Semana passada coloquei uma caixinha de perguntas no meu Instagram e tive umas respostas e conversas bem interessantes que me ajudaram a refletir sobre os novos rumos que nosso estilo de dança está tomando.
Se olharmos para a linha do tempo, ele tem cerca de 20 anos, e portanto apenas agora entrando realmente na maioridade por assim dizer rsrs. Não existe mais aquele furor inicial, aquela sede de inovação e descoberta, experiências novas... Agora estamos em um outro momento em que muitas de nós já vimos muita coisa ser feita, e já temos todo um passado para estudar olhando de longe. Para um estilo novo, nascido no final dos anos 90, cheio de referências, é um tempo justo para que agora estejamos finalmente refletindo sobre a nossa prática para que possamos aprofundar nosso entendimento e dessa forma, melhor educar nosso público e garantir melhor um futuro sadio para essa dança que tanto amamos.
No momento me encontro no meio de muitos questionamentos, dificuldade de definir o que eu faço para novas pessoas, dificuldade de nomear e também de explicar de forma clara e abrangente. Na real, essa dificuldade eu sempre tive e agora ela só piora porque sei que é também a dificuldade de muitos outros.
Tenho pensado que uma forma de tentar lidar com isso, mesmo que não seja a única ou a melhor, é começar a questionar cada vez mais o porque das nossas escolhas, sejam elas musicais, de figurino ou de repertório de movimentos. Penso que se esse movimento todo em volta do nome e da ética em nossa prática serviu para alguma coisa, foi para nos fortalecermos em nossos conceitos, em nossos porquês e também no que esperamos para o futuro do estilo.
Definir melhor para preservar melhor é o que tem passado pela minha cabeça ultimamente. Definir melhor primeiro para nós mesmas, procurar nossas próprias respostas para que isso também tenha força e sentido na comunidade. Creio que esse foi o ponto fraco que não previmos, nunca houve um consenso né? Talvez se não tivéssemos nos mantido tão abertas para abraçar e receber toda e qualquer experiência como parte do estilo, ele tivesse conseguido se manter um pouco mais firme. E com isso, não quero dizer que não devamos nos manter abertas para experiências novas dentro da dança e da linguagem, apenas que talvez seja uma boa idéia manter as experiências bem definidas como tal: trabalhos experimentais, autorais. Assumir a experiência, assumir a autoria e não "botar na conta" do estilo. Algumas das minhas bailarinas favoritas são bem experimentais, e não vejo nenhum problema nisso!
Que busquemos perguntas e respostas para um futuro bem sucedido e, com esperança, longínquo!
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