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segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Padrões, Dança e Afins

Hoje andando pela internet me deparei com um artigo que explicava em detalhes a dieta pré-desfile de uma "angel" da Victoria's Secret. Algo que envolve uma semana de alimentação à base de líquidos e 12 horas sem ingerir sequer água. Quem quiser aprender pode ler o artigo aqui. Nem vou entrar na questão dos riscos aos quais essas moças se submetem por salários gordos e a perpetuação de um padrão de beleza caduco e impossível. E nem dos valores da nossa sociedade moderna.

Enfim, o que isso tudo tem a ver com a dança do ventre ou tribal? Tudo.

Por séculos a mulher foi considerada inferior, podada de qualquer autonomia sobre seu corpo, intelecto, e por aí vai. O mundo continua uma droga, mas em boa parte dele a mulher já conseguiu o direito de trabalhar, ter vida social, escolher o que quer fazer com seu corpo... Contanto que não escolha ter barriga (ninguém merece) ou pêlos no corpo (que nojo). Começa a ficar mais claro o que isso tem a ver com a dança? Estamos falando de uma dança milenar e essencialmente feminina (homens podem e devem praticar, mas não muda o fato de ser feminina em sua essência). Quem pratica sabe o impacto que ela causa na vida de uma pessoa - é uma dança de resgate, de autonomia e de liberdade. Dá poder. Quem não viu uma aluna que nunca teve coragem de mostrar a barriga levantando a blusa para visualizar melhor um movimento? E na hora da apresentação feliz da vida com a barriga de fora? É isso que essa dança faz com a mulher. Não é mentira, e quem conhece sabe! Agora, meu ponto principal é: porque não aproveitar essa característica inerente à dança e usá-la a nosso favor? Como? Não julgue a aparência das suas colegas. Não julgue a sua aparência. Seja de fato colega das suas colegas. Não é uma competição. Valorize-se. Valorize a dança. Se você é professora, faça com que suas alunas sintam-se boas, capazes, dê o exemplo. Quando dizemos coisas do tipo "esse brinco faz meu dedão do pé parecer gordo" não estamos nos valorizando. Estamos apenas reforçando o tipo de lixo que recebemos de forma maciça todos os dias ao abrir uma revista ou ligar a tv. Isso já tem de sobra. A mídia nos diz como deve ser nosso cabelo, nossa pele, nossas axilas(!)... Vamos fazer da dança nosso pequeno oásis, onde não importa se o quadril é 38 ou 48, mas sim a precisão com que ele faz a leitura musical. Sejamos a diferença, a contra-corrente. Capazes de nos aceitarmos, nos sentirmos bonitas como somos, e permitir que o outro também. É um treino constante e requer esforço. Mas, se ao menos no nosso minúsculo nicho conseguirmos nos livrar, só um pouquinho, desses padrões que nos escravizam, então vale a pena. É isso. Apenas um pouco de "food for thought".

Henri Matisse - The Dance, 1911

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Citações de Dança

Estava procurando algumas citações da Isadora Duncan na semana passada, e achei esse site super legal, chamado "Dance Quotes", cheinho de citações de dança por coreógrafos, bailarinos famosos e outros nem tanto, e também citações anônimas, todas separadas por categorias. Adoro citações e acho-as super inspiradoras, então amei esse site! Só que elas são todas em inglês...

Traduzi algumas de que gosto mais entre as da Isadora Duncan, mas entra lá e dá uma olhada que vale muito a pena! Fiz essas traduções eu mesma, peço que se for usar em algum lugar por favor  seja legal e dê os créditos!

"Existem três tipos de bailarino: primeiro, aqueles que consideram a dança como um tipo de treino de ginástica, feita de arabesques graciosos e impessoais; segundo, aqueles que, concentrando a mente, conduzem o corpo para o ritmo de uma emoção desejada, expressando um sentimento ou experiência vividos anteriormente. E finalmente, existem aqueles que transformam o corpo em uma fluidez luminosa, entregando-o completamente à inspiração da alma."

"Todo movimento que possa ser dançado à beira do mar sem estar em harmonia com as ondas, todo movimento que possa ser dançado na floresta sem estar em harmonia com o balançar dos galhos, todo movimento que alguém possa dançar... na luz do sol, ao ar livre, sem estar em harmonia com a vida e a solidão da paisagem - todo esse movimento é falso, no sentido de estar fora de sintonia em meio às linhas harmoniosas da natureza. É por isso que o bailarino deve acima de tudo escolher movimentos que expressam a força, a saúde, a nobreza, o relaxamento e a serenidade das coisas vivas."

