sábado, 26 de maio de 2012

Questionamentos e estudo

De algumas semanas para cá venho percebendo uma coisa e hoje, estudando sobre a linhagem do estilo para passar para as meninas no meu curso mensal de ATS, realmente me dei conta disso... O tribal é um estilo absurdamente recente. Nada ainda é muito claro, ou muito explicado. Até mesmo muitas americanas, envolvidas na cena há anos, se deparam com informações conflitantes, dúvidas sobre origens, nomenclaturas e tantas outras coisas. É tudo muito recente e poucas pessoas se deram ao trabalho de pesquisar ou contar suas versões da história. Ainda existem muitos "buracos" em cada história. Existem poucas verdades indiscutíveis e inquestionáveis. Justamente por estar tudo sendo definido ainda, é o momento para oportunistas. Quem começar a se auto-intitular, a tomar posse pelas coisas, vai levar o crédito! Embora todas as pioneiras ainda estejam vivas e ativas, ao contrário do que imaginamos, elas não sentam para tomar chá juntas todos os sábados e trocar histórias sobre o passado. Existem muitos meandros da história que ninguém conhece, ou se conhece não divulga... Acho que isso nos leva a uma questão ainda mais importante como estudantes e profissionais. Devemos encarar essa situação com olhos abertos, e não levar o que ouvimos ou lemos sempre ao pé da letra... Lembrem-se, existem muitas versões para uma mesma história, e no tribal tudo ainda é terreno incerto. Por isso, não podemos nos fixar numa história e levá-la para o resto da vida como verdade absoluta. Devemos questionar, mas questionar com base em pesquisa, em informações obtidas, e não questionar por questionar, sem base nenhuma.  As informações são poucas, e muitas são passadas adiante no boca-a-boca. E todo mundo sabe como (não) funciona telefone sem fio. A história do tribal ainda está sendo escrita. E é responsabilidade nossa, de cada estudante e principalmente profissional, fazer seu máximo para conhecer os fatos e ser capaz de filtrar o que nos chega aos olhos e ouvidos. O que estamos fazendo agora, nesse momento, não importa se estamos no Brasil ou na China, já está entrando para essa história. Ela está sendo escrita agora, nesse momento. Se por vezes soo um pouco categórica em certas questões relacionadas ao tribal, esse é o motivo! Somos responsáveis por essa história, e pelo que passamos para frente para nossas alunas e para a comunidade em geral. Sendo poucas as fontes de informação, é nossa responsabilidade honrar as raízes e fazer a nossa parte para que o tribal cresça com integridade. No meio desse processo, como pesquisadora, nem comento o número de vezes que já precisei editar postagens no blog por descobrir coisas novas  (quando não contrárias) ao que eu sabia como verdade anteriormente, e acho que isso é uma consequência natural com uma coisa tão nova. Espero que, um dia, possamos saber todos os fatos e detalhes com clareza e verdade. E se isso nunca acontecer, que possamos nos consolar com o fato de estarmos fazendo o nosso melhor agora!

5 comentários:

  1. É isso mesmo Mari, atualmente tenho acompanhado inúmeras discussões sobre a necessidade do ATS no Fusion, bla bla bla. As pessoas se esquecem que estamos fazendo parte da história do Tribal, que os criadores (ou precursores) do estilo ainda estão vivos e como você disse, ainda tem gente que viveu esta criação e que não deu o seu depoimento sobre.

    Eu acho que sempre devemos estudar muito, mais muito mesmo antes de sair por aí se consideranto "detentora profissional da verdade universal absoluta magnífica e unânime do Tribal", exatamente por se tratar de um estilo em evolução.

    Obrigada por postar! Amei!

    Yoli Mendez

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  2. Olá Mariana, parabens, gostei demais do seu blog!!!! Seus textos são muito elucidativos, estava preocupada e sentindo falta disto...fico feliz que no tribal exista discernimento da nossa arte.

    Andressa Máximo.

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  3. Oi Andressa, muito obrigada! Fico feliz que tenha gostado! :)

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  4. Adorei! Vim procurar um vídeo do John Compton que eu sabia ter visto aqui já e me deparei com este texto. É isso mesmo! Além desta questão da linguagem ainda estar sendo "definida", "escrita", existe o pensamento de que fusões estarão sempre aderindo novas informações e isso gera conflitos logicamente por não ser algo estável. Comentei com a Marilia estes dias que ter humildade não é subjulgar-se ou se esconder, é ter pé no chão, sensatez e esclarecimento para questionar se o que acreditamos é fato ou não... Tudo pode e dever ser corrigido constantemente! Você demonstra esta humildade nas palavras!

    Parabéns pelo texto!

    Mariana Garavello

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