Existem muitas linhas de raciocínio diferentes sobre o improviso... Para alguns, improvisar é dançar sem pensar, só deixando o corpo seguir a música. Para outros, é ter vários movimentos e sequências na manga para sair usando-os estrategicamente.
Se considerarmos a primeira definição, o improviso é uma dança livre, sem formas pré-definidas, tipo dançar na balada. Você só responde a um estímulo físico gerado pela música, sem pensar a respeito. Na segunda, por outro lado, é quase uma coreografia instantânea, uma vez que a dançarina usa fórmulas que já conhece para responder a música com coerência.
Mas o que exatamente acontece quando uma dançarina leva para o palco um improviso solo? Definitivamente o que vemos não é uma dança "de balada", já que são usados movimentos que correspondem ao estilo de dança que a dançarina representa, nesse caso específico, o Tribal Fusion. Afinal de contas, que modo mental é esse que permite que você responda a música com naturalidade e ao mesmo tempo não pareça uma doida dançando na balada?
Para mim, o tal chamado "improviso" - entre aspas porque não sei o quanto pode ser considerado improviso uma música que você já dançou 500 vezes para treinar - é uma fina linha entre o pensar e o não pensar. O agir e o se deixar levar. Na minha concepção, não existe improviso organizado sem alguma racionalização por trás em algum momento. Não é questão de pensar o tempo todo - para mim, o improviso rola fluído quando eu consigo dançar e ser dançada ao mesmo tempo, alternadamente. Quando vejo alguma coisa de que gosto no vídeo assistindo depois e falo "Nossa, eu fiz isso? Não me lembro!". Para mim esse é o sinal de que o improviso foi bem sucedido.
Daí a importância do treino! De já ter tanta coisa registrada no corpo, que na hora de fazer, vai sair meio que sem ter que pensar. É aí que a gente consegue sentir a música! Não existe tanta diferença entre uma excelente coreografia e um excelente improviso - ambos exigem a mesma presença de espírito, a mesma presença física e mental, o estar ali 100% para o momento.
Daí a importância do treino! De já ter tanta coisa registrada no corpo, que na hora de fazer, vai sair meio que sem ter que pensar. É aí que a gente consegue sentir a música! Não existe tanta diferença entre uma excelente coreografia e um excelente improviso - ambos exigem a mesma presença de espírito, a mesma presença física e mental, o estar ali 100% para o momento.
Afinal, não existe mística para o improviso, existe treino! Treino porque se fosse só pra sentir, dançava em casa e não no palco! Treino para entrar nesse estado mental tão especial, tão raro, em que o que existe é seu corpo, sua mente e sua música atuando como um só!
E vocês? Qual sua definição e seus sentimentos em relação ao improviso?
Beijos e até semana que vem! ;-D