"Se buscarmos a verdadeira fonte da dança, se formos na natureza, descobrimos que a dança do futuro é a dança do passado, a dança da eternidade, sempre foi e sempre será a mesma... O movimento das ondas, dos ventos, da terra, é para sempre a mesma harmonia perene."



terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Uma nota sobre presença de palco

A partir de 0:50



Fim.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Recomendação de livro 1

Bom, para a primeira postagem do ano (e inauguração do visual 2012/ apocalipse) resolvi colocar mais um trecho de um livro que já recomendei aqui, mas aproveito a oportunidade para recomendar de novo. É um livro fininho, de leitura rápida, chamado "A guerra da arte", do Steven Pressfield. Se você já leu, recomendo que leia novamente! O li pela segunda vez agora nas férias, e ele foi mais incrível ainda do que da primeira. Acho que é daqueles livros que a gente sempre tem que voltar a ler, para não esquecer. É indicado para qualquer um com pretensões artísticas ou empreendedoras em qualquer área. Basicamente, o autor identifica, dá nome e armas para combater uma coisa que todos sentimos: a dificuldade que é realizar um trabalho criativo ou artístico, aquele monte de obstáculos que "nos impedem" de fazer o que temos de fazer. Ele dá a isso o nome de Resistência. E é sobre ela que fala esse trecho:

"Resistência e Racionalização - parte 2

Resistência é medo. Mas a Resistência é astuta demais para mostrar-se dessa forma sem disfarces. Por quê? Porque se a Resistência nos deixa ver claramente que nosso próprio medo está nos impedindo de realizar nosso trabalho, podemos nos sentir envergonhados. E a vergonha pode nos levar a agir diante do medo.
A Resistência não quer que façamos isso. Assim, ela apresenta a Racionalização. Racionalização é, para a Resistência, aquele assessor que cuida da boa imagem do chefe. É a maneira usada pela Resistência para esconder o porrete da coerção às suas costas. Ao invés de nos mostrar nosso medo (que pode nos envergonhar e nos impelir a realizar nossa obra), a Resistência nos apresenta uma série de justificativas plausíveis, racionais, para não fazermos nosso trabalho.
O que é particularmente insidioso a respeito das racionalizações que a Resistência nos apresenta é que muitas delas são verdadeiras. São legítimas. Nossa mulher pode realmente estar no oitavo mês de gravidez; pode estar realmente precisando de nossa presença em casa. Nosso departamento pode realmente estar implantando uma reforma que consumirá horas de nosso tempo. De fato, pode fazer sentido adiar o término de nossa dissertação, ao menos até o bebê nascer. O que a Resistência omite, é claro, é que tudo isso não significa nada. Tolstoy tinha treze filhos e escreveu Guerra e paz. Lance Armstrong teve câncer e já venceu o Tour de France quatro vezes."

Tenham um ótimo começo de ano!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Retrospectiva Tribal 2011

Quase acabando o ano, quis relembrar os eventos de tribal de que participei em 2011, e o que teve de mais legal em cada um!

O primeiro foi o Campo das Tribos, em maio, organizado pela Rebeca Piñeiro em São Paulo. O Campo está indo para sua quarta edição em 2012, até então era um evento exclusivamente com bailarinas brasileiras de todo o país, feito por quem é do tribal e para quem é do tribal. Acho que essa é a parte mais legal do Campo, é um evento que abrange as variedades de tribal e dá espaço para todo mundo mostrar seu trabalho nas mostras, independente do estilo. O que importa é ser tribal! E participando esse ano foi exatamente o que eu senti, inclusão e ATS, Tribal Brasil, ITS, Tribal Fusion, Dark, tudo convivendo em harmonia! Em São Paulo é o único evento exclusivamente de tribal que reúne várias professoras e estilos em um só lugar. O Campo também tem workshops, e em 2012 terá a linda presença da Frèderiquè, uma das pioneiras no Tribal Fusion (e das minhas bailarinas preferidas) pela primeira vez no Brasil, junto com a Kilma Farias e comigo em works e show. Mal posso esperar! :D

