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quarta-feira, 13 de maio de 2015

Árvore de natal tribal?


Recentemente dancei num evento que pedia um traje "mais informal'", mais simples... O resultado foi que no meu "simples" de tribal ainda deixei meia dúzia de coisas que tinha planejado usar na bolsa pra mimetizar um pouquinho mais com as outras dançarinas da noite. E fiquei me perguntando: mas por que eu preciso de tudo isso pra dançar? Será porque preciso entrar na persona? Para uma pessoa "introtudo" como eu, que aprendeu a falar em público pra poder dar aula, pensei que sim, claro... Preciso disso pra entrar na persona. Mas daí não, lembrei do porque... Lembrei do ATS, claro! No ATS a gente adorna toda parte do corpo quanto possível. Maquiagem, bindi, acessórios mil, cabeça cheia... Tudo isso pra atração não ser o corpo em si, mas a dança! Adornamos o corpo para revelar a dança. Por isso não consegui ir simplinha demais, faz parte do todo. Faz parte da filosofia por trás do estilo. E esse princípio serve a dança de maneira fantástica. Dá poder! Sem contar a sensação fantástica de se montar inteira  com pecinhas escolhidas a dedo, uma a uma, às vezes feitas por você, às vezes por pessoas de quem você gosta ou admira o trabalho, às vezes por mãos autenticamente tribais... Pra mim, é uma maneira altamente eficaz de manter o feeling tribal. Quero me sentir uma árvore de natal. Gosto disso. Assim eu sei que o público estará tentando desvendar a minha sobreposição de xales com cinto, o meu headpiece, e não se estou usando a última tendência em esmaltes nas unhas. É, acho que é isso! Power to the árvore de natal!!!

*Foto por Maurice Pirotte

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Performance X Roupa

Lendo uma matéria sobre figurinos, comecei a pensar nos trajes no Tribal Fusion. É indiscutível que a nossa dança (assim como qualquer outra) é uma arte visual e, como tal,  tem um apelo estético muito forte, a roupa se torna parte indispensável da performance. Mas e quando a roupa é tão, mas tão incrível que chama mais atenção do que a dança em si? Devo confessar que já me peguei assistindo vídeos em que a graça estava mais na produção do que na dança. E eu nunca tinha me dado conta desse fato antes! Geralmente, quando a maior parte dos elogios vai para sua roupa, é porque foi o que mais marcou na apresentação.
Quando dançamos, tem uma mistura de fatores que fazem com que alguém goste ou não do que estamos fazendo. É uma quantidade grande de informação sendo transmitida em alguns poucos minutos. Vejamos: música (ou mix musical se tiver mais que uma),  imagem, a dança, a atmosfera geral da performance, a expressão... É uma quantidade considerável de informação para se absorver. Às vezes, é difícil perceber o que foi que realmente tocou. Por isso acontece muito de se uma bailarina tem apelo visual super forte, agrada muito mais facilmente. Muitas vezes quem assiste não sabe se o que foi bom foi a dança, a atmosfera geral, ou simplesmente algo que foi muito agradável aos olhos por alguns minutos. É claro que é muito importante que tenhamos uma imagem que seja harmoniosa. Mas,  se ao final de uma apresentação, todo mundo comentar apenas sobre a minha roupa, eu vou achar que deu alguma coisa muito errada dessa vez... A roupa deve servir a dança, e não o contrário! Então, por mais que seja importante termos uma boa imagem, um traje bem elaborado, com aparência profissional, que nos valorize e valorize a nossa dança da melhor maneira possível, não queremos trajes que falem por si só, e sim trajes que precisem de nós para se comunicarem!

segunda-feira, 5 de abril de 2010

É, é bem legal... Mas o que quer dizer mesmo?

Ultimamente tenho pensado bastante sobre questões como presença de palco, intenção na dança e assuntos desse tipo. Conseqüentemente (é, eu gosto de trema e vou continuar usando enquanto puder!) tenho sentido que um dos aspectos mais bacanas do tribal fusion tem se tornado justamente o que o faz ser mal interpretado e até mal visto em alguns casos.

O fato é que em comparação a outros gêneros de dança, temos uma grande liberdade em relação à escolha de músicas, trajes e repertório de movimentos. E sinto que isso tem virado sinônimo, em muitos casos, de ausência de significado. Para performances, são escolhidas as músicas mais improváveis e figurinos mais doidos ainda. Mas... O que quer dizer aquilo mesmo? Se é conceitual, qual o conceito por trás? Muitas vezes não fica claro para o público, e o que realmente me questiono é: Será que existe algum conceito ou intenção por trás daquilo? Ou é tudo só uma colcha de retalhos feita sob medida para impressionar e demonstrar da melhor maneira possível as habilidades (ou falta de, em alguns casos) da performer?

Se dança é arte, antes de qualquer técnica, a dança tem que ter verdade. Tem que ter coração. Escolher uma música só porque os outros usam ou um traje só porque é igual ao de alguma famosa, não é verdadeiro. Essas escolhas realmente refletem uma faceta da dançarina ou só foram feitas porque ela acredita que é assim que fica bacana para os outros?

Agora, porque não aproveitar essa liberdade para incluir um pouquinho de si na dança, nas escolhas musicais e de movimentos e nos trajes? Tenha em mente o que quer expressar. Não deixe que o anseio por fazer rápido e bem feito te transforme em um prato raso de significado. Permeie suas escolhas com o que faz sentido para você, mesmo que esse sentido não seja claro ou literal para os outros. Faça com que suas escolhas sejam pessoais. Uma das maiores inspirações que tenho nessa dança, uma vez me disse: “Não importa se você usa ou faz o que todo mundo está usando ou fazendo, contanto que aquilo faça sentido para você”. Talvez seja justamente isso que falta!