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segunda-feira, 16 de julho de 2012

Anasma Vuong em Salvador!

A postagem de hoje teve contribuição da Rebeca Piñeiro, diretora e proprietária da primeira escola dedicada exclusivamente ao tribal no Brasil, a Escola Campo das Tribos e também organizadora do evento internacional anual Campo das Tribos. Ela contou como foi a experiência na Caravana Tribal na Bahia, evento que aconteceu no mês de julho organizado por Bela Saffe com a convidada Anasma (FRA). Bom, chega de introduções e vamos ao que interessa!

Caravana Tribal - Bahia

Tive a grande honra de participar da Caravana Tribal que aconteceu em Salvador - BA nos dias 06, 07 e 08 de julho de 2012, organizado por Bela Saffe e que trouxe pela primeira vez ao Brasil a dançarina francesa Anasma. Digo que foi uma honra por ter aprendido muitas coisas, ter participado intensamente dos bastidores do evento e ver tudo fluir com uma excelente energia e profissionalismo. Realmente me encantei e voltei com as baterias recarregadas e muitas coisas para estudar.

Sobre Anasma:
Tive excelentes momentos ao lado dessa mulher. Depois de conhecê-la pessoalmente pude entender e admirar um pouco mais as suas danças. É uma pessoa muito inteligente, simples, educada, e muito dedicada ao que faz. Tive a grande honra de conhecer essa pessoa linda e aprender com ela muitas coisas que foram além da dança. Conversando com ela, soube que nasceu em Paris, morou menos de um ano na Índia, alguns anos em Nova Iorque e hoje vive com seu marido em Paris. Anasma não nomeia seu estilo como Tribal Fusion pois não usa o ATS como sua base, apesar de conhecê-lo bem. Ela o chama simplesmente de "fusion" ou seja "fusão", e sua principal base é a dança do ventre que estudou por 10 anos. Seus conhecimentos são inúmeros e seu condicionamento físico é incrível. Anasma tem uma energia inesgotável e contagiante, é brincalhona, imita animais o tempo inteiro e isso é realmente agradável vindo dela, pois é muito natural, quando me dava conta eu estava imitando um macaco ou uma foca, uma alegria que contagia!

Como professora Anasma é ligada no 220w! Sua aula é bem puxada e lotada de informações. No começo senti dificuldade em seguí-la mas quando a aula terminou me dei conta do tanto de coisas que havia absorvido e que sim, Anasma é também uma ótima professora. Anasma também utiliza muitos movimentos de yoga em suas aulas, junto com movimentos de Liquid e Hip Hop. Achei bem difícil mas é lindo e desafiador. Detalharei mais sobre as aulas quando for falar sobre os workshops. :)

O evento começou na sexta-feira, dia 06 de julho, com dois workshops com duração de 1h15 cada:
Técnicas de ATS para Tribal Fusion com Rebeca Piñeiro (eu!) e Tribal Burlesco com Cibelle Souza. A sala de aula estava cheia e tivemos a participação especial do Nino (gato da Bela) que assistiu as aulas de sua almofada em frente ao espelho. A Tara Ateliê Tribal expôs seus lindos produtos nesse dia.

Nos dias seguintes, 07 e 08 de julho, tivemos aula com Anasma das 10h às 13h. Ela ensinou técnicas de Hip Hop, arm wave, air walk e mais um monte de movimentos lindos e (para mim) difíceis. Anasma os faz com tanta perfeição e leveza que minha vontade era de parar tudo, sentar e apenas assistí-la (confesso que em alguns momentos era o que realmente fazia). Para manter a energia da turma, Anasma soltava gritos, fazia sons de animais e o mais legal foi que todos entraram no clima e respondiam com os mesmos sons. Foi divertido!

O Show:

O show aconteceu no dia 07 no Teatro do Irdeb (Federação). Foi muito bem produzido, fluiu sem nenhum problema. O cenário estava muito bonito e a casa estava cheia. Tivemos apresentações de profissionais e amadores no mesmo show, foi muito bonito e diversificado. Foi uma experiência muito boa, o clima estava suave, positivo, baiano!

Solos da Anasma:

Vou puxar mais um pouco de sardinha para ela porque realmente foi INCRÍVEL o que essa mulher fez no palco. Sua primeira dança durou 15 minutos (que pareciam apenas 4). Dançou e fez mímica durante a apresentação. Sua expressão, seus músculos, suas culturas, seus estudos, tudo ali, tudo muito bem feito, muito estudado, muito intenso e admirável. Anasma é realmente uma artista de excelente qualidade. Sua segunda entrada foi mais curta mas tão boa quanto. Anasma fez o anjo caído do céu e seu personagem começa como um anjo (claro!) e começa a conhecer os pecados como gula, luxúria, ganância, vaidade, etc. Achei a idéia muito bem executada. Anasma é MIL vezes melhor quando se vê ao vivo.