Mas, como é hora de olhar para trás e não para frente, volto ao segundo evento de que participei esse ano, o Tribes Brasil, com a presença da Ariellah. O Tribes aconteceu em junho e foi organizado pela Nadja El Baladi e pela Jhade Sharif no Rio de Janeiro. O Tribes é outro evento que eu curto muito, participei em 2009 e novamente esse ano. O local é super especial, um colégião antigo e lindo com direito a um teatro igualmente lindo. O evento esse ano foi mais voltado para a estética Dark Fusion da Ariellah no espetáculo e nos works. Mas o que mais me chamou atenção foi o teor dos workshops da Ariellah, todos com muita ênfase em expressão e aspectos mais conceituais da dança, incluindo várias partes teóricas e espaço para troca de idéias. Já havia feito outros workshops com ela, no Tribal Fest 08 na Califórnia e aqui no Brasil no Encontro Internacional Bele Fusco, e embora aqui no Brasil ela tenha dado um work praticamente todo teórico, todos os demais foram bem técnicos. Outra ênfase dela foi na importância do estudo de ballet e outras danças na formação de uma bailarina que sabe utilizar espaços, padrões de pés, giros e tudo que faz parte de qualquer estilo de dança. Ou seja, a era das bailarinas de tribal que só ficam plantadas no palco fazendo carão está definitivamente terminada! rsrsrs

O evento seguinte de que participei esse ano foi o já tradicional Encontro Internacional Bele Fusco, com a presença da bailarina de DV Sonia Ochoa e da tribal Kami Liddle em setembro. A surpresa foi o enfoque nas fusões justamente por parte da Sonia, que deu nos workshops fusões latina e indiana, além de técnicas para dançar solos de derbak. Ela é uma bailarina de elegância e leveza notáveis, e como professora e pessoa, super doce e acessível. A Kami focou mais em técnicas elaboradas que se tornaram sua marca registrada, com sobreposição dos movimentos (layering) e uso dos braços com fluidez, além de sequências coreográficas. Achei todo o trabalho dela de leitura musical e composição dos movimentos incrivelmente sofisticado e peculiar; já havia feito um work com ela no Tribal Fest 08 mas com tanta gente e tão pouco tempo de aula, mal pude sentir como era seu estilo. Dessa vez com mais contato pude perceber todo detalhe e cuidado na elaboração da dança. Achei inspirador!

O último evento da minha pequena maratona desse ano foi o Shaman's Fest em setembro com a Mira Betz em Rio Claro, organizado pela Paula Braz e pela Cia Xamã. Esse evento foi bem único e especial. Novamente, o destaque foram as aulas mega conceituais da Mira. Nunca havia estudado com ela, e exatamente como todo mundo diz, ela é uma professora excelente. Mira não te ensina passos. Ela te ensina a criar passos. Mira não te ensina como dançar tribal, ela te ensina o que é tribal. Ela te ensina técnicas, como sustentar sua postura, como manter seu corpo seguro dançando. Além disso, muitos treinos com técnicas teatrais, muita teoria, muita conversa. Muito bom. No meio do mato então, foi uma lavada na alma essa imersão. Muito espaço para reflexões e questionamentos sobre seus caminhos na dança. 

Para mim, o que ficou mais marcado nos eventos nacionais e internacionais desse ano foi o fim das ditaduras de estilo, de receber pronto, de copiar. Já pensava e pregava essas  questões há um bom tempo, mas foi um belo reforço e uma bela mostra de todas as ferramentas que podemos utilizar para colocar  essas questões em prática. O tribal está mudando, ganhando cada vez mais espaço e respeito como uma dança legítima, como uma forma de arte legítima. E cabe a nós, bailarinas e estudantes, a responsabilidade de mantê-lo bonito e florindo cada vez mais!

Tenham um lindo 2012 com muita dança e alimento para alma! :D



*Em janeiro, pequeno preview dos eventos de 2012!


quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A "filosofia" do Tribal

Tem uma parte que eu gosto muito no tribal, que é a idéia que existe por trás do estilo. A proposta do tribal, a princípio, é a de reunir um grupo de mulheres para dançar e permitir que elas tenham um mesmo vocabulário de passos e possam dançar juntas e se divertirem até mesmo sem se conhecerem. Essa é a premissa do American Tribal Style (ATS), estilo que se desdobrou e teve um monte de crias, inclusive o Tribal Fusion. Junto com essa idéia, surgiram outras, como a de expandir a dança do ventre para além dos meios em que ela circulava, basicamente de bares e restaurantes. O tribal, por ser uma dança em grupo, era mais apropriada para ser apresentada em palcos grandes, teatros e afins, o que abria o leque de locais e público. Além disso, também existia a vontade de passar outra mensagem com o tribal, diferente da dança do ventre, e que também é muito responsável pela caracterização do estilo.

