pelos EUA afora. Aí, a Jamila Salimpour teve como uma de suas alunas a Masha Archer, que trouxe alguns dos conceitos que serviram como base para Carolena Nericcio, sua aluna, criar aí sim o "Estilo Tribal". Entre alguns desses conceitos que Masha difundia estavam o uso das pernas cobertas, a cabeça envolta em turbantes, a dança em grupo improvisada e as formações em grupo apropriadas para serem vistas de uma longa distância, como em um palco. Carolena, por ser aluna da Masha, já tinha essas idéias em mente quando começou a dar aula para seu pequeno grupo de alunas, mas reparem que nada disso ainda tinha o nome de "tribal". Era só a interpretação delas da dança oriental. Na verdade, a Carolena no começo nem sabia que esse "estilo" delas era diferente dos demais. Mais tarde, quando elas começaram a aprimorar essas idéias, foi que alguém sugeriu que elas dessem um novo nome para o que estavam criando, e foi aí que surgiu
o título propriamente dito de "Tribal" ou, mais especificamente "American Tribal Style", conhecido pela sigla "ATS". A mãe do tribal é a Carolena Nericcio, não existia "tribal" antes dela.

3) Para fazer tribal fusion tem que saber fazer ondulações e peripécias abdominais, basta estudar os vídeos da Rachel Brice.

O Tribal Fusion é uma derivação do ATS. As principais características do ATS são (não listados em ordem de importância):

1. Os trajes ricos e que valorizam as qualidades femininas e da dança sem expor excessivamente o corpo;

2. A postura orgulhosa e o trabalho de braços e mãos com influência do flamenco;

3. A improvisação coordenada em grupo;

4. A atitude com que as dançarinas entram no palco, sua postura é de dançar para se divertir e não necessariamente para o público numa atitude de flerte ou "conquista";

5. Um senso de ligação com a terra e a natureza, os movimentos e trajes favorecem uma imagem menos "leve" e mais "tribal". Usa-se pouco a meia ponta, tecidos e trajes leves e sintéticos abrem lugar para mais "pesados" e naturais;

6. Um vocabulário de passos fechado e pré-estabelecido previamente ensaiado e comum a todas as dançarinas do estilo, salvo com pequenas diferenças entre um grupo e outro.

O Tribal Fusion se utiliza de alguns desses aspectos do ATS para criar uma dança nova. Portanto, o TRIBAL fusion, como o próprio nome já diz é a mistura do TRIBAL (ATS) com alguma outra coisa. Se não tiver NADA a ver com ATS, então não é TRIBAL fusion, simplesmente FUSION. Uma dançarina de tribal fusion, deve tomar do ATS, necessariamente, a postura, por ser uma das características mais marcantes do estilo. Tem que conhecer, mesmo que depois não utilize, uma parte desse vocabulário do ATS, senão não tem porque se chamar de tribal, entendem onde quero chegar?

TODAS as bailarinas de tribal fusion que conhecemos e amamos, por mais que algumas (como a Zoe por exemplo) não tenham estudado profundamente o ATS, tem familiridade com o estilo, conhecem e praticam a postura e a filosofia geral do troço...senão não tem por onde ser tribal! Um traje não faz de você tribal, nem uma música. O que faz de você tribal é saber de onde veio, estudo, ralar! Como em qualquer outra dança....um tutu não faz de ninguém uma bailarina...

4) Qualquer fusão de dança do ventre é tribal.

Meio que batendo na tecla do último mito, mas vamos lá. Ao contrário do que muita gente pensa, a Tempest, por exemplo, não é do tribal. Ela á gothic Bellydance, fusão de dança do ventre com estilo gótico. Nada de tribal, nem postura, nem trajes. É diferente, mas não é tribal. É fusão, mas não é tribal! Outro exemplo, se vocês procurarem vídeos da Anasma no youtube. Ela faz umas fusões com elementos teatrais, de hip hop, coisa fina. Novamente, é fusão, mas não tribal! Da próxima vez que assistirem um vídeo da sua bailarina preferida, tentem identificar onde está o tribal no “tribal fusion” dela. Com certeza vão achar! Quando não acharem, provavelmente, é porque não existe em nada além do nome! Não há nada de errado com isso apenas, vamos dar o nome certo pro estilo que a gente se propõe a representar.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

A música para Tribal Fusion

Ouço muita gente reclamar que acha difícil encontrar músicas pra dançar, e ás vezes me perguntam como achar músicas novas para se apresentarem. A verdade é que fazemos parte de um estilo de dança que é dos mais democráticos em termos de escolha de tudo, inclusive musical. Não tem nenhuma razão no mundo para dançarmos sempre as mesmas músicas, a não ser que essa seja a sua preferência pessoal.

