Bom, para a primeira postagem do ano (e inauguração do visual 2012/ apocalipse) resolvi colocar mais um trecho de um livro que já recomendei aqui, mas aproveito a oportunidade para recomendar de novo. É um livro fininho, de leitura rápida, chamado "A guerra da arte", do Steven Pressfield. Se você já leu, recomendo que leia novamente! O li pela segunda vez agora nas férias, e ele foi mais incrível ainda do que da primeira. Acho que é daqueles livros que a gente sempre tem que voltar a ler, para não esquecer. É indicado para qualquer um com pretensões artísticas ou empreendedoras em qualquer área. Basicamente, o autor identifica, dá nome e armas para combater uma coisa que todos sentimos: a dificuldade que é realizar um trabalho criativo ou artístico, aquele monte de obstáculos que "nos impedem" de fazer o que temos de fazer. Ele dá a isso o nome de Resistência. E é sobre ela que fala esse trecho:
"Resistência e Racionalização - parte 2
Resistência é medo. Mas a Resistência é astuta demais para mostrar-se dessa forma sem disfarces. Por quê? Porque se a Resistência nos deixa ver claramente que nosso próprio medo está nos impedindo de realizar nosso trabalho, podemos nos sentir envergonhados. E a vergonha pode nos levar a agir diante do medo.
A Resistência não quer que façamos isso. Assim, ela apresenta a Racionalização. Racionalização é, para a Resistência, aquele assessor que cuida da boa imagem do chefe. É a maneira usada pela Resistência para esconder o porrete da coerção às suas costas. Ao invés de nos mostrar nosso medo (que pode nos envergonhar e nos impelir a realizar nossa obra), a Resistência nos apresenta uma série de justificativas plausíveis, racionais, para não fazermos nosso trabalho.
O que é particularmente insidioso a respeito das racionalizações que a Resistência nos apresenta é que muitas delas são verdadeiras. São legítimas. Nossa mulher pode realmente estar no oitavo mês de gravidez; pode estar realmente precisando de nossa presença em casa. Nosso departamento pode realmente estar implantando uma reforma que consumirá horas de nosso tempo. De fato, pode fazer sentido adiar o término de nossa dissertação, ao menos até o bebê nascer. O que a Resistência omite, é claro, é que tudo isso não significa nada. Tolstoy tinha treze filhos e escreveu Guerra e paz. Lance Armstrong teve câncer e já venceu o Tour de France quatro vezes."
Tenham um ótimo começo de ano!
"Resistência" é meu nome do meio e acho que preciso muito ler esse livro também...
ResponderExcluirO novo visual tá lindo!
Adorei a dica e o trecho!
ResponderExcluirNem só na arte essa tal Resistência tenta fazer tudo parar. Bom pensar nisso para a vida!
Inspirador. ;)
Beijos e um ótimo 2012!
ps: o blog ficou lindo ^^
Sim, a Resistência está em todos os cantos! E já é um grande passo quando conseguimos reconhecê-la! Beijos e obrigada gente!
ResponderExcluirOlá Mariana, estou encantada com seu blog, muito cuidadoso,cheio de sutilezas e com dados históricos importantes. Acabo de conhecer o seu site também e fiquei muito contente com a disponibilidade da tradução de um texto sobre postura de Carolena Nericcio.
ResponderExcluirParabenizo-a pela afirmação dos processos de re-existência no encontro com a dança. Penso que nossa civilização moderna criou uma forma-modelo de viver, e a partir desse modelo se deprecia o que não está dentro do padrão. A vida não se encerra nesta forma, a vida é sempre criadora incessante de formas (de outros modos de existir), e nesse sentido, a arte é afirmação da vida. A arte nos possibilita re-existir, re-existências.
abraços e afeto
Ângela Vieira