Esse grupo de mulheres dançando juntas não dança para agradar a ninguém, nem para exibir seu charme. Elas dançam para si mesmas, umas pras outras, sem se preocupar se são magras ou bonitas para os padrões da sociedade. É uma maneira de celebrar o fato de serem mulheres e confraternizar. Elas vêm em grupos, poderosas, e não sozinhas como as bailarinas de dv. Por esse motivo, a dança do ventre tribal acabou atraindo um novo grupo de mulheres que muitas vezes nem pensaria em fazer dv tradicional. Daí vem o fato de ter muito mais "gordinhas" do que na dança do ventre, muito mais tatuadas, e por aí vai. Além do mais, pode-se dizer que as roupas permitem muito mais a valorização de diferentes biotipos, não existe nenhuma regra que diz que ela tem que ser de determinada maneira, as possibilidades são inúmeras e não é preciso mostrar nenhuma parte do corpo se essa não for a vontade da bailarina. Por isso é que os grupos de tribal nos passam aquela impressão de imponência, de "sim, nós somos demais!"

Daí, é impossível não sentir que esse aspecto do estilo fica bem enfraquecido na modalidade solo. O próprio nome é contraditório: tribal solo. Não existe tribo de um. Mas o fato é que apareceram bailarinas solo que usavam as mesmas roupas e a mesma técnica dos grupos, caracterizando-as, por mais que parecesse contraditório, como tribal. E o engraçado é que essas bailarinas, ainda que sozinhas, passam a mesma impressão de "eu não tô nem aí pro que você pensa" dos grupos. E é aí que entra a parte filosófica da coisa: a idéia está lá, aquela é a semente, por mais que se dance sozinha, sabe-se qual é a origem de tudo e existe a preocupação de preservar a idéia inicial.
Eu senti uma diferença imensa de atitude na primeira vez que vi uma bailarina de tribal, por mais que ela dançasse sozinha, existia alguma coisa ali que a tornava muito diferente de todas as outras que eu já tinha visto até então. E eu acredito muito que esse algo a mais não eram apensa passos ou técnicas.

Escrito em 2007

Veja do que estou falando, e sinta-se á vontade para discordar:

ATS


Tribal Fusion

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Não se perca no caminho!


Queria falar de um "fenômeno" no tribal fusion que aconteceu comigo e que, quando parei para observar, percebi acontecendo com muitas pessoas. O nosso estilo é super livre, certo? Podemos usar a roupa que quisermos, a inspiração que quisermos, a música que quisermos, certo? (salvo pequenas restrições - que parecem se tornar cada vez menores). Então, justamente, acho que tanta liberdade de escolha às vezes pode atrapalhar. Deixe-me explicar: quando eu comecei a dançar, há 6 anos atrás, o tribal fusion era uma coisa. Hoje, apenas alguns anos depois, ele é totalmente diferente! Quer dizer, quando comecei a me acostumar ao estilo, ele já tinha mudado completamente. Como é uma modalidade que está em constante evolução, às vezes ficamos meio para trás com tantas mudanças. Por muitas vezes me senti assoberbada com a quantidade de interpretações possíveis para um mesmo estilo, e perdi o rumo. Esqueci o que eu queria para mim da dança, esqueci para onde eu estava indo. Na "minha época" o moderno, a "última tendência" era usar música eletrônica, misturar sintético com natural, plástico com prata tribal. Hoje, o hot do momento é comprar peças vintage e dançar música árabe. Vai vendo... Precisa ter muito bem definido para si o que VOCÊ quer de tudo isso, o que realmente fala mais alto com você, para que não acabe se "perdendo" de certa forma. Sei que isso tudo pode parecer muito severo e calculista da minha parte, mas veja lá, para mim a dança é uma busca eterna. Estou sempre atrás de um objetivo, buscando atingir alguma coisa em termos estilísticos e técnicos. Por isso, para mim se torna complicado quando a referência vive mudando a todo momento. E foi exatamente isso que eu acabei notando em alguns casos. São tantas as possibilidades que a pessoa se perde e não faz nada de concreto. Um dia está brincando com temas balkan, noutro dia querendo ser vintage, noutro gótica... E não se pode fazer tudo isso e divertir-se pencas? Opa, sem dúvida alguma! Se for isso que fala no seu coração, experimente e divirta-se! Mas, quando se trata somente de fazer por fazer, de dançar por dançar, então eu não concordo muito não. Nesse caso, acho que realmente devemos olhar pro começo e entender o que foi que nos atraiu, onde queríamos chegar com aquilo. Para mim, o momento em que consegui fazer essa retrospectiva representou um grande insight. Como se, de repente, tudo se esclarecesse e eu lembrasse novamente o porque eu comecei. Talvez eu não tenha conseguido ser muito clara, mas espero ter dado ao menos uma idéia do que eu quis dizer com esse post!

