segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Bê-a-bá do Tribal Pt.2


Aí vai a segunda e última parte do post!

*ITS - Improvisational Tribal Style (ou estilo tribal de improvisação)

O ITS é um derivado do ATS, e indica simplesmente que um grupo utiliza o sistema de improvisação coordenada em grupo do ATS/ FCBD, porém com repertório de movimentos que vai além, ou até mesmo em direções diferentes do utilizado no ATS. Mesmo sistema de improvisação, repertório de movimentos diferente. Um dos principais exemplos de grupo de ITS que eu conheço é o californiano "Unmata". Elas além de coreografia, trabalham o sistema de improvisação coordenada em grupo por meio de combos.

Unmata - ITS

* Tribal Fusion -
Acredito que esse estilo foi o principal responsável pela propagação mundial do tribal. Ele surgiu quando bailarinas do ATS foram saindo para criar suas próprias estilizações e acrescentar ainda mais fusões ao caldeirão de influências. Não existe uma ordem certa de quem iniciou esse movimento, pois na época não havia nem pretensão e nem consciência de que isso tomaria proporções tão grandes. Apenas aconteceu que, algumas bailarinas/ alunas de Carolena, quiseram se aventurar em suas próprias experiências, dando vazão à criatividade e fazendo uma fusão em cima da fusão. Daí o nome "Tribal Fusion": é o "tribal" do ATS acrescido de fusões do que a imaginação permitir, seja de origem oriental ou ocidental, antiga ou moderna. Algumas das bailarinas apontadas como pioneiras do Tribal Fusion e que estavam na cena desde o começo foram Frederique e Jill Parker, entre outras. Ao contrário do que se imagina, Rachel Brice chegou bem depois na cena, que acontecia quase que exclusivamente na região da baía de São Francisco, CA. Como o Tribal Fusion não tinha um formato específico como o ATS, bailarinas solo surgiram, até que o grupo internacional Belly Dance Superstars incluiu o estilo - até então relativamente novo para o mundo - no show, com a contratação de Rachel Brice. Por fazer turnês mundiais e produzir cds e dvds de alcance internacional, o Belly Dance Superstars lançou o tribal para o mundo, e as bailarinas do grupo, como Rachel Brice, Sharon Kihara e Mardi Love viraram referência instantânea do estilo.

Sharon Kihara - Tribal Fusion

Urban Tribal - Grupo de Tribal Fusion/ Contemporâneo

Do Tribal Fusion, surgiram e ainda surgem muitos sub-gêneros como o Dark Fusion, praticado pela Ariellah, o Tribal Brasil, praticado por várias bailarinas brasileiras que misturam ao Tribal Fusion influências de danças regionais brasileiras, o Tribal Gótico, o tribal com fusão de dança contemporânea, como os grupos Urban Tribal e Uzumé, e assim por diante. Muitas bailarinas criam nomes para seus estilos de tribal, daí vão se criando cada vez mais sub-gêneros... Mas o importante é saber que todos eles vêm da mesma raiz, e são apenas mais um pequeno desdobramento da grande e constante evolução que é o estilo tribal!


segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Bê-a-bá do Tribal Pt.1


Com tantos estilos e rótulos é bem fácil confundir-se com as nomenclaturas no tribal! Por isso, coloco aqui os principais nomes que encontramos quando estudamos tribal. Por ser um assunto extenso, vou dividir esse post em duas partes, uma em cada semana. Esta é a primeira:

* Tribal - Genérico assim, sem nenhuma especificação, geralmente faz referência ao Tribal Fusion ou ATS, mas também pode significar uma dessas duas modalidades:

1) Danças de tribos de qualquer parte do mundo;

2) O estilo tribal "original", criado pela Jamila Salimpour e sua trupe Bal Anat nos anos 60, na Califórnia. Caracteriza-se por diversas danças árabes misturadas em um show. Trabalho em grupo e solo, uso de snujs, uso de coreografia e danças folclóricas com um "tchan". Porém, deve-se observar que esse estilo de "tribal" não era assim chamado na época, como escrevi nesse post antigo. De qualquer forma, foi o estilo que deu início ao movimento tribal que temos hoje em dia, pois Jamila deu aulas para Masha Archer, que deu aulas para Carolena Nericcio, que criou o "American Tribal Style", ou "ATS". 

