segunda-feira, 19 de março de 2012

Tribal ou não tribal, eis a questão...

Sinto que estão surgindo cada vez mais dúvidas a respeito do que precisa ou não precisa para dançar tribal e se categorizar dentro do gênero, e gente que quer dançar fusion se sentindo obrigado a fazer aula de ATS, e gente que mal sabe o que é ATS se denominando Tribal Fusion...

A verdade é que todas essas discussões são absolutamente sem objetivo... É tão simples e claro, não existe motivo para argumentações infinitas! ATS é ATS. Tribal Fusion originou-se do ATS, e a parte tribal que tem no "Tribal Fusion" é o tribal do ATS (American TRIBAL Style). Não quer saber nada de ATS? Curte break, fusão contemporânea, fusão indiana, seja lá o que for? Ótimo! Dance e chame de dança do ventre fusão, diga que tem inspirações tribais, fica tudo lindo, tudo é permitido e a vida é bela! Invente um nome pro seu estilo que não envolva tribal! Agora, quer ser profissional de tribal (fusion, gothic, vintage, cabaret, whatever)? É de se esperar que um profissional conheça e pratique, no mínimo, a história e técnica do estilo TRIBAL (novamente, American TRIBAL Style). Você confiaria numa professora de dança do ventre que não conhece o ritmo baladi, ou saidi? Porque confiaria numa professora de tribal que não sabe as técnicas do estilo tribal? Quer apenas dançar Tribal Fusion? Legal, arrume uma boa professora do estilo e toda base que você precisa de TRIBAL (leia-se ATS) estará presente nas suas aulas de Tribal Fusion. Não precisa fazer aula de ATS para dançar Tribal Fusion. Precisa sim, de uma boa professora que saiba quais são as técnicas de TRIBAL e saiba passá-las adiante de maneira didática, para que você tenha a base para depois misturar o que quiser. 

O que eu não entendo é como qualquer um que estuda e gosta, por exemplo, da Rachel Brice, pode não ver semelhança nenhuma do trabalho dela com o ATS. Creio que essa pessoa realmente não conhece muito bem o ATS. Indo mais além, sabemos que no contexto geral o "Tribal Fusion" está tomando rumos cada vez mais doidos e distantes do ATS. Porém, quantas vezes já viram as bailarinas "referência" se auto-rotulando como Tribal Fusion? Sinceramente, nem me lembro da última vez que vi alguma delas se auto-intitulando dessa forma. Então, porque temos a necessidade de nos auto-rotular e, ainda por cima, não ter estilo ou técnica equivalentes ao rótulo auto-imposto? Além disso, para misturar diversas referências e estilos de dança, tem que ter background! Quanto mais se aumenta o leque de fusões, mais chance se tem de dar errado quando as bases não são firmes! 

Só como um parênteses, e para quem ainda acha que ATS é absolutamente dispensável para dançar Tribal Fusion, quando fiz o Teacher Training com a Carolena Nericcio lembro dela contando que um dia viu chegar no estúdio uma menina nova, bonita, se registrando para fazer uma aula de nível 1 de ATS. Quando ela olhou o nome na lista, estava lá, a já famosa Zoe Jakes. Portanto, estudo nunca é demais, e todo mundo tem que começar do começo em algum momento da vida. 

Então, porque pular etapas? Porque não respeitar o diacho do estilo e aprender do jeito certo, para fazer só uma vez? De que adianta anos de estudo para depois descobrir que o que você aprendeu estava longe de ser uma base sólida e suficiente? Vamos respeitar nosso tempo e dinheiro? Vamos respeitar o estilo e suas raízes? Se for para dar nome, vamos dar o nome certo?

Só para acrescentar, reparem nos "títulos" nos sites de algumas bailarinas:

http://www.rachelbrice.com/rb/Welcome.html

http://www.kamiliddle.com/

http://www.sherribellydance.com/

8 comentários:

  1. Oi, Mariana. Eu sempre leio o seu blog, gosto muito. Gostei desse seu texto e realmente é algo a se pensar.
    Seria interessante se as pessoas pudessem ter conversas francas e dizer isso às bailarinas que se nomeiam de forma errada, acredito que muitas delas não saibam o que estão fazendo.
    Beijinhos e até domingo.

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  2. Falou tudo que a gente sempre fala! É por isso que gosto tanto de você... hahahahahha! bjo

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  3. Concordo com a Lola, "bailarinas que se nomeiam de forma errada, acredito que muitas delas não saibam o que estão fazendo". Mas penso, por outro lado, que elas não sabem o que estão fazendo porque a cada pessoa que ela perguntou, recebeu um nome diferente para aquilo. É difícil encontrar referências claras "do que é o que"...
    Acho que a assimilação mais lapidada dos conceitos, preceitos e definições é um processo, e como processo, leva um tempo em seu desenvolvimento.

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  4. Falou tudo diretamente!!..rs
    - Silmara

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  5. Mais um motivo pra eu ser sua fã Mariiii!!!hehehe
    Mil beijoss Carol Koga

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  6. Muito boa essa reflexão e recado. Para tudo que desejamos aprender em nossas vidas, sempre buscamos partir de um ponto, de uma base dados para alcançar o conhecimento desejado, com a dança não é diferente. Vejo apenas que no inicio desse aprendizado com Tribal as coisas ficam meio confusas, talvez por correr nos 4 cantos que o estilo é livre e por isso qualquer fusão se nomeie "tribal". Sem rótulos podemos navegar por outros universos e tomar conhecimento de informações que ao meu ver nos farão consequentemente voltar ao ponto de partida, as raízes.
    Aliás estou ansiosa pela 2ª turma de ATS!
    bjs e parabéns pelo seu trabalho, sou fã!!

    :)

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