O que eu costumo dizer é que o critério para essas escolhas deve ser sempre o coração. Escolha músicas que você ama, que te tocam de alguma forma. Procure entre as músicas que você costuma ouvir normalmente, fora do âmbito da dança. Muitas vezes tem verdadeiras pérolas só esperando para serem dançadas! Não se preocupe se alguém já dançou ou não aquele estilo musical, se vão achar que é estranho você dançar aquilo. Nosso estilo é estranho! O importante é escolher músicas com as quais você sinta uma ligação, e não somente as músicas que você acha que servirão bem pra sua apresentação. Tem que ter um algo mais. Se a música que mexe com você é daquelas "baciadas" que todo mundo já dançou, também não precisa se preocupar! Se ela realmente te toca, você certamente achará uma maneira diferente de interpretá-la, pois ninguém sente as coisas exatamente do jeito que você sente.

Porém, existem alguns cuidados a serem tomados na escolha da música. Primeiro, se a música tiver letra, saiba sobre o que fala e preste atenção se o que é falado combina com a sua intenção ao dançar. Geralmente a letra da música ajuda bastante a dar o tom da apresentação, você pode até brincar com algumas coisas faladas na letra enquanto dança, contanto que não vire mímica! Voltando a questão de conhecer a letra, mesmo que ela seja em outro idioma, com a internet e os youtubes da vida nunca se sabe quem vai assistir o nosso vídeo. Por isso, todo cuidado é pouco com músicas cantadas!

Fora esse cuidado com as letras, também devemos tomar cuidado com o lugar em que vamos dançar na hora de escolher a música. Talvez não seja uma boa idéia escolher uma música muito maluca, por exemplo, pra dançar em um local onde o público seja totalmente leigo em tribal. Melhor guardar as experiências mais ousadas para um público que seja mais amistoso, como por exemplo pessoas que já sejam da área da dança ou amigos que tem mais condições de entender o que você está fazendo.

Fora isso, realmente o céu é o limite na escolha musical. Bom senso e bom gosto também ajudam bastante nessa hora! Deixo aqui alguns vídeos com escolhas musicais nada óbvias! Embora o primeiro não seja de tribal, acho que ilustra bem esse tópico!

Petite Jamilla dançando uma música do Counting Crows, uma das minhas bandas preferidas de todos os tempos! Ficou meio hipnótico, se não fosse pela pentelha fazendo lililili altão várias vezes! *_*


Aqui eu dançando uma música de outra banda das preferidas, Arctic Monkeys. Essa foi escolhida meio sem querer, quando fui ver já estava dançando! Acho que ela que me escolheu! ;) Ah, e só pra constar, não considero esse momento como um dos meus mais tribais, muito pelo contrário. Mas tá no fusion então tá valendo! rs

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Favorito do Fest!

Ai, ai... Último post sobre tribal fest, prometo! Depois de algumas decepções, meu vídeo preferido esse ano - pelo menos dos que entraram até agora, acho que não devem faltar tantos assim - foi de certa forma o mais óbvio, mas nem tanto! FatChance arrasou. Ponto. Carolena sabe fazer um show. Não assiste aqui não, vai lá no youtube que dá pra ver em tela cheia de tão boa que tá a imagem do vídeo. O que é aquele solinho dela com aquela flautinha, o beatbox e as meninas de fundo? Coisa linda! ATS em seu melhor!

 

Parte 2


E, finalizando, uma que nunca foi das minhas favoritas mas tá quebrando tudo! Meu vídeo preferido depois do FatChance, tenho curtido muito ver ela dançar ultimamente e ela foi fantástica aqui, a segunda dançarina do vídeo, Sherri Wheatley. Ah, esse também dá pra ver em tela cheia no youtube :D

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Tribal Fest 10 (pt.3)

Terceiro dia do Tribal Fest

"Hoje só tenho a ultima classe do intensivo da Rachel. Aqui ela pediu que ensinassemos os movimentos que criamos ontem em dupla a outra dupla e combinassemos todos os movimentos...foi realmente um desafio, criar as transições entre as duas combinações, ensinar nosso padrão e aprender o da outra dupla...O bicho pegou quando ela pediu que depois disso. pegassemos 4 tempos disso tudo e fizessemos ao contrario, como o rebobinar de um video. (na foto, Ana com Kajira Djoumahna, diretora do Black Sheep Bellydance e organizadora do evento)

Depois de um tempo enorme onde todos lutavamos para conseguir fazer isso ela falou que essa sensação de frustração e insatisfação que sentiamos que sentiamos fazia parte do processo de criar algo artisticamente novo...ao invés de simplesmente copiar os movimentos de outra pessoa...algo dificil, desafiante mas necessario no "criar arte".

Os Shows

Sexta, sabado e domingo são dias de show no Tribal Fest. Muita gente explorando propostas novas. Esse ano não filmei muitas coisas porque queria assistir mais (se você filma você não assiste direito) Os que mais gostei? Adivinha?? É logico, a Rachel Brice, linda....a Kami Liddle, Heather Schoopman, Urban Tribal, King Chuck and the Chuchetes, Frank Farinaro...e algumas outras apresentações de pessoas que eu nem conhecia...É como se você conhecesse uma grande familia de pessoas que gostam das mesmas coisas que você...é uma experiencia forte, cansativa também porque sao muitas horas de show, não dá para ver tudo...mas acima de tudo uma experiencia muito enriquecedora.

