segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Não se perca no caminho!


Queria falar de um "fenômeno" no tribal fusion que aconteceu comigo e que, quando parei para observar, percebi acontecendo com muitas pessoas. O nosso estilo é super livre, certo? Podemos usar a roupa que quisermos, a inspiração que quisermos, a música que quisermos, certo? (salvo pequenas restrições - que parecem se tornar cada vez menores). Então, justamente, acho que tanta liberdade de escolha às vezes pode atrapalhar. Deixe-me explicar: quando eu comecei a dançar, há 6 anos atrás, o tribal fusion era uma coisa. Hoje, apenas alguns anos depois, ele é totalmente diferente! Quer dizer, quando comecei a me acostumar ao estilo, ele já tinha mudado completamente. Como é uma modalidade que está em constante evolução, às vezes ficamos meio para trás com tantas mudanças. Por muitas vezes me senti assoberbada com a quantidade de interpretações possíveis para um mesmo estilo, e perdi o rumo. Esqueci o que eu queria para mim da dança, esqueci para onde eu estava indo. Na "minha época" o moderno, a "última tendência" era usar música eletrônica, misturar sintético com natural, plástico com prata tribal. Hoje, o hot do momento é comprar peças vintage e dançar música árabe. Vai vendo... Precisa ter muito bem definido para si o que VOCÊ quer de tudo isso, o que realmente fala mais alto com você, para que não acabe se "perdendo" de certa forma. Sei que isso tudo pode parecer muito severo e calculista da minha parte, mas veja lá, para mim a dança é uma busca eterna. Estou sempre atrás de um objetivo, buscando atingir alguma coisa em termos estilísticos e técnicos. Por isso, para mim se torna complicado quando a referência vive mudando a todo momento. E foi exatamente isso que eu acabei notando em alguns casos. São tantas as possibilidades que a pessoa se perde e não faz nada de concreto. Um dia está brincando com temas balkan, noutro dia querendo ser vintage, noutro gótica... E não se pode fazer tudo isso e divertir-se pencas? Opa, sem dúvida alguma! Se for isso que fala no seu coração, experimente e divirta-se! Mas, quando se trata somente de fazer por fazer, de dançar por dançar, então eu não concordo muito não. Nesse caso, acho que realmente devemos olhar pro começo e entender o que foi que nos atraiu, onde queríamos chegar com aquilo. Para mim, o momento em que consegui fazer essa retrospectiva representou um grande insight. Como se, de repente, tudo se esclarecesse e eu lembrasse novamente o porque eu comecei. Talvez eu não tenha conseguido ser muito clara, mas espero ter dado ao menos uma idéia do que eu quis dizer com esse post!

Acho que o que eu realmente quis dizer enrolando em todas essas linhas foi: não tente seguir a moda do tribal fusion. Não pule a cada nova tendência como  se você precisasse daquilo para ainda se enquadrar no estilo, isso não é verdade, e qualquer um que te diga o contrário está redondamente enganado. Siga seu próprio tempo, seu próprio feeling. Permita-se esperar o tempo passar e assimilar somente o que realmente tem a ver com você em meio a cada turbilhão de novas tendências. E lembre-se sempre do que te fez começar.

Obrigada muito muito por acompanharem o blog e pela paciência!

Abraços!

Mariana

Desenho por Aline Oliveira

6 comentários:

  1. Nossa você falou tuuudo agora. Hoje o tribal está mesmo bem diferente.O tribal na verdade é um estilo exótico que mostra a verdadeira beleza das fusões de estilos de dança (quando bem feitos). Particularmente, eu não gosto de ver aquelas dançarinas que colocam um heavy metal nas alturas e começar a dançar um tribal ou um gotic fusion achando que está arrasando ou porque é tendência, se não é o que ela gosta de dançar. Não é só porque está na moda que se deve dançar, depende de como a bailarina se comporta diante da música. Essas novas tendências surgem sempre, mas a bailarina deve se comportar e dançar o seu estilo como aprendeu e não sair dançando o que está "na moda" no mundo tribal.
    Comecei no tribal no ano passado e apesar de não saber muuuita coisa eu pesquiso a respeito.
    O tribal nunca foi dark,a Salimpour não se baseiou nisso pra criar o estilo. Mas acho que agora o conceito está se voltando pra isso! Já ouvi gente falando que o tribal eram várias roqueiras doidas cheias de tatuagem que vestiam roupas sem sentidos pra ficar imitando cobra e etc.
    Realmente, quem realmente gosta e defende o tribal tem que tomar bastante cuidado pra não se perder no caminho !!

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  2. Que alívio, muito esclarecedor. beijos!

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  3. Adorei seu post!
    E acho que os modismos estão cada vez mais presentes, não só no tribal, mas também na dança do ventre clássica.
    Cada vez mais, vejo "clones" de bailarinas, pessoas que parecem cópias mal-feitas de grandes nomes... sempre pergunto, onde fica o estilo próprio no meio disso?

    beijinhos

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  4. Linda! Amei! Vc é mto sábia! E isso mesmo! Gratidão <3

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