segunda-feira, 5 de abril de 2010

É, é bem legal... Mas o que quer dizer mesmo?

Ultimamente tenho pensado bastante sobre questões como presença de palco, intenção na dança e assuntos desse tipo. Conseqüentemente (é, eu gosto de trema e vou continuar usando enquanto puder!) tenho sentido que um dos aspectos mais bacanas do tribal fusion tem se tornado justamente o que o faz ser mal interpretado e até mal visto em alguns casos.

O fato é que em comparação a outros gêneros de dança, temos uma grande liberdade em relação à escolha de músicas, trajes e repertório de movimentos. E sinto que isso tem virado sinônimo, em muitos casos, de ausência de significado. Para performances, são escolhidas as músicas mais improváveis e figurinos mais doidos ainda. Mas... O que quer dizer aquilo mesmo? Se é conceitual, qual o conceito por trás? Muitas vezes não fica claro para o público, e o que realmente me questiono é: Será que existe algum conceito ou intenção por trás daquilo? Ou é tudo só uma colcha de retalhos feita sob medida para impressionar e demonstrar da melhor maneira possível as habilidades (ou falta de, em alguns casos) da performer?

Se dança é arte, antes de qualquer técnica, a dança tem que ter verdade. Tem que ter coração. Escolher uma música só porque os outros usam ou um traje só porque é igual ao de alguma famosa, não é verdadeiro. Essas escolhas realmente refletem uma faceta da dançarina ou só foram feitas porque ela acredita que é assim que fica bacana para os outros?

Agora, porque não aproveitar essa liberdade para incluir um pouquinho de si na dança, nas escolhas musicais e de movimentos e nos trajes? Tenha em mente o que quer expressar. Não deixe que o anseio por fazer rápido e bem feito te transforme em um prato raso de significado. Permeie suas escolhas com o que faz sentido para você, mesmo que esse sentido não seja claro ou literal para os outros. Faça com que suas escolhas sejam pessoais. Uma das maiores inspirações que tenho nessa dança, uma vez me disse: “Não importa se você usa ou faz o que todo mundo está usando ou fazendo, contanto que aquilo faça sentido para você”. Talvez seja justamente isso que falta!

8 comentários:

  1. Assim como na vida, que cada um dance o que é, não o que os outros desejam ou idealizam. De resto é relaxar, porque a coisa toda começa a fazer sentido a partir do momento que a gente deixa de se preocupar com o sentido da coisa!

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  2. Aquele workshop da Ariellah ano passado me deixou super antenada com essas questões, foi muito bom relembrar atraves do seu post Mari!
    Deixar um pouquinho de si mesma na dança é primordial, mas o senso crítico exacerbado às vezes mina esses esforços e fica mais fácil fazer mais do mesmo do que ousar e ser vc mesma! O melhor é acreditar e si mesma e dar o próximo passo!

    bjks!!!

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  3. Nossa, isso é super verdade, o medo é um mega "podador". Perceber isso também foi um momento mágico na minha vida de dança! Por isso que é importante às vezes simplesmente deixar rolar, como disse minha sábia mãe aí em cima!

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  4. é tão legal quando é possível perceber essa personalidade na dança... complementa o seu outro post, que diz que algo mágico aconteceu...
    quantas apresentações a gente que gosta de dança já assistiu? muitas com certeza.... nem todas foram inesquecíveis, mas as que foram... dessa conseguimos lembrar cada detalhe... tamanha era a presença da/o artista no momento!

    beijo

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  5. O medo de errar eu sempre acho que é a primeira coisa a ser descartada, sempre! Tinha uma professora de história da arte que sempre me dizia que arte de qualquer forma (pintura,dança,música,whatever) é um ato de coragem, e sem esse elemento deixa de ser arte e passa a ser produção industrializada. Acontece muito isso.
    Quanto ao trema, ahuahhuaa, nunca se esuqeça que nunca mais "trema" na linguiça (piadex tosca!)
    Beijos
    Alê

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  6. Concordo com sua professora Alê! Mas acho que é uma batalha contínua...Bjos e obrigada por comentar! E minha lingüiça vai continuar tremida! rs

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  7. "... temos uma grande liberdade em relação à escolha de músicas, trajes e repertório de movimentos"
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    Exatamente!! Existe essa liberdade e a maioria não exerce, o que é uma pena, pois o povo não percebe que o público é dependente. Dependente do novo, do criativo, do bem sacado.
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    Tem surpresa melhor que vc se deparar com uma performer usando a musica "perfeita", e depois vc descobre que essa musica é antiga ... ou de um grupo que vc nunca ouviu falar ... como é bom apreciar um trabalho que foi "trabalhado" de verdade!

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