E o que mais me amedrontava...dançar naquele palco...foi uma experiencia muito linda....

Me preparei nos dias anteriores dançando um pouco de improviso no quarto de hotel com o mp3 no ouvido. Fui percebendo que dia a pos dia com a convivencia diaria com as pessoas e assistindo os shows eu ia me sentindo mais a vontade e melhorava pouco a pouco.

Eu só danço de improviso, isso dá medo porque você nunca sabe o que vai acontecer. Escolhi a conselho da Mariana uma musica que já tinha dançado....isso foi muito bom por que eu já estava sentindo a musica como parte de mim.

No dia acordei cedo...me maquiei e fiz o cabelo no hotel, dancei mais um pouquinho no quarto antes de sair.Fui a pé causando super maquiada na rua e cheia de penas no cabelo.

Lá na sala camarim do Tribal Fest terminei de me arrumar e me senti muito bem vendo que ficar nervosa e com medo antes de entrar no palco é natural e que nisso somos todas irmãs. Recebi elogios sobre a minha roupa ...isso me deixou um pouco mais confiante....as americanas são muito gentis. Eu ia dançar 12:00 no domingo.

Quando chegou a minha vez....respirei fundo...subi naquele palco lindo e colorido...e... não tenho a minima ideia do que fiz....tentei sorrir e passar para o publico a alegria que aquelas musicas me passavam ( fiz uma montagem com A la Lune do Cirque du Soleil e Wanderlust do Abney Park).

Lembro de ter pensado que fiz muito os mesmos movimentos...sempre penso isso....sai com o coração batendo muito forte e ....quando no fim do dia consegui ver meu video vi que não fui tão repetitiva e monotona como tinha pensado e até que gostei do que fiz...eu estava natural e fluida...ufa!

Foi como se eu tivesse ultrapassado uma barreira...a barreria do não posso, do não sou boa o bastante...e entrasse finalmente para a minha tribo querida do "simplesmente adoro dançar e sou assim"

É isso...momentos bons, misturados como momentos extressantes...mas tudo definitivamente valeu a pena!!"


Ana arrasando no Tribal Fest! (pra quem quiser ver o vídeo dela, está no tópico "Tribal Fest 10")

Tribal Fest 10 (pt.2)

Ana Lua e Mizzz Rachel Brice!

Demorou um pouquinho mas recebi as novidades fresquinhas tribal fésticas da Ana Lua, minha amiga que foi pra lá esse ano. A Ana foi pela primeira vez em 2008 comigo e depois voltou em 2009 e, agora, em 2010. Ela não trabalha com dança, mas como tatuadora e fez muitas das minhas tattoos e mais um monte em amigas minhas! Pra quem interessar, o site dela é esse. Como aluna, ela é super dedicada e por estar comigo há uns três anos, pude assistir de pertinho essa dedicação traduzida em um desabrochar na dança! :D Desbravou o palco do TF esse ano, única brasileira por lá dançando! E aí vão suas experiências no festival:

Primeiro Dia, Primeira Aula com a Rachel

"Chegamos um dia antes do festival...aviso aos navegantes...a viagem é cansativa ( 10 horas o primeiro voo, 4 horas o segundo...que se atrasou 3 horas) esse primeiro dia foi só para descansar e comprar algumas coisas no mercado. Ficamos no Fairfield inn Marriot que fica a uma caminhada de meia hora para o Tribal Fest (6 dias para um casal: por volta de $900).

Primeiro dia do Tribal Fest...intensivo da Rachel Brice...me surpreendi, ela é super simpatica ( para mim ganhou o troféu de Fofa do Tribal Fest. Começou com um pouco de yoga (que me surpreendi também por ser suave e muiiito bem vinda ao meu corpo cansado da viagem) Depois ela deu alguns movimentos soltos ao som de um delicioso rock antigo....deu para perceber que os movimentos para ela nascem de uma maneira natural que abraça a musica.

Depois ela deu algumas combinaçoes simples mas muito saborosas...e terminou com um relaxamento e mantras....

Depois da aula da Rachel fui para a classe da Mardi Love, o tema era novas combinaçoes...eu tinha amado o que fiz o ano passado no Brasil. Para me poupar nao fiz o aquecimento, já estava aquecida. Gostei desse workshop também...foram varios movimentos que espero aproveitar e usar mais tarde.

Ela criou algumas variaçoes de movimentos que eu já havia feito na aula da Mariana como o Egyptian e o Moroccan Campfire, unindo esses movimentos...Alguns dos movimentos eram parecidos com alguns da classe da Rachel...dá para perceber como essas duas andam sempre trocando figurinhas...foram tantas combinaçoes que comecei a me perder um pouco...entao comecei a intercalar momentos onde eu seguia os movimentos com outros onde eu filmava...para poder ter como referencia para estudar depois. Adorei esse workshop.

