Resolvi dar uma revisada nesse texto e postá-lo novamente! Às que estão começando a estudar agora, o be-a-bá do Tribal! O que são todos esses gêneros dentro de um gênero que ainda é tão novo e desconhecido? Vamos lá!
Com tantos estilos e rótulos é bem fácil confundir-se com as nomenclaturas no tribal. Por isso, coloco aqui os principais nomes que encontramos quando estudamos:
*** Tribal - Genérico, assim sem nenhuma especificação, geralmente faz referência ao Tribal Fusion ou ATS® versus a Dança do Ventre, mas também pode significar uma dessas duas danças distintas:
1) Danças regionais típicas de diversas partes do mundo, o que é um problema em si, pois na visão ocidental em geral, são consideradas “tribos” apenas as populações não-brancas ou de povos originários.
2) O estilo tribal "original" feito pela Jamila Salimpour e sua trupe Bal Anat nos anos 60, na Califórnia. Caracterizava-se por diversas danças árabes tradicionais misturadas em um só show. Trabalho em grupo e solo, uso de snujs, uso de coreografia e danças folclóricas com um "tchan". Porém, deve-se observar que esse estilo de "tribal" demorou para ser chamado assim na época. De qualquer forma, foi o estilo que deu início ao movimento tribal que temos hoje em dia, pois Jamila deu aulas para Masha Archer, que deu aulas para Carolena Nericcio, que criou o ATS®.
*** American Tribal Style® ou ATS®, agora renomeado de FCBD Style (FatChance BellyDance Style)
O ATS® nasceu no final dos anos 80 em São Francisco, CA. Quando a trupe de Masha Archer, chamada "San Francisco Classic Dance Troupe" se desfez, Carolena começou a dar aulas para que tivesse parceiras com quem dançar. Suas aulas tornaram-se populares entre as pessoas mais alternativas que queriam fazer dança do ventre mas não se encaixavam nos padrões estéticos da dança na época. Da sementinha deixada por Masha, Carolena continuou a plantação, e criou o estilo que veio a ser chamado de ATS®. Segundo ela, o "american" do título deixava claro que era uma criação americana, e portanto não oriental, e o "Tribal"descrevia a sensação estética da dança, com mulheres dançando juntas, em tribo, e com uma mistura de trajes autênticos de diversas partes do mundo. O ATS® é um estilo de improvisação coordenada em grupo em que, com base em um repertório comum a todas as bailarinas do estilo, cria-se uma dança improvisada por meio de sinais, chamados de "cues". Para dançar ATS® precisa-se no mínimo de duas pessoas, e o repertório de movimentos vem principalmente da dança do ventre, mas também tem forte influência do flamenco nos braços e postura, e pitadas de danças folclóricas do Oriente Médio e danças clássicas indianas. O principal exponente do ATS® é o grupo da própria Carolena, chamado FatChance BellyDance®, ou abreviado FCBD®. Para mais informações, acesse o site do FCBD.
***ITS - Improvised Tribal Style (ou estilo tribal de improvisação)
***ITS - Improvised Tribal Style (ou estilo tribal de improvisação)
O ITS também é um derivado do ATS®, e indica simplesmente que um grupo utiliza o sistema de improvisação coordenada em grupo do ATS®, porém com repertório de movimentos que vai além, ou até mesmo em direções diferentes do utilizado no ATS®. Mesmo sistema de improvisação, repertório de movimentos diferente. Um dos principais exemplos que conheço de ITS é o grupo californiano "Unmata". Elas além de coreografia, trabalham o sistema de improvisação coordenada em grupo por meio de combos. Um outro exemplo de ITS mais novo, é o formato Datura, da Rachel Brice, que apesar de não usar a nomenclatura de ITS por conta de toda polêmica em torno do uso do nome “tribal”, é exatamente o que é!
*** Tribal Fusion -
Esse estilo foi o principal responsável pela propagação mundial do tribal. Ele surgiu quando bailarinas do ATS® foram saindo para criar suas próprias estilizações e acrescentar ainda mais fusões ao caldeirão de influências. Não existe uma ordem certa de quem iniciou esse movimento, pois na época não havia nem pretensão e nem consciência de que isso tomaria proporções tão grandes. Apenas aconteceu que, algumas bailarinas/alunas de Carolena, quiseram se aventurar em suas próprias experiências, dando vazão à criatividade e fazendo uma fusão em cima da fusão. Daí o nome "Tribal Fusion": é o "tribal" do ATS® acrescido de fusões do que a imaginação permitir, seja de origem oriental ou ocidental, antiga ou moderna. Algumas das bailarinas apontadas como pioneiras do Tribal Fusion e que estavam na cena desde o começo foram Lady Fred Jill Parker, Rachel Brice e Heather Stants, entre outras. A cena acontecia quase que exclusivamente na região da baía de São Francisco, CA. Como o Tribal Fusion não tinha um formato específico como o ATS®, bailarinas solo surgiram, até que o grupo internacional BellyDance Superstars lançou o estilo para o mundo, e as bailarinas do grupo, como Rachel Brice, Sharon Kihara e Mardi Love viraram referência instantânea do estilo.
Do Tribal Fusion, surgiram e ainda surgem muitos sub-gêneros como o Dark Fusion, praticado pela Ariellah, o Tribal Brasil, praticado por várias bailarinas brasileiras que misturam ao Tribal Fusion influências de danças regionais brasileiras, como Kilma Farias, Samra Hanan e Cia Shaman, o Tribal Gótico, e assim por diante. Muitas bailarinas criam um nome para seu estilo pessoal, daí vão se criando cada vez mais sub-gêneros... Mas o importante é saber que todos eles vêm da mesma raiz, e são apenas mais um pequeno desdobramento da grande e constante evolução que é o estilo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário