terça-feira, 12 de julho de 2011

The Lady Fred

Estou para postar essa tradução há décadas, e finalmente terminei! Entrevista feita com a bailarina Frédérique sobre a relação (ou falta de! rs) do estilo dela com o burlesco, achei muito legal e esclarecedora por isso quis compartilhar. A original está no site dela pra quem quiser visitar tem muito mais coisas lá também. Seguido da entrevista o vídeo mais recente dela no Tribal Massive, do qual sou suspeita para falar já que sou super fã dela. A expressividade e sutileza de movimento dela me interessam extremamente! Espero que gostem!

Entrevista da "Russian Magazine" 
Por: Nadia Gativa
Qual a diferença do seu estilo para o burlesco e porque as pessoas os confundem?

Para ser sincera, eu não faço idéia do motivo da confusão! Eu acho curioso as pessoas se referirem ao meu estilo como burlesco, meu estilo não é nem um pouco sugestivo. Talvez minha presença teatral no palco seja o motivo da associação, pois o burlesco também é muito teatral, mais ainda que minhas performaces. Outra razão poderia ser que eu me apresento com frequência em eventos de burlesco (?) Talvez as pessoas se confundam e acreditam que eu estou dançando burlesco no evento em vez de saberem que represento um outro estilo, uma variedade do show, com a dança do ventre. Esses são meus palpites... Uma vez fui entrevistada para um artigo na Oakland Magazine e a escritora colocou no título principal que eu era uma bellydancer voluptuosa e sensual com toques gótico e burlesco (ou algo do gênero); reparem que essas palavras não foram de modo algum as que eu utilizei para descrever a mim ou ao meu estilo mas, por alguma razão, continuo encontrando pessoas que supõem isso do meu estilo; talvez seja também por causa dos meus trajes (?) Não só eu nunca fiz aulas de burlesco ou tentei apresentá-lo como também nunca quis retratar nenhum interesse nele em minhas performances, simplesmente não faz parte de mim em relação ao que eu levo para o palco. Não confunda o que eu disse com não gostar de burlesco, eu gosto bastante, apenas não faço!

Você acredita que é possível fazer uma boa fusão de tribal e burlesco, mesmo com o burlesco sendo tão sugestivo às vezes?
Com certeza acredito. Eu não acredito na “caixa” em que algumas pessoas gostam de colocar outras, especialmente quando se trata de arte e expressão. Está tudo nos olhos de quem vê, alguns podem gostar, outros não. É assim que o mundo funciona. Eu acredito que se você tem uma visão, não deve haver nada no caminho que lhe impeça de expressá-la… É uma chance que você aproveita na vida e um arrependimento, creio eu, se você não aproveita. Tudo é possível quando se trata de Arte. 

Qual motivo de tanto interesse em relação a tudo que é retrô, como vaudeville, burlesco e cabaret?
O vaudeville vintage, os movimentos burlesco e/ou cabaret estão relacionados à moda e ao estilo hoje em dia. A comunidade do Tribal Fusion gira em torno dos estilos de vanguarda, já que esse foi o ímpeto para seu surgimento; é jovem em espírito, e com um espírito jovem vem uma mente jovem que gravita em direção às coisas estilosas e modernas.  Fazendo um parelelo entre a história e a evolução dessas tendências do final de 1800 com o movimento Tribal Fusion atual, ambos combinam muito bem.
Por exemplo:
·      Essas performances eram todas realizadas por mulheres a princípio.
·      Dança do ventre, burlesco e vaudeville eram segmentados como shows de variedades e considerados como entretenimento de segunda classe para a sociedade (infelizmente).
·      Performers populares no palco do vaudeville faziam suas interpretações de “dança do ventre”. Esse tipo de performance não era incomum e aponta para raízes de vaudeville nas primeiras formas do burlesco.
·      Uma dançarina do ventre, embora flerte com o sugestivo, está longe de violar qualquer padrão aceito de decência no palco do vaudeville.
Esses são apenas alguns dos motivos fortes pelos quais esses movimentos encontram tanto terreno fértil especialmente na comunidade do Tribal Fusion.

5 comentários:

  1. ai como eu AMO essa mulher...linda entrevista. obrigada por compartilhar Mari!.

    ps: quando crescer quero ser que nem a Fred!

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  2. Belo post Mari.

    Ainda conheço pouco o trabalho dela, mas sem dúvida é muito bom e gostei da entrevista.

    Beijos*

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  3. Muito bom!
    Vou pesquisar sobre o trabalho dela.
    Bjocas!

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  4. Nossa, gostei muito do seu blog!
    Esse último post é muito bom!
    Dally

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