Cansadissima...fui para a aula da Ariellah...era um intensivo de 4 horas, e estava morrendo de fome mas não deu tempo de comer nada. no meio da aula dei umas mordidas numa barra de cereal...isso me salvou!

Aqui ela frizou a importancia da expressão e intensão na dança...a comunicação com o publico e de tentar sentir o que a musica comunica para você e tentar passar essa emoção através do seu corpo.

Aqui eu tive um problema...ela passou movimentos que para mim eram um pouco complicados... sobreposições de isolamentos e locomoções um pouco rapidas...eu estava muiiito cansada...então fiquei tão preocupada com os movimentos que a expressão ficou para tras...acho que para mim seria mais facil tentar colocar sentimentos e expressão na dança se os movimentos fossem simples e eu não tivesse que me preocupar com eles.

Ah...livro recomendado pela Rachel e a Ariellah: The intimate act of choreography (parece que tem na Amazon) e a Rachel também recomendou um dvd chamado Yoga Therapy.

Conclusão desse primeiro dia...amei todas as classes, só a ultima é que não aproveitei tanto por causa do cansaço, 8 horas de classes num dia é meio que loucura...mas valeu a pena...

Houve momentos, principalmente no work da Ariellah em que me senti desajeitada, acho que isso é normal, troquei algumas poucas palavras no meu ingles caiçara com algumas das outras tribalistas...isso foi bom para que eu saisse um pouco da concha...Fiquei super nervosa por causa do domingo....me inscrevi para dançar, e como ser muiiito humano que sou, perto da Rachel, da Mardi e da Ariellah me senti muito pequena e me enchi de questionamentos...mas acho que faz parte. Ter pessoas que você admira muito a sua volta faz realmente você se esforçar mais."
 
Segundo Dia Tribal Fest
 
"Depois de uma boa noite de sono...fui para o Tribal Fest...uma das primeiras coisas que você aprende é como pedir carona...consegui uma e isso me poupou uma bela caminhada.

Segundo dia do intensivo da Rachel...meu Deus como ela é simpatica, amei essa mulher! O aquecimento com yoga foi um pouco mais puxado mas acho que estou evoluindo...aguentei bem. O primeiro tema de hoje...back bending (cambret) algo que nunca consegui fazer muito bem. Ela usou a espressão : "Go to the gold" para descrever um movimento de subir o peito e ir esticando as costas para tras....num movimento imaginario de passar por cima de algo para pegar o ouro lá atras....não sei se consegui descrever direito...mas o resultado foi que consegui fazer o back bending um pouco mais amplo e perfeito que o que normalmente faço.

Ela falou também de como as vezes no tribal os braços ficavam estaticos e sem vida nas posturas e posições "corretas" do tribal e pediu que deixassemos os braços brincar um pouco nos movimentos.

Depois ela começou a falar sobre os componentes de um movimento e pediu que criassemos em dupla um padrão de movimento para os pés bem simples...depois pediu que adicionassemos a esse padrão alguns isolamentos, depois adicionassemos um padrão de braços e por ultimo que adicionassemos um giro ou mudança de direção.

No final da aula ficamos em circulo ao redor dela seguindo os movimentos dela...foi magico...ela é demais (tudo bem...é verdade...fiquei babando)

Relaxamento e mantras de final.

Depois foi o work da Kami Liddle, gosto de estudar os movimentos dela em video e em 2008 já tinha feito uma classe dela no Tribal Fest.

Ela estava com o pescoço travado...o que combinava comigo (nesse dia eu estava com o ombro e o pescoço bem doloridos)

Ela falou como descobriu o lance de conectar os movimentos deixando a energia fluir...como se uma bola de energia fosse se movimentando pelo corpo...o como suas antigas professoras lhe falavam sobre ela ter que terminar os movimentos (Eu já escutei isso antes, né Mariana?) e que esse fluir de energia ajudou ela a conectar movimentos mesmo que incompletos. Dai eu me toquei que já tinha sentido que os movimentos dela tinham algo como o Taichi chuan , um eterno fluir e penetrar de um movimento no outro. Ela passou as combinações um pouco rapido demais e me perdi um pouco...de novo filmei um pouco para estudar depois.

Finalmente depois desses dois workshops eu estava livre e deu para ver um pouco das barracas de roupas...coisas lindas que no dia anterio só pude er de relance correndo entre as aulas...agora deu para olhar com calma e comprar um pouquinho.

