quinta-feira, 26 de maio de 2022

Aproveitando as aulas online

 Bom, a realidade do online permanece firme e forte, e algumas pessoas até optaram por esse formato em vez do presencial por vários motivos: não precisar de transporte para chegar até a aula, otimizar o tempo fazendo um hobby na sua própria casa, ter acesso a professores que não estão na sua cidade e muitos outros confortos que acompanham esse formato de aulas. Apesar disso, às vezes fazendo e outras vezes dando aula, sinto que a entrega e atenção de quem faz as aulas poderia ser maior. Baseado nisso e na minha própria experiência como aluna há muitos e muitos anos nesse formato, resolvi compartilhar algumas dicas que sempre me ajudam a fazer render mais fazendo aulas nesse formato:

- Desligue o celular, ou as notificações

Muitas vezes estando em casa, quando não moramos sozinhos, podemos ser interrompidos por alguém passando, a campainha que toca, alguém que fala com você ou coisas desse tipo. O celular tocando ou te avisando de alguma coisa já toma sua atenção na mesma hora e já entramos num modo que sai daquele foco da aula. Às vezes até te distrai e você acaba se envolvendo com outra coisa e saindo ali daquele momento de presença da aula. Desligue do celular e foque no que importa, lembre que essa 1 hora ou 1:30 ou quanto tempo for é só pra você e sua prática. Tenha esse carinho com você mesmo e com a sua prática de atividade física ou dança. 

- Mantenha água por perto

Ter sede é normal com todo mundo, rs mas você não precisa sair correndo pra ir até a cozinha pegar água. Deixe por perto a água assim você não precisa ir pra outra parte da sua casa no meio da aula, onde, novamente, você pode encontrar alguém, ou seu pet, pra te distrair. 

-Tenha sempre um caderninho e lápis por perto

Faça anotações de coisas interessantes que vir durante a aula, anote idéias que você teve ou insights importantes. Isso vai te ajudar a ter um melhor rendimento

- Trate com a importância que você trataria como se o professor estivesse na sua sala, porque ele está!

Foco já é uma coisa complicada nos dias de hoje. Trate com a mesma importância que você daria se estivesse presencial. Mantenha a câmera aberta e interaja. Isso também vai te ajudar a ter mais proximidade com seus colegas, a se sentir parte da turma. 

- Em resumo, se prepare!

Separe suas coisas, troque de roupa e se arrume como se fosse pra uma aula presencial. Isso vai te colocar no clima pra dançar ou se movimentar, e te estimular até a prolongar a prática pra depois da aula. Não faça a aula com fome, separe um lanchinho pra comer antes, algo leve que não vai te deixar passar fome mas não vai te atrapalhar a atenção. Separe tudo que for precisar antes, e chegue preparada. Respeite o seu tempo e o tempo do professor que está ali pra te ajudar na sua evolução. A sua participação é tão importante quanto a do professor, e o trabalho é sempre meio a meio!



quarta-feira, 18 de maio de 2022

Dançar A Vida

 Hoje resolvi trazer pra vocês um trechinho de um dos meus livros favoritos sobre dança: Dançar a Vida, do Roger Garaudy. Ler esse livro foi o que me fez querer escrever sobre o que escrevi no meu artigo de pós-graduação em Dança e Consciência Corporal. Pra quem não leu o artigo e quiser ler, está disponível no meu site na aba “Artigo Acadêmico”. Agora vamos ao que interessa! Esse trecho é da introdução, escrita pelo bailarino Maurice Béjart, e pra mim foi 🤯 Aí vai:


“A dança é também uma meditação, um meio de conhecimento, a um só tempo introspectivo e do mundo exterior. Há alguns anos, encontrei na Índia um mestre yogi autêntico e muito considerado. Revelei-lhe meu desejo de fazer yoga de maneira profunda, e não essa ginasticazinha para gente de sociedade com hipertensão a que estamos habituados. Ele me respondeu: “A palavra yoga significa união. Esta união, você poderá encontrá-la na dança, pois a dança também é união. Você é dançarino. Shiva, o Senhor do mundo, o grande yogi, tem igualmente o nome de Nataraja, o rei da dança… Você é dançarino, você tem sorte. Que a sua dança seja o seu yoga, não procure outro”. Mais tarde, na hora de nos separarmos, olhou-me e disse: “Ah! Se todos os ocidentais pudessem reaprender a dançar”.

quarta-feira, 11 de maio de 2022

A Dança Como Ritual

Hoje vim falar sobre um tema que escuto muito, mas com um ótica um tanto diferente. Existem claro, muitas formas de encarar a dança como um ritual, e até mesmo danças ritualísticas, tradicionais ou não.
Mas o que eu gostaria de abordar aqui hoje não é nenhuma dessas. Vim falar sobre como encarar a nossa prática, as nossas aulas, o nosso fazer da dança, como algo ritual. 