Acho que o que eu realmente quis dizer enrolando em todas essas linhas foi: não tente seguir a moda do tribal fusion. Não pule a cada nova tendência como  se você precisasse daquilo para ainda se enquadrar no estilo, isso não é verdade, e qualquer um que te diga o contrário está redondamente enganado. Siga seu próprio tempo, seu próprio feeling. Permita-se esperar o tempo passar e assimilar somente o que realmente tem a ver com você em meio a cada turbilhão de novas tendências. E lembre-se sempre do que te fez começar.

Obrigada muito muito por acompanharem o blog e pela paciência!

Abraços!

Mariana

Desenho por Aline Oliveira

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Divagações Aleatórias Pt.2


"Somente quando paramos de tentar ser o que não somos é que nos tornamos de fato o que queremos ser."


Tenham uma boa semana!


Frase de Mariana Quadros
Ilustração de Zoe Foster

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Para começar o ano

Ainda não tinha achado nada que valesse a pena para o post inaugural do ano, mas achei essa frase estupidamente linda em um livro de fotografia. O autor é um cantor, compositor, poeta e escritor canadense. Bom, aproveitem, e espero que tenham um belíssimo ano!


"Trabalhe com o que você tem. Esqueça a perfeição. Em tudo há uma falha, e é por ela que a luz entra"

- Leonard Cohen


Foto tirada desse site.


segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Aprender a fazer nada

Mais ou menos como uma seqüência do último texto que postei, continuo pensando nessa questão de dançar de maneira simples e bonita, tenho treinado muito para aprender a não fazer "nada"!  Mas como assim, não fazer nada? Assim, treinar o corpo para dançar de uma maneira que seja orgânica, que não seja mera junção de um passo no outro... De maneira que venha naturalmente. Manja aquela frase do Pierre Dulaine, em que ele diz que "a dança é o que está entre os passos"? Mais ou menos isso. Quando me lembro do que me atraiu no tribal desde o começo, lembro de o quanto isso me encantava, essa fluidez, essa coisa orgânica, meio imperfeita. Na época eu não me dava conta do quanto isso me agradava, mas hoje eu percebo e me faz entender porque as coisas antigas de tribal fusion ainda serem as que mais me encantam, com algumas exceções. Devo confessar que essa minha "descoberta"não é antiga, pelo contrário, é recente. Por conta dela, estou redescobrindo muitas coisas, e até enxergando outras de maneira bem diferente. Talvez seja só uma fase... Mas está me fazendo rever vários conceitos e experimentar várias coisas de um jeito que há muito tempo eu não fazia!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Mantendo contato

Pra não passar a segundona em branco, um pouquinho de inspiração!

Adoro essa foto, evolução do tribal total! Carolena, Jill e Rachel, só faltava a Jamila pra completar...

E mais alguém tem achado essa mulher uma deusa ultimamente?