Vídeo do Bal Anat:



*American Tribal Style, ou ATS - 


Esse foi o estilo que surgiu dando início a um movimento, por assim dizer. O ATS nasceu no final dos anos 80 em São Francisco, CA. Quando a trupe de Masha Archer, chamada "San Francisco Classic Dance Troupe", se desfez, Carolena começou a dar aulas para que tivesse parceiras com quem dançar. Suas aulas tornaram-se populares entre as pessoas mais alternativas que queriam fazer dança do ventre mas não se encaixavam nos padrões estéticos ditados pela dança na época. Da sementinha deixada por Masha, Carolena fez uma plantação, e criou o estilo que veio a ser chamado de "ATS". Segundo ela, o "American" do título deixava claro que era uma criação americana, e portanto não oriental, e o "Tribal" descrevia a sensação e estética da dança, com mulheres dançando reunidas, em "tribo", e com uma mistura de trajes autênticos de diversas partes do mundo. O ATS é um estilo de improvisação coordenada em grupo em que, com base em um repertório comum a todas as bailarinas do estilo, cria-se uma dança improvisada por meio de sinais, chamados de "cues". Para dançar ATS precisa-se no mínimo de duas pessoas, e o repertório de movimentos vem principalmente da dança do ventre, mas também tem forte influência do flamenco nos braços e postura, e pitadas de danças folclóricas do Oriente Médio e danças clássicas indianas. O principal exponente do ATS é o grupo da própria Carolena, chamado FatChance BellyDance (FCBD). Para mais informações, acesse o site do FCBD.


Vídeo do FCBD:



Segunda-feira que vem, a continuação do "Bê-a-bá do Tribal":)

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Uma nota sobre presença de palco

A partir de 0:50



Fim.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Recomendação de livro 1

Bom, para a primeira postagem do ano (e inauguração do visual 2012/ apocalipse) resolvi colocar mais um trecho de um livro que já recomendei aqui, mas aproveito a oportunidade para recomendar de novo. É um livro fininho, de leitura rápida, chamado "A guerra da arte", do Steven Pressfield. Se você já leu, recomendo que leia novamente! O li pela segunda vez agora nas férias, e ele foi mais incrível ainda do que da primeira. Acho que é daqueles livros que a gente sempre tem que voltar a ler, para não esquecer. É indicado para qualquer um com pretensões artísticas ou empreendedoras em qualquer área. Basicamente, o autor identifica, dá nome e armas para combater uma coisa que todos sentimos: a dificuldade que é realizar um trabalho criativo ou artístico, aquele monte de obstáculos que "nos impedem" de fazer o que temos de fazer. Ele dá a isso o nome de Resistência. E é sobre ela que fala esse trecho:

"Resistência e Racionalização - parte 2

Resistência é medo. Mas a Resistência é astuta demais para mostrar-se dessa forma sem disfarces. Por quê? Porque se a Resistência nos deixa ver claramente que nosso próprio medo está nos impedindo de realizar nosso trabalho, podemos nos sentir envergonhados. E a vergonha pode nos levar a agir diante do medo.
A Resistência não quer que façamos isso. Assim, ela apresenta a Racionalização. Racionalização é, para a Resistência, aquele assessor que cuida da boa imagem do chefe. É a maneira usada pela Resistência para esconder o porrete da coerção às suas costas. Ao invés de nos mostrar nosso medo (que pode nos envergonhar e nos impelir a realizar nossa obra), a Resistência nos apresenta uma série de justificativas plausíveis, racionais, para não fazermos nosso trabalho.
O que é particularmente insidioso a respeito das racionalizações que a Resistência nos apresenta é que muitas delas são verdadeiras. São legítimas. Nossa mulher pode realmente estar no oitavo mês de gravidez; pode estar realmente precisando de nossa presença em casa. Nosso departamento pode realmente estar implantando uma reforma que consumirá horas de nosso tempo. De fato, pode fazer sentido adiar o término de nossa dissertação, ao menos até o bebê nascer. O que a Resistência omite, é claro, é que tudo isso não significa nada. Tolstoy tinha treze filhos e escreveu Guerra e paz. Lance Armstrong teve câncer e já venceu o Tour de France quatro vezes."

Tenham um ótimo começo de ano!