quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

um pequeno conto pessoal

Nunca tive corpo de bailarina...Não sou super magra, tenho pernas curtas e grossas, quadril grande... ahhh mas a dança! 

Desde que me conheço por gente eu amo a dança! 

Minha primeira experiência/tentativa de uma aula de balé falhou antes mesmo de começar. Eu, uma criança muito tímida, chegando na escola de balé já achei que não ia me dar bem ali, nem cheguei a fazer uma aula. Vieram então as aulas de jazz. Fiquei por uns 2 anos, e me apresentei no palco algumas vezes. Sempre adorei o palco, meio antagônico pra uma criança tímida, mas era o que era. Minha mãe me conta que eu não podia ver um palco que já ia correndo pra subir!

Com minha breve experiência no jazz, tinha criado uma coreografia com os movimentos milimetricamente copiados (os que eu conseguia) do clipe "Vogue" da Madonna pra apresentar com as coleguinhas no centro espírita que frequentava com a família. A música não lembro qual era, mas a coreografia era cheia de Vogue, e a Madonna chegou no centro espírita! A segunda coreografia que fiz pro centro já foi "em parceria" e me lembro do meu total desagrado de não ter autonomia nas escolhas de música, dos passos que iam entrar na coreografia... 9 anos e tão cheia de visões sobre o que eu queria ver no palco rsrs

Avançando alguns anos, com 21 encontro uma matéria de revista, ou jornal, não lembro, explicando sobre os benefícios da dança do ventre, e como era uma dança que podia começar com qualquer idade e tipo físico. Resolvi experimentar, no Clube Sírio Libanês da minha cidade. Me senti bem recebida pela professora, pelas colegas, me sentia pela primeira vez "adequada" em algum lugar que era relacionado ao movimento, e fui ficando. Sou muito agradecida por ter caído de paraquedas na aula da Jannah, que sempre me incentivou tanto. Talvez se tivesse ido parar em uma aula em que a dança não era levada tão a sério, não teria dado outra chance. A Jannah botava a gente pra ralar de verdade e eu tinha colegas incríveis que me inspiravam muito. Uma delas, a Lili Hanaah, é minha amiga até hoje, já dançamos até tribal juntas. Mas tinha a Iris que era norueguesa e ficava umas temporadas, a Samra, e tantas outras que não lembro o nome. Obrigada pela inspiração!

Quando conheci o tribal pela internet (nem Youtube tinha ainda!), alguns meses depois de começar na DV, foi como chegar em casa, de novo!

Os figurinos me chamavam, combinavam com as tatuagens que eu já tinha, dava pra usar o meu cabelo curto porque haviam tantos adornos na cabeça que nem dava pra notar o cabelo, que geralmente era preso. Os tons de cores eram mais do meu gosto, os tecidos e texturas, toda a estética, postura, os movimentos e a expressão me agradavam demais. Parecia que dava pra eu ser quem eu era ali, sem precisar fingir ser outra coisa. Era como algo saído de um sonho que eu nunca nem tinha sonhado. 

Além disso, havia uma comunidade internacional online, o Tribes.net onde todo mundo trocava idéias, compartilhava achados, dicas, músicas, e você estava ali em constante contato com uma comunidade com interesses afins e as suas dançarinas favoritas, tudo em um lugar só! Era maravilhoso e eu passava horas e horas ali absorvendo tudinho que eu podia de informação, já que aqui no Brasil não tinha esse estilo do jeitinho que eu gostava ainda. Lembro do meu marido, que na época era namorado, falando: "De novo tá nesse site laranja?". O layout da página era branco e laranja! 😆

Tudo isso falou muito próximo do meu coração, vindo de encontro com imagens e ideais que eu tinha na minha cabeça, algumas que nem sabia que tinha, e tudo se encaixou como uma luva. Nunca tinha sentido isso em relação a nada que fiz na minha vida. Era como finalmente "chegar em casa", já em idade adulta, e me encontrar com quem eu sonhava em ser no futuro. Dediquei muito do meu tempo para desvendar o que tornava essa dança tão especial aos meus olhos, quais eram os segredos por trás da estética, a contextualização da postura e dos movimentos e o que a levava a ser como era. Eu não queria simplesmente copiar o que eu via, eu queria entender o que estava por trás de tudo aquilo. E quanto mais eu descobri, mais eu me apaixonei. 

Justamente por acreditar tanto no potencial dessa dança como ferramenta de evolução e crescimento pessoal e comunitário, físico e mental, que estou há 15 anos me dedicando à  expansão desse estilo, na esperança de que outras pessoas o encontrem e se sintam em casa, como eu me senti há todos aqueles anos atrás. Foi o que me fez criar esse blog, os vídeos pro blog, todas as aulas teóricas e palestras que preparei e todos os shows que produzo, é tudo pra isso. Então puxa uma cadeira, e sejam bem-vindas! :D

7 comentários:

  1. Adorei saber da sua trajetória dentro da dança! ❤️

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. A que delicia me ver nesse seu conto pessoal!! E saber que de alguma forma, bem positiva pelo carinho e amor à dança, incentivamos sua continuidade e busca pelo seu estilo de dança. Estilo esse que realmente foi o par perfeito para você! Sou sua fã sabe né? E conte sempre comigo! Bjbj parabéns!

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    1. Que demais Lili! Esse comecinho é sempre importante né? Com certeza foi muito positivo! Adorei a visita, volte sempre, muito obrigada!!! 🥰

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