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Agradecimentos


Hoje me senti inspirada a escrever sobre gratidão. É meio brega, mas fazer o quê, acho que estou emotiva.
 Depois da formatura das alunas do studio onde dou aulas em Santos (e de dois dias de febre, garganta inflamada e uma bezetacil - ok, isso não tem nada a ver com o tópico! :P Ou talvez tenha) percebo mais uma vez o quanto é bom perceber o desenvolvimento de alguém que fez ou faz aulas com você. Saber que você ajudou alguém de alguma forma. Para mim isso é muito gratificante. Além disso, depois de um certo tempo percebo que todo profissional quer mais é ser reconhecido por aquilo que faz. Se o profissional for bom, temos que agradecer mesmo! Eu acredito que ninguém chega a lugar nenhum sem vontade, por melhor que seja o professor. Como aquela frase que diz que ninguém ensina nada a ninguém, são as pessoas que aprendem. De toda forma agradeço de montão às pessoas que facilitaram e facilitam essa jornada de auto-conhecimento que a dança representa para mim. Professor que guarda conhecimento para si não ajuda ninguém. É preciso uma dose de generosidade para compartilhar o que se aprende ao longo de uma vida. Por isso, coloco as pessoas que tiveram um impacto mais significativo na minha dança. Não em ordem de importância (pois acredito que isso seria impossível!) mas aleatoriamente. Um trabalho bem feito sempre merece reconhecimento e divulgação! :D E nunca se sabe quando alguma dessas pessoas pode ter um impacto tão significativo na sua jornada quanto teve na minha!;)

Começando pelo começo, Jannah El Havanery, minha primeira professora. Acho que a primeira a gente nunca esquece! E tenho suspeitas de que se não tivesse caído nas mãos de uma professora dedicada logo no começo, não teria seguido em frente com a dança, desistindo depois de alguns meses. Continuando, Jade El Jabel deu uma revirada nos meus conceitos! Embora não seja bailarina de tribal, é bailarina porreta, professora sincera, e me proporcionou super insights durante as aulas. Pra quem sabe do que estou falando, também sabe que esse tipo de coisa não tem preço!;) Mais recentemente fiz algumas aulas com a Luana Mello, que em pouco tempo me permitiu bisbilhotar a dança sob a sua ótica pessoal. Isso é uma coisa que eu AMO quando faço aulas, ser capaz de perceber a visão da pessoa sobre a dança. Geralmente é isso que me leva a querer fazer aulas, workshops, etc, e não simplesmente pegar uns passinhos novos. Passinhos a gente pega no youtube, faça-me o favor! De qualquer forma, acredito que tiramos alguma coisa de todas as aulas que fazemos na vida. Mesmo quando não gostamos de alguma coisa, ela lhe acrescenta de alguma forma, nem que seja para saber o que não se quer fazer!

Chegando finalmente nas tribais, Frederique e Sharon Kihara são minhas "mestras" (odeio esse termo mas nesse caso sinto que se aplica bem!) A primeira me ajudou de uma forma que não consigo nem mensurar, até hoje, depois de dois anos que fiz suas aulas ainda tiro muita inspiração de tudo que ela me passou. Ela foi a primeira professora no tribal com quem tive contato direto, e me inspirou e ajudou de um jeito que, ah, não tenho como explicar! Sharon também teve um impacto imenso na minha dança. Me passou coisas super valiosas, de maneira mega generosa. Não tem coisa melhor do que receber ajuda e incentivo de quem a gente mais admira! Carrego um pouquinho de cada uma comigo! Por isso, agradeço a todas as minhas professoras e a todas as professoras competentes por aí, o que vocês fazem por nós não tem preço!:D

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Comparações

Essa semana me vi pensando numa questão que acho bem difícil de lidar: a comparação com outros artistas. Acho que já temos essa tendência naturalmente, e nas mulheres ela se faz maior ainda. O fato é que a comparação não leva a lugar nenhum! Ela não é saudável, não te faz crescer e muitas vezes ainda te faz sentir mal consigo mesmo. Cada um tem seu jeito de se expressar, de viver a vida, de usar a roupa, de ser! Lutem contra essa tendência quase irresistível que temos de viver nos compararando com os outros. Falo por experiência própria que essa é uma batalha constante, e parece que nunca tem fim (acredito que não tenha mesmo!). Mas realmente não é caminho pra nada. Quando você vive se comparando aos outros, acaba vivendo à sombra daquelas pessoas e nunca abre espaço para falar com sua própria voz. Ou (nem sei o que é pior!) você acha que é melhor do que todos e deixa que isso seja o principal guia para suas manifestações artísticas. Como podem ver, a comparação é mãe de muitos males! E até mesmo nos mal afamados concursos de arte, ganhar o primeiro ou último lugar não é sinônimo de nada, nem de qualidade nem da falta dela. Então, também não é termômetro confiável! Enfim, seja lá o que você faça, não faça para superar os outros. Faça para superar a si mesmo e você encontrará um caminho muito mais florido!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Resistência e Falta de Confiança em Si