Além das tradicionais calças melodias, as saias e acessorios para its e ats, muitas calças curtas com babados, alguns cintos e acessorios inspirados na época vitoriana com sobreposições de renda nos cintos e saias e coletes lindos, brincos enormes de prata. Os preços eram altos e é preciso escolher bem e com cuidado."


segunda-feira, 26 de abril de 2010

A Postura do Estilo Tribal


Texto sobre um dos aspectos mais importantes do tribal, escrito por quem mais entende do assunto, afinal foi ela que "inventou" tudo isso: Carolena Nericcio. Traduzi o texto do livro/revista do FatChanceBellyDance "Tribal Talk - the voice of FatChanceBellyDance". Podem usá-lo à vontade, mas peço por favor que dêem créditos! Tanto a quem escreveu, logicamente, como a quem traduziu. Afinal, traduzir Carolena Nericcio não é tarefa das mais gratas! Ela tem um jeito muito simples e objetivo de descrever coisas complicadas, espero ter conseguido reproduzir essa habilidade em algum nível nessa tradução! Enfim, informação preciosa direto da fonte!!!:D


"Postura - por Carolena Nericcio (tradução Mariana Quadros)"

Fui questionada diversas vezes ao longo dos anos sobre a postura usada em nosso estilo, interpretada por muitos como uma hiperextensão da coluna. É provável que esse erro comum seja cometido ou por quem nos assiste apenas nos shows ou por quem assiste às aulas, mas não é capaz de identificar os realinhamentos posturais e músculos envolvidos na nossa postura de dança. É fato que uma coluna arqueada, ou hiperextensão da coluna lombar, não só limitaria o controle dos músculos abdominais (eles ficariam rígidos) como causaria dor e possivelmente lesão na lombar.

Quando vamos dançar, transformamos a postura do dia-a-dia em uma postura que nos permita mais liberdade de movimento e uma silhueta esteticamente agradável. Na postura diária a coluna é feita para sustentar o tronco sem sobrecarregar o sistema muscular. As curvas naturais ao longo da coluna são um sistema de apoio genial, e são posicionadas para facilitar o equilíbrio da cabeça, dos ombros e das costelas. Nessa postura comum o topo da pélvis gira para frente, e a parte de baixo gira para trás, proporcionando uma condição em que o cóccix é usado como um “leme” para a movimentação do tronco. Na postura de dança, a parte de cima da pélvis gira para trás e a parte de baixo para frente, posicionando o peso nos calcanhares, atrás do centro natural do corpo. Essa mudança de peso serve pra liberar o cóccix e permitir que a pélvis fique “pendurada”, propiciando maior mobilidade. Porém, nessa nova postura as costelas ficam muito à frente do centro. Girando os ombros para trás e erguendo as costelas, redesenhamos temporariamente as curvas da coluna para equilibrar o corpo sem sobrecarregar os músculos necessários para a dança.

O que alguns interpretam como “coluna arqueada” (o que incluiria a hiperextensão do cóccix) é na verdade uma pélvis neutra com as costelas erguidas, criando um novo espaço para movimentação logo abaixo do diafragma. É um ponto estável, da mesma maneira que a postura diária.

As costelas não se erguem por nenhuma contração abdominal ativa, e sim pela contração de uma série de músculos nas costas, ao longo da coluna. Algumas pessoas acham essa postura desconfortável e difícil de manter no começo. No entanto, com tempo e esforço consciente, essa postura começa a parecer natural, até mesmo essencial para os movimentos da dança. Você não se inclina para trás, apenas muda o peso para trás do centro natural do corpo.

Esteticamente, a costela erguida e a coluna neutra combinam com os movimentos e atitude poderosa da dança tribal. Qualquer um entende a linguagem corporal confiante de um peito erguido; enquanto um peito afundado demonstra derrota e baixa auto-estima. Um peito erguido demais é sinal de insegurança camuflada por uma postura exagerada. Você deve parecer confortável na postura de dança, não na defensiva. Isso não quer dizer que o tronco neutro usado em estilos mais tradicionais de dança do ventre seja errado. Trata-se puramente de uma escolha da bailarina para se encaixar com os movimentos e atitude do estilo representado.

Tente esse exercício: fique em pé e aproxime os pés, talvez com os calcanhares se tocando e os dedos virados para fora apenas o suficiente para proporcionar equilíbrio (não com os dedos para fora como no balé). Aponte o dedo da mão para seu umbigo e empurre a cintura para trás, ao mesmo tempo em que libera o cóccix em vez de levantá-lo em hiperextensão. Agora, sinta como as costelas estão desconfortáveis, penduradas à frente do antigo centro. Para mudar isso, gire os ombros para trás espalhando as escápulas e erga as costelas contraindo o meio das costas. Isso deve lhe dar a sensação de que a coluna voltou a ser o principal suporte do tronco, proporcionando uma postura estável que lhe permitirá a movimentação para qualquer direção necessária. Experimente diferentes níveis de levantamento das costelas, já que todos são diferentes nesse sentido. Não erga demais as costelas, isso causará redução da mobilidade. Guarde o levantamento máximo das costelas para ênfase em movimentos da dança, como a ondulação ou rotação das costelas."

Foto tirada do flickr do FCBD: http://www.flickr.com/photos/29544674@N04

quinta-feira, 4 de março de 2010

Detalhes que fazem a diferença (ou A mágica do ATS)


Recentemente voltei a treinar com afinco os dvds do FatChance BellyDance e vou dizer uma coisa... Pra qualquer bailarina de tribal que queira honrar com o nome, fazer esses dvds e extrair o máximo de informação deles quanto possível é um must.