Bela Saffe (realizadora):

A Bela é um ser humano muito lindo e excelente anfitriã. Só tenho elogios. Realizou o evento com muito profissionalismo, alegria, respeito e suavidade. Um exemplo a seguir.

Aprendi muito, me diverti muito e pude conhecer mais sobre Cibelle Souza, Bela Saffe, Anasma e Kelly (Tara Ateliê Tribal), pessoas que ganharam mais respeito e admiração da minha pessoa. Não vejo a hora de voltar para a Bahia e viver tudo isso novamente! Agradeço muito a Bela Saffe pelo convite para dar workshop e dançar no show, foi uma experiência muito linda e produtiva! Obrigada Mariana Quadros pelo convite para este post em seu blog que tanto sigo!

Muitas coisas andam acontecendo no mundo tribal e acho de extrema importância valorizarmos as coisas boas como esse evento, realizado e frequentado por gente que estuda e respeita a arte, os seres humanos e as diferenças.

Hum... Já sinto vontade de comer um acarajé! :)

Rebeca Piñeiro

                             Imagens do show por Fernando Naiberg
Rebeca Piñeiro
Bella Saffe
Cibelle Souza
                                                                Anasma Vuong

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Não chame de "calça harém", "bracelete escrava" e "meninas que dançam"- Por Carolena Nericcio

 Pintura Orientalista retratando um harém 

Esse texto foi publicado no Tribal Talk - The Voice of FatChance BellyDance e foi escrito em novembro de 2001. Acho ele simplesmente fantástico, as observações que ela faz são muito felizes e ele  mudou minha maneira de ver as coisas desde que o li há alguns anos atrás. Por isso resolvi traduzir para compartilhar, espero que tenha o mesmo significado para vocês!

"Quantas vezes já lhe perguntaram: 'É verdade que a dança do ventre nasceu como uma maneira das meninas do harém chamarem a atenção do sultão?' Se a sua resposta foi 'nunca', sinta-se abençoada, pois eu sinto como se me perguntassem isso o tempo todo.
Agora, eu lhes pergunto: se nós ocidentais, como sociedade, somos tão inclinados a eliminar linguajares preconceituosos, certificando-nos de que nosso discurso seja politicamente correto e garanta direitos iguais para todos, porque desfazemos todo esse 'bem' ao nos referirmos às dançarinas do ventre como 'meninas que dançam' e usam 'calça harém' e 'bracelete escrava'? Porque achamos que ser a 'favorita do sultão' é uma coisa boa?
Porque temos uma visão tendenciosa da história e dos direitos das mulheres (ou seja, dos direitos humanos). As referências a 'escrava' e 'menina' são bem fáceis de entender. Se você vai usar o conceito de 'bracelete escrava' para vender uma bijuteria, você pode usar também o apelido extinto - e igualmente ofensivo - quando referir-se a castanhas-do-pará*. E o termo transparente 'meninas que dançam' é obviamente uma maneira de enfraquecer a mulher delegando-lhe o papel de criança indefesa. A fantasia do harém é mais difícil de ilustrar, mas tentarei.
Tenho certeza de que nem todos compartilham minha opinião, mas talvez eu consiga explicar meu ponto de vista. Quando eu comecei a dançar e depois a ensinar dança, eu queria aprender absolutamente tudo sobre a dança do ventre. O que eu descobri (20-25 anos atrás) foi uma porção de livros sobre as mulheres do Oriente Médio e Norte da África, mas nada relevante sobre a dança do ventre. Então, eu me contentei em ler as entrelinhas e coletar informações. Parte daquelas informações se tornaram o estilo eclético que virou o Tribal Americano e a outra parte alimentou minha paixão pelo feminismo e pelos direitos das mulheres. Daquela cultura peguei os belos trajes, músicas, uso de cores e formas e apliquei-os na dança. Descartei os conceitos de falta de liberdade, casamento forçado, status inferior das crianças de sexo feminino e mutilação genital.
Eu li muitos livros que diziam coisas que eu não queria ouvir. Portanto, quando eu escuto a palavra 'harém' ser usada indiscriminadamente para descrever um estilo de calça que é solto e fluído, me irrita profundamente. Os haréns eram prisões das quais as mulheres não escapavam. Os haréns eram a única maneira de sobreviver em um mundo em que as mulheres 'respeitáveis' não podiam trabalhar para se sustentarem. Os haréns eram uma maneira do homem mostrar que ele tinha dinheiro suficiente para sustentar muitas esposas e igual número de filhos. Havia os haréns do palácio de Topkapi na Turquia onde um sultão mantinha centenas de esposas, mas a família estendida padrão também era um harém. E embora as liberdades e costumes mudem de um país para o outro, a idéia central é a mesma: mulheres são fracas e estúpidas e precisam dos homens para cuidar delas. As mulheres são cidadãs de segunda classe cuja principal função é ter filhos. Filhas são um fardo, por isso terminam em haréns. Famílias pobres com muitas filhas freqüentemente as vendiam ou davam para os haréns para que tivessem uma chance de sobreviver. Os eunucos que guardavam os haréns dos sultões muitas vezes eram homens pobres que se emasculavam para que pudessem sobreviver. 
As pinturas orientalistas que retratam haréns cheios de belas mulheres repousando em almofadas foram pintadas por homens que nunca viram o interior de um harém. Por mais belas que sejam, essas pinturas apresentam um ponto de vista distorcido. No mínimo, elas não retratam o tédio e a incapacidade de sair por livre-arbítrio. Pelo lado pior, o que elas não retratam é o tédio que leva à loucura e à pena de morte por tentar fugir. 
Apesar de muitas vezes serem bem instruídas, as mulheres do harém não podiam usar sua educação a seu favor ou tomar qualquer decisão sobre suas vidas. Ser 'a favorita do sultão' não significava ser apreciada por ser a melhor dançarina ou pelo rosto mais bonito. A 'favorita' era uma mulher que tinha percebido o fato irônico de que se usasse sua educação e beleza para tornar-se companhia constante do rei, ela teria uma boa chance de sobreviver se conseguisse dar à luz um filho. Significava que ela teria uma grande chance de sobreviver se seu filho conseguisse tornar-se o próximo sultão, pois a mãe do sultão era uma espécie de conselheira política. Mas essa sobrevivência seria curta, já que a corte inteira seria morta ou exilada quando o próximo sultão tomasse posse. 
Os haréns não eram lugares românticos cheios de dança e calças diáfanas. Como Fatema Mernissi reitera em seus livros, um harém é uma prisão. Não associemos isso à forma de arte que estamos apresentando."


