sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

O Estilo Tribal Americano

Nada melhor que começar pelo começo, e se o assunto do blog é tribal bellydance, vamos começar com o próprio!

Muitas pessoas acreditam que o estilo tribal americano original é aquele representado por Rachel Brice e bailarinas afins. No entanto, a raiz desse estilo que se popularizou no mundo inteiro sob o título de Tribal Fusion está em outra criação americana moderna, conhecida pela sigla ATS ou American Tribal Style. A árvore genealógica do ATS data dos anos 60, mas o estilo só nasceu oficialmente em 1987, com a criação do grupo FatChance BellyDance por Carolena Nericcio em São Francisco, CA. O ATS possui várias características que o tornam singular. Sua postura preconiza peito aberto e erguido, passando uma impressão de integridade e orgulho. Seu repertório de movimentos é baseado na dança do ventre com toques de folclore oriental, flamenco e dança indiana. É também um estilo de improvisação coordenada em grupo em que a líder utiliza sinais para se comunicar com as outras, improvisando com base em um repertório comum a todas as dançarinas. A linguagem criada para desenvolver o improviso é tão bem estruturada que se torna imperceptível aos olhos do público. Isso também provoca uma maior integração entre as bailarinas, uma vez que precisam estar sempre atentas ao próximo sinal da líder. No ATS, o importante é apresentar a dança como um conjunto, não existe individualismo já que a liderança é alternada durante uma apresentação. Também não existe o trabalho solo, embora eventualmente uma bailarina possa ir à frente do grupo dançar por alguns minutos. Mas a raiz do ATS está justamente na cooperação, no trabalho em grupo. Daí também o aspecto tribal da coisa.

Outros pontos que contribuem muito para o espírito tribal do ATS são os trajes e a música. Os trajes são extremamente elaborados e compostos de muitos elementos, grande parte oriunda de tribos da África do Norte, Oriente Médio e Índia. As músicas utilizadas são, em sua maioria, folclóricas da África do Norte e Oriente Médio. Por todos esses fatores e pela sensação geral transmitida por um grupo de ATS, não é difícil que ele seja confundido com uma dança tradicional. Assim, ele foi batizado no início para espantar o medo que os mais conservadores tinham de que esse novo estilo fosse interpretado como algo tradicional. O “american” do rótulo deixa claro que as bailarinas estão geograficamente distantes da cultura que criou a dança e tomando liberdades artísticas com ela, e o “tribal style” descreve as dançarinas trabalhando em conjunto com um visual “tribal”.

FatChanceBellyDance no Tribal Fest 2008

Um comentário:

  1. Gostei muito de ter lido este post.
    Maravilhosa elucidaçao histórica e de evolução da dança tribal.
    Libertando-me das correntes da ignorância.KKKKKKKKKKKK.
    XerinhOs Tribalísticos.

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