Porquê? Porque lá você descobre aqueles detalhes que fazem TODA a diferença. Qualquer um faz um arabic, ou um floreio, ou até um taxeem (como ela chama o oito para cima) na base da cópia. Agora, saber que o arabic é um passo de 2 tempos em que o peito sobe ligeiramente a cada transferência, ou que o floreio é liderado pelo pulso e um taxeem de ATS é um movimento extremamente contido, faz toda a diferença.

Não se consegue o resultado perfeito desejado a não ser que você atente para detalhes como esses. Não adianta querer fazer só de olhar; tudo tem um como e um porque, e não tem facilidade corporal que substitua esse conhecimento. E também tem outro detalhe importante: sendo o ATS um estilo de improvisação em grupo, é imprescindível que todas executem o movimento com base na mesma técnica para que o resultado final seja o mais harmônico possível.

Resumindo, não posso recomendar esses dvds o suficiente, de verdade. E treine com frequência, para que você possa colocar na sua memória muscular a execução correta. Indispensável!

Site do FCBD onde vende a série de dvds instrucionais dos volumes 1 ao 8: http://www.fcbd.com/catalog/index.php?main_page=index&cPath=72_74

Foto tirada do Flickr do FCBD: http://www.flickr.com/photos/29544674@N04/

Obs. Agora eu só consigo colocar links ás vezes. Por gentileza, copie e cole no navegador quando não tiver o link. Estou começando a achar que é pessoal.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Blogs Gringos Legais


Esses são alguns blogs de bailarinas tribais gringas que visito de vez em quando. O da Carolena Nericcio, segundo ela, é o lugar onde toma notas para escrever seu primeiro livro que terá as respostas para todas as perguntas sobre o FatChance BellyDance e sobre como ela teve a idéia para criar o ATS. Será muuuito bem-vindo sem dúvida! O da Rachel Brice tem pouca coisa referente à dança mas...hum...é da Rachel Brice! E o da Asharah é o que tem mais informação de dança, e muitos textos legais. Ela escreve bem, não tem muitas papas na língua e é uma daquelas que está sempre lutando para elevar nossa forma de arte. Kudos pra ela!

Carolena Nericcio
http://fcbdblog.blogspot.com/

Rachel Brice
http://rachelbrice.wordpress.com/

Asharah
http://bdpaladin.com/

Obs. Detestavelmente e por alguma razão desconhecida, não consigo inserir links nas minhas postagens. Pra visistar os blogs precisa copiar e colar o endereço no navegador. Desculpe por isso :P

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Olho Lindo

Este é um tutorial de maquiagem do youtube de um olho pretão perfeito pra tribal. É muito lindo! Eu tentei fazer em mim, não ficou igual mas ficou bonito também, vale a pena tentar! Eu gosto muito do canal dessa menina, ela é maquiadora profissional e tem um monte de dicas legais. O nome do canal é "Letz Makeup", só procurar no youtube que aparece os vídeos dela. E pra quem não tem esse fluidline da Mac que ela usa pra fazer a base da sombra, a Avon tem um produto parecido, um delineador em gel (ou creme, não tenho certeza) que vem num potinho. Deve funcionar também e é sem dúvida muito mais barato que o da Mac! Aproveitem!

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Tribal na América Latina


Quem me enviou esse texto foi a Ana Harff, tribalesca brasileira morando em Buenos Aires. Bem bacana o texto dela sobre como andam as coisas tribais lá por aqueles lados! Continue mandando notícias:) E que o tribal domine o mundo!:D

"E nossas hermanas latinas?

Faz poucos meses que eu me mudei de Natal para viver em Buenos Aires. A idéia era partir para algum lugar que me desse mais oportunidades artísticas, mais chances de estar em contato não apenas com vários estilos de dança, mas também artes plásticas, música, moda e tudo que pudesse fazer minha imaginação ferver.

Decidi pela capital argentina principalmente pela questão faculdade, onde começarei a cursar este ano a graduação em Artes. Com certeza não teria condições financeiras de me mandar pra São Paulo, por exemplo, então decidi ir mais ao sul. Meu receio antes de ir era se eu iria conseguir continuar com o tribal, pois nunca tinha ouvido falar das tribalistas argentinas. Decidi ir assim mesmo, e, no caminho, quem sabe fazer aulas de DV com Saida e continuar com o tribal em casa, pois a maioria das coisas que aprendemos no tribal realmente descobrimos pela internet, seja conversando umas com as outras em comunidades ou fazendo downloads de vídeos.