*Nos EUA, recebem o nome de "Brazil nuts" e antigamente eram chamadas pelo apelido preconceituoso "dedos de negro".


Texto por Carolena Nericcio.  
Traduzido com autorização por Mariana Quadros.  

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

A Dança

Dançar é um lembrete constante de que estamos vivos. Quando eu danço, quero sentir meu corpo inteiro dançando. A dança sai do centro pro resto do meu corpo inteiro, até as pontas dos dedos. Senão NÃO É. Tenho que me lembrar disso sempre. E sempre que estiver difícil de vir a tão falada inspiração. E eu sempre esqueço de como é a sensação. E quando eu lembro é o que parece certo, é o que eu sinto que é certo pra mim. Senão NÃO É.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Inspirações externas

Para as praticantes de tribal fusion é muito importante buscar inspirações que venham de fora do estilo. Acredito que isso seja bom para qualquer modalidade, mais ainda no fusion que é um estilo tão cheio de possibilidades. Isso evita que fiquemos todas iguais umas às outras, sempre buscando nas mesmas fontes, virando cloninhos de bailarinas famosas. Trazer a sua personalidade para a dança não é das tarefas mais fáceis para muitas pessoas, isso implica em colocar a cara à tapa, se expor de certa forma. Mas, se formos observar, as bailarinas bem-sucedidas são justamente aquelas que tiveram coragem de fazer isso. E quando falo em buscar inspiração, não me refiro a fazer uma fusão diferente ou inventar uma nova modalidade de tribal fusion (acho que já temos o suficiente!), mas simplesmente deixar que fontes diversas te proporcionem inspiração, seja ela estética, seja no feeling ou na música. Esses são alguns exemplos de coisas que me inspiram constantemente fora do estilo, quem sabe lhes dê algumas idéias de onde buscar suas próprias inspirações!

Música – Vocalistas femininas me inspiram extremamente (talvez pela tristeza de não ter sido abençoada com esse dom! rsrs)

The Gossip/Beth Ditto: gorda além de qualquer questionamento, gay, tira a roupa no palco, já posou nua e ainda virou ícone fashion com sua própria linha de roupas para mulheres acima do peso nesse mundo anoréxico. Canta de um jeito cru e cheio de energia. Quer mais atitude que isso?




Amy Winehouse: cachaceira, junkie, canta horrores, criou um visual único e inconfundível reproduzido no mundo inteiro, inclusive o fashion. Esse vídeo é antigo mas aqui ela estava em plena forma (e é uma das minhas músicas preferidas!)




Joss Stone: gravou seu primeiro cd cheio de soul music quando tinha uns 15, 16 anos enquanto as outras cantoras de sua época eram Britney e Cia. Está no quarto cd e sua voz é incrível e igualzinha no cd ou no palco. Também tem um estilo meio flower power que é só dela!




Esses foram só alguns pequenos exemplos, existem muitos outros lugares para se buscar inspiração como estéticas de filmes, videoclipes, estilos de dança diversos, histórias de livros, personagens, música... É só abrir bem os olhos e os ouvidos que ela está em todos os cantos!