Que somos educadas, enquanto mulheres, para competir umas com as outras não é nenhuma novidade né? Uma cultura que estimula a rivalidade e competição feminina nos impele desde pequenas a enxergar com maus olhos outras mulheres e, por consequência, a nós mesmas.
Percebi em todos esses 18 anos de envolvimento com a dança que muitas vezes temos atitudes machistas e competitivas sem ao menos perceber. Comentários maldosos sobre a dança, o corpo ou a roupa de outras colegas infelizmente são coisas comuns no dia a dia de quem está nesse meio.
Observando isso, percebo que a mudança mais importante é a que começa por mim. Perceber quando estou sendo machista nas minhas colocações, na minha visão e até mesmo na maneira de olhar o trabalho de outras mulheres que dançam me ajuda muito a enxergar esse machismo ao redor e em mim mesma, que por mais que tente fugir, está enraizado em todos nós.
Muitas vezes percebi que minha postura em relação às minhas maiores referências ia mudando com o tempo, por perceber que aquela pessoa não é perfeita à prova de erros e nem um modelo ideal da minha própria expectativa. E já vi muito esse processo acontecer ao meu redor também. Quanto mais admiramos o trabalho de uma mulher, maior a expectativa que colocamos em cima dela e mais fácil fica nos decepcionarmos se algo não alcança essa expectativa. Mas o quão justo é esperar que alguém viva e trabalhe para atender às suas fantasias? Porque exigimos tanto assim de alguém que muitas vezes não é nem próximo da gente?
Entender que todas somos humanas e cometemos erros, e estamos sujeitas às mesmas confusões que qualquer ser humano normal é um bom passo para reduzir expectativas fantasiosas a respeito das nossas “ídolas”. E a pergunta que realmente me faço é: será que temos o mesmo nível de exigência com nossos ídolos masculinos? Deixo com vocês essa questão! E aí, faz sentido pra você essas coisas que coloquei? Você já presenciou algo parecido? Fiquemos atentas e até semana que vem!
Nenhum comentário:
Postar um comentário