O trecho a seguir é de um livro chamado "A Guerra da Arte", de Steven Pressfield. É um livro curtinho e fácil de ler, mas seu conteúdo é super inspirador. Recomendo para qualquer um que crie ou tenha vontade de criar qualquer coisa nessa vida! Ele não está mais sendo editado, mas é fácil de encontrar nos sebos por algo em torno de R$15,00 (foi onde encontrei o meu!). Espero que esse trecho inspire alguém do jeito que inspira a mim!:)

"A falta de confiança em si mesmo pode ser uma aliada. Ela serve como indicador de aspiração. Reflete amor, amor por algo que sonhamos fazer, e desejo de realizá-lo. Se você flagar-se perguntando a si próprio (e a seus amigos) 'Serei realmente um escritor? Serei realmente um artista?', é bem provável que você seja.

O falso inovador é extremamente autoconfiante. O verdadeiro morre de medo."

segunda-feira, 29 de março de 2010

Divagações aleatórias Pt. 1

Assistindo a uma apresentação de dança nesse fim de semana me dei conta de uma coisa em que vinha pensando há algum tempo: uma performance bem-sucedida é aquela que faz você sonhar. É aquela que faz com que, naqueles poucos minutos de apresentação, você fique envolvido de tal maneira que só queira continuar assistindo, e com o máximo de atenção possível. Você se abre um pouquinho e se torna um pouco mais vulnerável. Fica com cara de bobo. Já perceberam isso?

Eu já vi muitas bailarinas excelentes, do alto escalão mesmo, que não me envolveram desse jeito. Tenho certeza de que isso é também uma coisa muito pessoal, já que a mesma apresentação pode provocar diferentes sensações em pessoas distintas. E não podemos levar em conta apresentações em vídeo, em que coisas maravilhosas podem perder o impacto e se quer saber... O contrário também acontece. Estrelinhas do youtube à parte, é essa mágica que eu espero quando vou a uma apresentação, mesmo sem perceber... E acho que é a essa mágica que podemos almejar quando criamos alguma coisa. Alcançar uma partezinha das pessoas de alguma maneira, nem que seja por breves instantes, e tocá-las de alguma forma. É disso que é feita a arte.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Essa mulher sabe das coisas...


Martha Graham para Agnes De Mille, traduzido do blog da Rachel Brice (endereço do blog há uns dois posts atrás):

"Existe uma vitalidade, uma força, um despertar que é traduzido por você em forma de ação, e porque só existe um de você em todos os tempos, essa expressão é única.

Se você bloqueá-la, nunca existirá por nenhum outro meio e estará perdida. O mundo não a terá.

Não é sua função determinar o quão boa ela é ou como se compara com outras expressões. Sua função é manter o canal aberto.

Você nem precisa acreditar em si mesmo ou no seu trabalho.
Você precisa se manter aberto e inteiramente atento aos anseios que o motivam.

Mantenha o canal aberto.
Artista nenhum encontra contentamento.
A satisfação não existe em momento algum.

Existe apenas uma estranha e divina insatisfação; um desassossego abençoado que nos mantêm seguindo em frente e nos torna mais vivos que os demais."

*********************************************

Embora tenha feito o melhor que pude com a tradução, o original é tão lindo e preciso que se você entende inglês, sugiro que vá direto para ele!

“There is a vitality, a life force, a quickening
that is translated through you into action,
and because there is only one of you in all time,
this expression is unique.

If you block it, it will never exist through any other medium
and be lost. The world will not have it.

It is not yours to determine how good it is;
nor how it compares with other expressions.
It is your business to keep the channel open.
You do not even have to believe in yourself or your work.
You have to keep open and aware directly
to the urges that motivate you.

Keep the channel open.
No artist is ever pleased.
There is no satisfaction whatever at any time.
There is only a queer divine dissatisfaction;
a blessed unrest that keeps us marching and makes us more alive than the others.”

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

A Dança

Dançar é um lembrete constante de que estamos vivos. Quando eu danço, quero sentir meu corpo inteiro dançando. A dança sai do centro pro resto do meu corpo inteiro, até as pontas dos dedos. Senão NÃO É. Tenho que me lembrar disso sempre. E sempre que estiver difícil de vir a tão falada inspiração. E eu sempre esqueço de como é a sensação. E quando eu lembro é o que parece certo, é o que eu sinto que é certo pra mim. Senão NÃO É.