Sabe aquela sensação que a gente tem quando olha uma foto antiga e pensa "nossa, não era assim que eu me via na época!"?
O tempo nos faz perceber as coisas de um jeito diferente do que quando a coisa está acontecendo ali, no momento né?
Imagina o impacto que isso tem na nossa percepção das danças e dos trabalhos que realizamos!
Quando olhamos para trás, nosso olhar está ajustado ao presente, e vemos o passado com outros olhos. Percepções sobre nós mesmas, nossa aparência, nossa DANÇA, tudo isso ganha um novo aspecto com o simples passar do tempo.
Me pergunto o quanto não aproveitaríamos muito mais se conseguíssemos ter essa generosidade que o tempo traz ao olhar, só que no agora. Se a gente lembrar que o trabalho que estamos fazendo agora será visto por nós mesmas (assim esperamos! ;D) com muito mais boa vontade e carinho daqui a 5, 10 anos. Que vamos perceber qualidades que agora passam completamente despercebidas pois os "defeitos" insistem em gritar mais alto.
Que legal seria conseguir aplicar essas lentes do tempo no agora, e nos tratarmos com um pouco mais de gentileza, como alguém que está aprendendo, que está fazendo o melhor que pode com o que tem no momento presente. Muito do trabalho de acompanhamento de performance tem a ver justamente com isso: ajudar a pessoa a ver qualidades que na hora estão escondidas do seu olhar, quando o que "tem que arrumar" tem a prioridade da percepção. Só que sem enxergar o que a gente tem de bom, o que tem de ruim ganha protagonismo e quando a prioridade é arrumar tudo, acabamos não conseguindo melhorar nada! O que fazemos quando a lista de afazeres é muito grande? Quase sempre acabamos por não fazer nada não é mesmo? Então priorizar os ajustes mais urgentes é uma boa maneira de focar para conseguirmos evoluir. E lembrar que daqui a 5 ou 10 anos você vai olhar pra trás pra esse mesmo material com muito mais carinho e orgulho do quanto a "você" do passado chegou longe!
Que não esqueçamos de olhar pra trás e se orgulhar do quão longe já chegamos! ;)
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