E em uma dessas pesquisas pela internet acabei descobrindo não só as tribalistas que atuam em Buenos Aires e em algumas cidades do interior, como em muitos países da América Latina. E uma coisa que me impressionou foi que eu percebi que todas essas bailarinas de países como Peru, México, Argentina, Chile, etc., não apenas se conhecem e reconhecem o trabalho das outras, como prestigiam com sua presença. Ou seja, é como uma grande comunidade tribal, sem a barreira de estar em outros países. Sempre que há um grande festival de tribal em um dos países, por exemplo, as outras fazem caravanas pra irem. Soa como se elas estivessem apenas em estados diferentes, não em países diferentes.

Sinto muito isso aqui na Argentina, que não existe distancia entre eu e outras pessoas de quase todos os países latinos, você sempre esta em contato com um estrangeiro e é tão normal quanto ir ao supermercado. Isso parece acontecer só no Brasil, onde um latino de outro país é visto como estrangeiro mesmo. Já pararam pra pensar como sabemos muito pouco sobre outras bailarinas latinas? Entre eles, o México é o país que mais investe no tribal, tendo seu próprio Tribal Fest Mexico (o nome oficial é esse mesmo). E já contou com presenças como a Mardi Love, Rachel Brice, Ariellah e Kajira (do Blacksheep).

Enfim, essas são só algumas divagações que passaram pela minha cabeça nessas últimas semanas aqui. No Tribal y Fusion do ano passado, por exemplo, eu vi que tinha um pequeno grupo de argentinas no evento. Mas que passaram super despercebidas, eu mesma fui uma que não fiz muita questão de saber quem eram, como era o trabalho delas na Argentina, há quanto elas dançam e como é a receptividade do tribal por lá. Kilma Farias e Nanda Najla são as duas bailarinas que eu sei que estiveram presentes em workshops pela Argentina, mas ainda é pouca a presença brasileira em eventos latinos.

Dias atrás descobri um site da comunidade tribal latina
(http://www.danzatribal.cl/). Ou seja, um site divulgando o trabalho e o nome de quem faz tribal pela América, juntamente com os principais eventos. Minha sugestão é que vocês entrem e dêem uma remexida no site e nos nas meninas. Lá tem México, Chile, Argentina...mas, cadê as brasileiras? Acho que podemos desviar nossos olhos dos EUA por alguns momentos e tirar qualquer barreira que exista entre a gente e nossas “hermanas”. Ver mais, saber mais, falar mais. Afinal, tribal no fim se resume a isso, irmandade."


Ana Harff
Ex-integrante da Cia. Xamã Tribal - RN.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Sobre Tribal Fusion



Traduzi esse texto do blog da Rachel Brice: http://rachelbrice.wordpress.com/. Lá ela diz ter adaptado o texto da Wikipedia. Resolvi traduzí-lo porque adoro textos escritos ou que tenham o aval de quem realmente viu tudo acontecer. Claro que nem por isso devemos supor que sejam 100% imparciais, acredito que algumas vezes não são... Ainda assim, considero um material de estudo mais confiável do que aquele escrito por alguém que já pegou a carruagem andando, por assim dizer! E a Rachel também fala sobre seu estilo pessoal, e não tem ninguém melhor para falar sobre isso do que ela mesma! Espero que aproveitem!

"As raízes do tribal fusion estão no Estilo Tribal Americano, também conhecido como ATS, criado em São Francisco pela Carolena Nericcio e sua companhia de dança FatChance Bellydance. O ATS é baseado na improvisação em grupo por meio de sinais com as mãos e movimentos. Jill Parker, um dos membros originais do FCBD, pode ser considerada como a iniciadora do tribal fusion. Depois de deixar o FCBD, ela formou o Ultra Gypsy Dance Theatre em 1996. Sob a direção de Jill Parker, o UG expandiu o repertório de movimentos do ATS usando coreografia e incorporando elementos de burlesco, cabaret e anos 20. O grupo também desconstruiu progressivamente o traje clássico de ATS (choli, sutiã de moedas, turbante, cinto de pingentes, saia, pantalonas).

Outra pioneira no tribal fusion é Heather Stants, que formou o Urban Tribal Dance Company em San Diego em 1999. Inicialmente, eram fortemente influenciadas pelo hip hop e pelas danças de rua, embora seu estilo atual pegue emprestado muitos elementos da dança moderna. Elas também são conhecidas pelos trajes minimalistas, que contrastam com os de muitas outras artistas do tribal fusion. Seus trajes complementam de maneira eficaz suas linhas elegantes e estilo suave. Mardi Love foi um dos primeiros membros do grupo, e mais tarde se juntou ao Indigo se tornando uma de suas maiores influências coreográficas e estéticas.

O Tribal Fusion se popularizou amplamente por meio de Rachel Brice e seu grupo The Indigo (formado em 2003). Conquistaram renome internacional fazendo turnês com o Bellydance Superstars. Rachel Brice descreve sua dança como uma combinação das técnicas de Suhaila Salimpour e do FatChanceBellyDance, com uma grande dose de Mardi Love. Ela também popularizou o uso de movimentos similares ao “popping”, apesar de creditar Ariellah como a fonte. Os membros iniciais do The Indigo eram Rachel Brice, Mardi Love, Michelle Campbell, Sharon Kihara, Janice Solimeno e Ariellah Aflalo. Rachel e Sharon foram membros do Ultra Gypsy e apontam Jill Parker como uma grande inspiração. Atualmente, o The Indigo é composto por Rachel Brice, Mardi Love e Zoe Jakes, que fazem turnê com seu próprio show, “Le Serpent Rouge”, desde 2007."