Já tem um tempo que venho percebendo a importância - especialmente nos dias de hoje em que cada vez mais temos dificuldade de nos concentrarmos em uma tarefa por vez - de encararmos a prática da dança, de uma forma geral, com uma concentração, entrega e foco dignos de algo realmente importante pra nós. Porque na verdade, é! Se não fosse, não faríamos! E, já que é importante, porque não tratar aquele momento da aula, ou do treino, como algo especial na sua rotina? Não estou falando necessariamente de acender vela, incenso, botar acessórios, botar cinto (embora essas coisas muitas vezes sejam estímulos gostosos pra motivar) mas de botar a atitude mental naquilo. Quando queremos aprender verdadeiramente algo, quando estamos entregues naquela ação, o aprendizado se torna mais fácil. É disso que estou falando! Fazer com entrega, com atenção, desligar as notificações do telefone por um tempo, e estar ali, naquele momento só nosso, nossa mente e nosso corpo em uníssono na ação de dançar. Não importa muito o tempo dedicado, seja 5 minutos ou 3 horas, que possamos nesse tempo estar imersos apenas naquela ação. Silenciar o mundo para abrir a escuta interna. 

Especialmente em se falando de aulas online, percebo muitas vezes distrações, parar toda hora pra fazer outra coisa, beber água, fazer xixi, ligar o ventilador, pequenas coisas que não nos permitem estar ali 100% presentes. Quando nos apresentamos dessa forma, presentes e atentas, a inspiração flui melhor e somos capazes de desfrutar mais do que estamos fazendo. E, no final, isso é o que importa né?

quarta-feira, 4 de maio de 2022

A dor

 Esse fim de semana fiz um curso em que a professora estava comentando como ela desenvolveu o método dela, também como uma forma de não sentir tanta dor ao dançar. 

Entre coisas maravilhosas da dança como modo de vida existem muitas  outras que não são nem um pouco maravilhosas, e muitas delas parecem que ficam meio ocultas ou viram até mesmo tabu. Essa questão da dor, como estávamos conversando no curso, é uma delas. E mesmo o gênero de dança que pratico não sendo tão fisicamente exigente como a dança em questão (que no caso era o ballet), ainda assim, a prática da dança diária costuma sim vir acompanhada de dores. 

Lembro no começo, em que eu participava de um fórum na internet com várias bailarinas de tribal de vários níveis de experiência, e uma dúvida que joguei na época tinha justamente a ver com essa questão! Eu perguntei: é normal estar sempre dolorida? E a resposta de uma bailarina super experiente foi essa: sim! rs E desde então eu acho que havia me esquecido disso. Toda vez que estou treinando muito, ou dando muitas aulas, ou os dois, elas aparecem. Sempre vamos aprendendo a contornar uma ou outra questão, aquelas dores que já são velhas amigas, por assim dizer, mas sim, dançar todo dia vem com grandes chances de experimentar dores musculares frequentes. Vai da nossa educação a respeito do nosso próprio corpo, e das orientações das professoras de sua confiança, entendermos o quanto e quais dores são "normais" da prática, de adquirir uma nova habilidade no seu corpo se você for iniciante, e quais são sinal de que algo não está bem e pode representar uma futura lesão se não for corrigido. 

Começar a dançar é um convite ao contato com nosso próprio corpo e pode ser uma jornada muito linda de muito auto conhecimento, mas se não for bem direcionada, também pode levar a consequências não tão boas. Conhecimento sobre o corpo e maneiras seguras de praticar devem sempre estar presentes em suas aulas de dança para garantir anos de prática sem lesões, mas não necessariamente sem dor nenhuma! rsrs