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Novidades do Tribal Fest 2010


Todo ano o Tribal Fest serve como "apontador de tendências" para o tribal. Por ser o maior festival do gênero, muitas coisas se reúnem em um lugar só, permitindo que a gente tenha uma visão global do que acontece na cena. Esse ano, teve duas coisas que me chamaram mais atenção xeretando no site.

Esses textos que traduzi e coloco a seguir estão na descrição de aulas do primeiro dia, pra quem quiser dar uma olhada: http://www.blacksheepbellydance.com/tf10/wed.html

A primeira é uma aula que será dada pela Rachel Brice intitulada "Misturando Tribal com Cabaret*: Combinações e Treinos". Notem que esse 'cabaret' não é o estilo ao qual nos referimos quando falamos em cabaret por aqui. Cabaret pra eles é o estilo de dança do ventre tradicional ou, como dizemos por aqui, clássica.

Aí vai a descrição da aula:

Neste workshop aprenderemos combinações de Cabaret que possuem estética predominantemente tribal. Faremos o aquecimento e o relaxamento com sequências de Viniyoga e iniciaremos a parte de dança com treinos energéticos.

E o que eu achei mais interessante, uma nota da Kajira sinalizada pelo asterisco ao lado de 'cabaret':

*Nota da Kajira: a fusão desses dois estilos originais foi a primeira variação completamente diferente que surgiu depois do ATS. Era chamado de “Tribaret” em menção à combinação de estilos. Depois, essa denominação virou “Tribal Fusion”. Eu considero isso como um “estilo raiz” e esse é o motivo pelo qual estou permitindo uma aula de “cabaret” no Tribal Fest. Como professora, aluna e historiadora de todos os aspectos do tribal, eu acredito que essa exceção à nossa regra de “sem cabaret” é válida.

O Tribal Fest é conhecido por ter uma política bem clara de "no cabaret", ou seja, se você faz dança do ventre tradicional com música árabe e traje tradicional, não passe nem perto do palco! Na programação dos workshops também não entra nada de dança do ventre tradicional. Por isso achei interessante tanto o tema do work quanto a subsequente nota da diretora. Isso nos leva à uma talvez reveladora realidade: o tribal fusion é sim dança do ventre! É uma mistura de ATS com dança do ventre tradicional, está aí, dito pela Kajira! Os breaks, poppings e modernos da vida surgiram como consequência disso. Não é a toa que enxergamos cada vez menos tribal no fusion, e agora percebo que não adianta lutar contra, estava escrito nas estrelas! Enfim, imagino se é algo nesse estilo que será ensinado:




A outra coisa que me chamou atenção foi a descrição do workshop/intensivo da Sharon Kihara:

Kokoro no Butoh

Kokoro é a palavra em japonês para coração (ou centro), e Butoh é a palavra formal em japonês para dança. Essencialmente, exploraremos essa forma de fusão japonesa.

O primeiro dia será uma combinação de treinos, equilíbrio, força lenta e “dança do rosto”, bem como menções às técnicas de Tatsumi Hijikata, o criador da forma de arte conhecida hoje como Butoh. A abordagem de Hijikata envolve pegar conceitos e internalizá-los por meio da visualização, integrando-os ao sistema nervoso. Assim, é possível transmitir emoções complexas e tabus por meio da expressão física e da energia pura e crua. Essa aula desafiará o aluno a se sujeitar a remover sua própria pele metaforicamente para acessar níveis mais profundos de coragem e comunicação por meio da dança. Exercícios em grupo e individuais serão dados para criar uma base profunda e pessoal ou história na qual trabalhar.

Esse intensivo de 8 horas é baseado nos meus estudos de Butoh em Berlim e em como transformaram meu conceito pessoal de dança e performance de maneira surpreendente. Têm sido liberador, terapêutico e me inspirou a olhar nos lugares onde tenho medo – geralmente onde estão as sementes para as melhores criações.



Quem assistiu a apresentação dela no Tribal y Fusion do ano passado talvez consiga ter uma idéia do que ela está falando...De onde surgiu aquela segunda entrada avassaladora (na minha modesta opinião)? Aí está a resposta! Como não temos vídeo daquela apresentação, aí vai um vídeo do youtube de até onde pude compreender, um dos maiores grupos de Butoh do Japão:




No youtube tem outros vídeos bem mais legais desse grupo, mas que não permitem incorporação. É só digitar Butoh que vai aparecer um monte de coisas interessantes (e ligeiramente bizarras para nossos padrões!).

Engraçado observar os caminhos que o estilo vai tomando!